11 DE ABRIL DE 2024

43ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: REIS, CARLOS GIANNAZI, EDUARDO SUPLICY, GIL DINIZ e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - REIS

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h08min.

        

2 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

4 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

6 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Rebate o pronunciamento do deputado Gil Diniz acerca da atuação de Guilherme Boulos em prol de habitações populares. Elogia a postura do deputado de cobrança de concessão de bônus para servidores da Segurança Pública.

        

14 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Reis).

        

15 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Rebate o pronunciamento do deputado Gil Diniz acerca da atuação profissional de Guilherme Boulos.

        

16 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - GIL DINIZ

Assume a Presidência.

        

18 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - EDUARDO SUPLICY

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência. Defere o pedido. Anuncia a presença de estudantes e autoridades de Cajati. Informa visita do prefeito de Barra do Turvo. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 12/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h52min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Reis.

  

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Entrando no Pequeno Expediente, chamo para fazer uso da palavra o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Reis, deputado Carlos Giannazi, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, hoje é o Dia Mundial da Conscientização de Parkinson.

O tratamento com o canabidiol tem trazido maior qualidade de vida ao paciente. O centro de acolhimento Anna, especializado em terapia canabinoide e pioneiro do seguimento no País, localizado na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, trata de pessoas com a enfermidade.

Em 11 de abril é celebrado o Dia Mundial da Conscientização de Parkinson, uma doença neurodegenerativa causada pela destruição de neurônios. Ela provoca, entre outros problemas, tremores, movimentos lentos, rigidez muscular, problemas de equilíbrio e distúrbios de sono.

Infelizmente, a doença de Parkinson é debilitante e sem cura, embora existam opções de tratamento que desaceleram o seu avanço e diminuem seus efeitos, como o canabidiol-CBD.

“A Cannabis está revolucionando o tratamento do Parkinson ao oferecer alívio para os sintomas debilitantes”, destaca o médico especialista em cannabis medicinal, Daumiro Tanure, membro da Sociedade Brasileira do Estudo da Cannabis Sativa e médico do Centro de Acolhimento em Terapia Canabinoide Anna.

“Os pacientes têm observado benefícios significativos, incluindo a redução de tremores, uma melhoria notável na qualidade do sono, diminuição da ansiedade e alívio efetivo da dor. Os efeitos são atribuídos à interação dos compostos da Cannabis com o sistema endocanabinoide do corpo, oferecendo assim novas esperanças e perspectivas para aqueles que vivem com esse sofrimento”, complementa o especialista.

Em Curitiba, o Centro de Acolhimento Anna, especializado em terapia canabinoide e pioneiro no segmento no País, localizado na Santa Casa de Misericórdia, fornece orientações e atendimentos com médicos especializados em tratamento de Parkinson por meio do CBD. Em março, foram mais de 300 atendimentos realizados no espaço, sendo 13 deles referentes a doenças neurodegenerativas.

Gildásio Silveira, de 75 anos, realiza há um mês o tratamento com canabidiol e já visualiza melhoras. “Ele ficou dez anos com um tratamento tradicional que não surtiu efeito. Em um mês com o canabidiol, notamos uma melhora significativa, principalmente das dores, que diminuíram muito”, conta sua esposa, Sueli Silveira.

“Os avanços em pesquisas sobre a cannabis medicinal e o Parkinson são promissores, revelando melhorias tanto em sintomas motores quanto não-motores, como tremores, rigidez, ansiedade e distúrbios do sono”, avalia o Dr. Daumiro Tanure.

De acordo com o médico, estes estudos sublinham a potencial eficácia dos canabinóides em melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “A regulamentação adequada da Cannabis é crucial para assegurar o uso seguro e monitorado, garantindo que os pacientes tenham acesso a tratamentos eficazes, ao mesmo tempo em que minimizam riscos e efeitos adversos”, completa o especialista.

Para os interessados em tratar o Parkinson e outras comorbidades no Centro de Acolhimento Anna, - Anna com dois Ns -, acesse o perfil oficial do Instagram @annamedicina.cbd ou agende uma consulta no Centro de Acolhimento em Terapia Endocanabinoide, pelo WhatsApp (41) 3300-0341.

Quero dizer que, da mesma maneira, vocês podem também acessar entidades, associações terapêuticas que também se especializam na Cannabis, como por exemplo, a Flor da Vida, em Franca; como a Maria Flor, em Marília e, também, a Cultive, aqui em São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Eu próprio, ao tomar conhecimento da possibilidade de a Cannabis ser utilizada com sucesso, provocando melhorias no estado de saúde das pessoas, passei a utilizar a cannabis medicinal e venho tomando, atualmente, oito gotas, três vezes ao dia, da... Pela Cannabis medicinal, pelo... Oito gotas por três vezes ao dia, fornecida pela Flor da Vida, a entidade ali, de Franca.

Eu sou testemunha de que, realmente, as dores musculares praticamente desapareceram. Eu tenho notado um progresso passo a passo, mas muito significativo, da questão do tremor em minhas mãos. Então, eu sinto que eu melhorei bastante. Inclusive, esse tratamento que tenho feito, sob a orientação da Dra. Luana Oliveira, que vem me atendendo com a maior atenção.

Eu gostaria de dizer que, inclusive, o Dr. Francisney Nascimento, da Universidade Federal de Integração Latino-Americana, Unila, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, vem realizando um estudo científico, e uma das pessoas que têm sido objeto do exame periódico feito pelo Dr. Francisney Nascimento sou eu mesmo. Acho que houve uma melhoria muito significativa, sobre a qual eu dou o meu testemunho a todas as pessoas interessada.

Eu quero informar que, ainda pouco, participei do encontro das mães com autismo, devido à iniciativa da deputada Andréa Werner.  Ali ouvi também o testemunho de muitas mães e pais que têm visto a melhoria da qualidade de saúde das suas crianças, e mesmo pessoas adultas com autismo, filhos e filhas dessas pessoas, que também testemunharam a melhoria da qualidade de sua saúde através da Cannabis medicinal.

Muito obrigado, presidente, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Suplicy. Com a palavra, deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra, deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra, deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Com a palavra, deputado Conte Lopes. (Pausa.)

Com a palavra, deputada Marina Helou. (Pausa.) Com a palavra, deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra, deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra, deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra, deputado Ricardo Madalena. (Pausa.)

Com a palavra, deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Com a palavra, deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a palavra, deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra, deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Com a palavra, deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra, deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a palavra, deputado Dr. Elton. (Pausa.) Com a palavra, deputada Letícia Aguiar. (Pausa.)

Com a palavra, deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra, deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra, deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra, deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Com a palavra, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra, deputada Professora Bebel. (Pausa.)

Com a palavra, deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente, deputado Carlos Giannazi. Saudar o deputado Suplicy, os funcionários desta Casa. Cumprimentar também os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, também todos aqueles e aquelas, também os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela rede Alesp.

Presidente, V. Exa. deu início ontem, presidente Carlos Giannazi, ao debate sobre o Iamspe. Eu trouxe hoje parte daquele vídeo da reportagem para repercutir, porque a gente precisa falar disso todos os dias.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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Eu gostaria que a nossa assessoria técnica pudesse colocar na tela, porque a gente precisa lembrar ao governador, nosso “corretor-geral” do estado, que quer vender tudo... Não sei se ele está inscrito no Creci. Se não estiver, ele está exercendo de forma irregular a profissão de corretor, viu, deputado Giannazi? Estaria exercendo a função de corretor ao arrepio da lei.

           

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- É exibido o vídeo.

 

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Essa é a situação do Hospital do Servidor. É fato que o secretário de Gestão e Governo Digital, onde está o Hospital do Servidor, no guarda-chuva da Secretaria de Gestão Governo Digital, não é de São Paulo. Ele não conhece bem o nosso Estado. Várias vezes nós o convidamos para vir aqui discutir a questão do servidor. Não compareceu.

Nós vamos fazer audiência no dia 22, às 17 horas e 30 minutos, no Paulo Kobayashi, nós vamos fazer audiência da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe e do Hospital do Servidor Público.

Nós o convidamos novamente para ele vir explicar esse caos que está o Iamspe e explicar também a venda do prédio onde está a administração do Iamspe, porque eles colocaram à venda aquele prédio, o corretor-geral do estado quer vender tudo, inclusive o prédio do Iamspe.

A gente quer, nessa audiência pública, deputado Giannazi, ter explicação ou explicações, porque o Servidor Público, eu não tenho plano de saúde, eu uso o Servidor Público, eu sou funcionário público de carreira, o hospital que eu tenho que usar é o Hospital do Servidor Público, que tem que ser valorizado. Eu tenho que cobrar para que haja uma saúde, uma prestação de serviço adequada para os servidores públicos.

Então essas reclamações já vêm de muito tempo, mas elas se agravaram. É fato que a atual gestão reformou o pronto-socorro da pediatria, da mulher, o próprio pronto-socorro geral foi reformado, deu uma melhor visibilidade, uma melhor condição de visibilidade, mas só isso não resolve, tem que ter funcionários para atender, tem que ter médicos para atender, tem que ter enfermeiros.

Então o grande problema do servidor é a falta de funcionários concursados, preparados para atender o servidor, porque acho que eles terceirizaram, e, muitas vezes, a terceirização não dá certo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem, deputado Reis. Tem agora a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Rogério Santos. (Pausa.) Vinicius Camarinha. (Pausa.) Rui Alves. (Pausa.) Lecy Brandão. (Pausa.) Felipe Franco. (Pausa.) Rafael Silva. (Pausa.) Major Mecca. (Pausa.) Valdomiro Lopes. (Pausa.) Rafael Saraiva. (Pausa.) Itamar Borges. (Pausa.) Capitão Telhada. (Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.) Carlos Cezar. (Pausa.) Teonilio Barba. (Pausa.)

Carlos Giannazi. Tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, deputados presentes aqui no plenário, deputado Reis, deputado Gil Diniz e telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, eu tenho denunciado exaustivamente aqui, na Assembleia Legislativa, cobrando o governo, pressionando o governo a publicar o decreto do ALE, do Adicional de Local de Exercício, denunciando exatamente o calote do ALE. O governo está dando um calote do ALE para todos os profissionais da Educação, deixando de pagar um direito que está na lei. Então é o calote da Educação, é o calote do ALE.

Mas agora, Sr. Presidente, nós fomos surpreendidos por um outro calote, tem um outro calote em curso no estado de São Paulo. Além de o governo não pagar a data-base salarial de todos os servidores do estado de São Paulo conforme a lei determina, a lei estadual e o Art. 37 da Constituição Federal, e também não pagar o piso nacional do Magistério, não dar o reajuste estabelecido, que já foi dado em janeiro, e até agora o estado de São Paulo, o governo Tarcísio não deu o reajuste do piso nacional do Magistério, estabelecido pela Lei 11.738, de 2008. Nada disso ainda aconteceu.

Inclusive, eu já acionei, Sr. Presidente, o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas por prevaricação, por afronta à legislação. O governo estadual, ao não dar o reajuste, a reposição das perdas inflacionárias para os servidores, ele agride, ele viola, a lei estadual aprovada na Alesp e também o Art. 37 da Constituição Federal.

Então é o calote do ALE, prejudicando todos os profissionais da Educação, o não reajuste, a não reposição das perdas inflacionárias, o não reajuste do piso nacional do Magistério, mas agora tem outro calote, Sr. Presidente, que eu quero dizer, tem mais um calote do governo Tarcísio de Freitas.

Eu me refiro aqui ao calote que ele está dando nos servidores da Segurança Pública do estado de São Paulo. Em 2014, nós aprovamos aqui uma lei, Sr. Presidente, a Lei 1245/14, que instituiu a bonificação por resultados, o famoso BR, aos integrantes da Polícia Civil, Técnico-Científica e Militar.

Sr. Presidente, o governador Tarcísio, que faz juras de amor aos servidores da Segurança Pública, à Polícia Militar; ele fica jurando amor eterno, diz que vai implantar escola militar para os filhos dos militares, fica bajulando o tempo todo, sobretudo a Polícia Militar. Mas ele está dando um calote no pagamento da bonificação por resultados, que não foi paga até agora, Sr. Presidente.

No ano passado, já houve um atraso gravíssimo, porque era para ele ter pagado em janeiro, e ele só foi pagar em setembro. E agora nada de bonificação. Os servidores da Segurança Pública estão revoltados, indignados com o governador Tarcísio, porque não deu reajuste salarial, não cumpriu a data-base e ainda está dando o calote do BR, da bonificação por resultados, afrontando uma lei, Sr. Presidente.

Nós temos uma lei que foi aprovada aqui no plenário da Assembleia Legislativa, uma lei fruto de um projeto de lei apresentado pelo próprio governo, e nós aprovamos aqui, foi unânime. Todos: a oposição, a situação, os 94 deputados e deputadas aprovaram o projeto, que depois foi a Lei Complementar no 1.245.

Então, o governo está dando também um calote nos servidores da Segurança Pública do estado de São Paulo, não cumprindo essa lei, Sr. Presidente, não pagando. Ele tem que publicar o decreto da bonificação.

Ele não fez isso até agora. O que ele está esperando? Como também não publicou o decreto do ALE, o adicional de local de exercício dos profissionais da Educação, que estão revoltados, e com razão.

Quem não ficaria, Sr. Presidente, se houvesse um atraso em uma gratificação nos salários dos deputados? Os deputados reagiriam. Dos promotores de Justiça? Haveria uma forte reação dos promotores de Justiça, dos procuradores de Justiça, dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Se fosse com os defensores públicos, aconteceria a mesma coisa, haveria uma mobilização, providências seriam tomadas.

Mas não, Sr. Presidente, como é com o servidor público da Segurança, da Educação, o governo fica inerte. Então, nós queremos, Sr. Presidente, para concluir, exigir a publicação imediata do decreto para pagar o BR, a bonificação de resultados para todos os servidores da Segurança Pública. O governo não pode dar esse calote, esse golpe nos servidores da Segurança Pública, aos quais ele tanto jura amor eterno e que ele tanto bajula, Sr. Presidente.

Mas na hora de pagar mesmo, pagamento, que é bom, não tem; reajuste, que é bom, só aquele do ano passado. Agora não veio nada, e ainda tem o calote do BR. E também em relação ao ALE, que é o adicional de local de exercício dos profissionais da Educação - dos agentes de organização, dos professores e dos gestores da Educação.

Então, chega de calote do ALE e chega de calote da bonificação de resultados dos servidores da Segurança Pública. Espero que a bancada aqui, chamada de bancada da bala, bancada da Segurança, reaja; que os deputados, Sr. Presidente, que compõem aqui a base do Governo, esses que se identificam com a defesa, por exemplo, da Polícia Militar, pressionem o governador a publicar o decreto, para defender os trabalhadores da Segurança Pública.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos ao deputado Carlos Giannazi. Agora vamos passar a palavra ao deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Marcos Damasio. (Pausa.) Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Atila Jacomussi. (Pausa.) Maria Lúcia Amary. (Pausa.)

E, conforme a Lista Suplementar, primeiro Delegado Olim. (Pausa.) Beth Sahão. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) Sebastião Santos. (Pausa.) Eduardo Suplicy. Então o deputado Carlos Giannazi vai assumir novamente (eu agradeço muito) para eu poder me pronunciar outra vez.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando continuidade à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, agora já na lista suplementar, com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental da tribuna por até cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Carlos Giannazi, por engano eu levei a lista dos próximos oradores, mas já vou lhe devolver.

Eu gostaria de cumprimentar a iniciativa da vereadora Luna Zarattini, do PT, que apresentou um projeto de lei que foi objeto de aprovação em primeira votação, que propõe a incorporação do nome de Rita Lee ao Parque Ibirapuera. O projeto também é assinado pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite, que estava como prefeito em exercício na Capital no dia da morte da cantora.

O velório de Rita aconteceu no Planetário do Parque, do qual foi frequentadora ao longo da vida. O projeto ainda precisa passar por mais uma votação no Legislativo paulistano e pela sanção do prefeito Ricardo Nunes para que entre em vigor e o local passe a ser denominado Parque Ibirapuera Rita Lee.

“Rita Lee e o parque são dois grandes símbolos da cidade de São Paulo, que estão no imaginário de milhares de paulistanos e paulistanas, quando pensamos na nossa cidade. Rita Lee era visita frequente no parque. Já declarou publicamente o seu afeto pelo Ibirapuera”. Disse a vereadora Luna Zarattini.

Ela também aponta que a cantora conta, em sua autobiografia, que fazia piqueniques familiares no parque, citado em canções como “Vírus do Amor”, “Minas de Sampa”, e que o cenário da fotografia de capa de seu terceiro álbum, com a banda Tutti Frutti, “Entradas e Bandeiras”, é o Ibirapuera.

“Rita uma vez disse que, ao falecer, poderia ter o seu nome entregue a uma rua ou praça. Nada mais digno que o seu nome esteja presente no Parque Ibirapuera. Um patrimônio dá nome a outro”. Concluiu Luna Zarattini, a quem cumprimento por esta tão positiva iniciativa.

Eu gostaria de assinalar que: “Um estudo pioneiro no Brasil demonstrou que o tratamento de usuários de crack com canabidiol tem melhores resultados na redução da dependência e de efeitos adversos em relação aos medicamentos convencionais usados nos Caps AD (Centros Psicossociais de Álcool e Drogas.

Realizado pela Universidade de Brasília e publicado na revista científica ‘International Journal Mental Health and Addiction’, o trabalho envolveu 73 usuários, alocados aleatoriamente por sorteio em um dos dois grupos, 37 no grupo de controle, 36 no grupo CBD. Inicialmente foram 90 selecionados, mas 17 acabaram excluídos porque não retornaram.

O grupo controle foi tratado com os remédios convencionais usados na dependência do crack, como: fluoxetina (antidepressivo) ácido valpróico (estabilizador de humor) e clonazepam (ansiolítico) e um óleo placebo para simular o CBD.

O grupo CBD recebeu um óleo de CBD (50 mg/ml de CBD), sem THC (tetra-hidrocanabinol, que é um dos principais componentes psicoativos da planta), e três comprimidos placebo, que simulavam os medicamentos tradicionais.

 Esse tipo de estudo é chamado de duplo-cego: quem recebeu os medicamentos não sabia o que estava recebendo e os profissionais que faziam as intervenções também não sabiam se estavam tratando pacientes do grupo controle ou do CBD.

Esse conjunto de cuidados é para evitar o chamado viés. Por exemplo: o participante ou o pesquisador que está atendendo alguém do grupo de interesse, no caso o CBD, pode fazer intervenções melhores, mais dedicadas do que com os pacientes do grupo controle e, assim, favorecer os resultados de forma falsa.

Os participantes compareceram uma vez por semana, durante dez semanas, para receber um kit de medicação, responder aos questionários sobre uso de crack e de outras drogas, passar por uma equipe psicossocial e pelo médico, além de fazer o teste toxicológico de urina, que foi analisado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal.

Segundo Andrea Gallassi, professora associada da UnB e coordenadora do estudo, o objetivo foi realizar um ensaio clínico fora do ambiente hospitalar, para reproduzir a situação de vida real de muitos dependentes de crack que vivem em condições precárias e uso de múltiplas drogas.

 ‘Embora a maioria do público usuário de crack seja mais vulnerável, vive nas ruas, nós também tivemos participantes da pesquisa com renda alta e também sofrendo com a dependência de crack.’ 

Entre os participantes havia dois servidores públicos acima de 60 anos. ‘São pessoas que, devido à alta renda, não estão em situação marginalizada, mas causam os mesmos problemas. Usam muita droga, se colocam em risco, as famílias têm que buscar nos locais de fluxo etc.’

 De acordo com Galassi, os resultados mostram que o CBD pode atenuar os sintomas primários relatados pelos participantes, como falta de apetite, dificuldade em reduzir o uso de crack e a sensação de saúde debilitada.

O grupo CBD também apresentou melhores resultados na redução do uso do crack e menos eventos adversos em comparação com o grupo controle. 

Esses efeitos colaterais dos psicotrópicos tradicionais, como constipação, náusea, tontura, diarreia, problemas de memória, baixa concentração e visão turva, podem ser ainda mais acentuados em pessoas com dependência de crack devido à dosagem excessiva e à combinação desses medicamentos. ‘Eles são vistos como pacientes que têm problemas com uma droga pesada demais e, portanto, precisam ser supermedicados’, explica a pesquisadora.

 Segundo estudos, esses eventos adversos contribuem para a baixa adesão ao tratamento de dependentes de crack nos serviços de saúde. ‘Isso, associado aos resultados promissores do estudo, favorecem o amplo acesso ao CBD, inclusive como terapia adjuvante, associada a outros medicamentos’.

O estado de São Paulo deve começar o uso do extrato de canabidiol no SUS em maio, mas não há previsão de uso nos casos de dependência química. O medicamento será destinado a pacientes de três condições de saúde raras: Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox-Gasteau e complexo da esclerose tuberosa.

O estudo da UnB contou com o financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal e foi o primeiro a receber autorização da Anvisa para importar canabidiol para fins de pesquisa científica.

 ‘O esforço foi enorme. Muitas reuniões com a Anvisa, muitas explicações, documentos entregues para receber autorização de importação e para a liberação da carga por ser tratar de substância proibida. Dois anos de negociação’.

A pandemia da Covid e as atividades presenciais acadêmicas suspensas por mais de um ano foram outro entrave. Em 2021, a pesquisa sofreu mais um revés, após o Ministério da Saúde não autorizar o recebimento de emenda parlamentar da deputada Érika Kokay, do PT, do Distrito Federal, para continuar o financiamento do estudo.

Fora alegadas questões técnicas. ‘Essa não-autorização por parte do ministério foi uma clara e evidente censura à pesquisa, considerando que o uso de cannabis medicinal conflitava com a orientação ideológica do governo de Jair Bolsonaro’, diz a professora Galassi. Esse impeditivo resultou em uma ação judicial contra o Ministério da Saúde, que segue em tramitação.”

Concluindo, Sr. Presidente. “‘Mesmo com todos os desafios colocados, a pesquisa foi finalizada com o pleno apoio da Universidade de Brasília, com a dedicação incondicional da equipe, e com todo o êxito e rigor que um ensaio clínico requer’, diz a pesquisadora Galassi”.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Obrigado pela tolerância.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o deputado Conte Lopes, que fará o uso regimental da tribuna por até cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, está na mão do presidente Lula sancionar ou vetar as saidinhas temporárias. Então, hoje o presidente vai decidir se sanciona ou veta, porque cabe a ele a tomar essa decisão.

Mas acompanhando a Globo News, os jornalistas que lá estavam estão analisando se o presidente vetar, sancionar, o que pode acontecer. Eles colocam como se fosse uma posição política e ideológica as saídas temporárias, como se fosse a ressocialização do preso. A gente sabe que não é isso.

Primeiro que ninguém controla essas saídas, saem quem eles querem por na rua e põem bandidos da maior periculosidade, infelizmente. Agora, se coloca numa posição de deputados de direita e de esquerda, que estão contra ou que estão a favor, eu acho que não tem nada a ver com isso. Nós temos que proteger a população. Nós temos que criar leis, métodos para que a população do Brasil tenha segurança.

Não dá mais para acontecer o que está acontecendo, vejam o Rio de Janeiro. O ministro, o Fachin, que determinou que a polícia não pudesse mais atuar no Rio de Janeiro na época da pandemia. Olha o que aconteceu no Rio de Janeiro: ficou milicianos e traficantes. É uma guerra lá, morrendo criança, bala perdida, todo mundo perdido.

Então, não é por aí. Vai os jornalistas no debate: “Não, porque aqueles que falam que bandido bom é bandido morto... Os deputados da direita”, espera aí. Primeiramente, no meu modo de ver, discurso meu, nunca foi isso “bandido bom é bandido morto”, é ciência.

De todos os bandidos que morreram em tiroteio comigo, nenhum mais estuprou e matou mulher, nenhum mais cometeu latrocínio de roubar para matar, nenhum mais sequestrou e matou, porque eles morreram. Mas morreram em tiroteio, entreveram e eu respondi na justiça.

Até como deputado aqui nesta Casa, quando aqui cheguei, vários processos eu respondi no pleno, 25 desembargadores. É mais ou menos o que está acontecendo lá agora no Supremo, não é? 

Porque todo político vai direto para o Supremo, só que você quando vai... Julgado no Tribunal de Justiça, porque você é deputado, você não tem recurso. Graças a Deus, eu fui absolvido. Felizmente eu fui absolvido nas minhas ocorrências. Agora, se eu fosse condenado, vai recorrer para quem?

Então, é isso que tem que se ver, não é um problema de esquerda, de direita, é de crime, gente. Se o cara não quer cumprir pena severa, ele não cumpre, é só não cometer crime.

É simples a coisa. Se ele não cometer delito nenhum, ele não vai para a cadeia. Agora é um absurdo a Suzane sair da cadeia no Dia dos Pais, do pai e da mãe, ela sai, e ela que matou os pais. O Nardoni, que matou a filha, sai da cadeia no Dia das Crianças para comemorar.

Pera aí, é só no Brasil que tem isso? É só no Brasil que o cara mata gente e tem um salário maior que o salário mínimo, têm direito a mulheres para fazer sexo na cadeia, engravidam as mulheres?

Como falou um padre que foi deputado conosco aqui, que o cara engravida mulher e a criança vive no ambiente da cadeia desde que nasce. Vai ser o que essa criança? Lá nas brincadeiras de criança ela é bandido, que mata o policial quando ele vai visitar o pai da cadeia.

Então, é só no Brasil que tem certas coisas. Não é problema de esquerda, de direita. Tem que acabar com isso, minha gente. É um absurdo que pessoas morram no Brasil como estão morrendo. Aí vai para o discurso. Pera aí, não é por aí. A lei tem que ser feita para proteger a sociedade, a Polícia tem que proteger a sociedade, e a sociedade tem que saber qual o tipo de Polícia quer.

Eu, quando entrei na Polícia Militar, em 77, como soldado, não era Polícia Militar, era Força Pública. Em 70, na época do militarismo, virou Polícia Militar, mas não era, era Força Pública.

E agora tem muitas pessoas que tem ódio da Polícia Militar, porque chama Polícia Militar, e não tem nada a ver uma coisa com a outra. Nós temos que ter uma Polícia que dê segurança à sociedade e hoje quem vai decidir é o presidente Lula, se ele vai sancionar ou vetar.

Dizem até que o ministro Lewandowski, da Justiça lá, da Segurança, aconselhou a ele não sancionar, porque pode haver uma rebelião. Ministro, pelo amor de Deus, se a sociedade ficar refém de bandidos, porque eles podem fazer rebelião, então a partir daí é melhor a gente entregar o ponto para a bandidagem mesmo, porque a gente não apita mais nada.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Conte Lopes. Com a palavra agora o deputado Gil Diniz, que fará o uso regimental da tribuna por até cinco minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, deputado Carlos Giannazi. Boa tarde aos deputados presentes aqui no Pequeno Expediente, deputado Conte Lopes, deputado Reis, deputado Eduardo Suplicy, nosso sempre senador. Boa tarde aos assessores, policiais militares e civis, público aqui na galeria, quem nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, sou um dos deputados da base que tem cobrado pagamento do bônus aos profissionais de Segurança Pública, com respeito sempre à data-base desses profissionais. Não posso ser um com João Doria e com o Rodrigo Garcia e ser outro com esse governo que eu defendo e que eu ajudei a eleger.

Então, cobro daqui desta tribuna o pagamento, no mínimo, do bônus, que já está atrasado. Então, faço o apelo aqui ao governador, ao secretário Guilherme Derrite, ao Kinoshita, secretário da Fazenda, porque é justo, deputado Conte Lopes.

Nossos profissionais de Segurança Pública, nossos policiais militares e civis têm apresentado recordes e recordes em apreensão de drogas, em prisão de foragidos. Então, no mínimo, no mínimo, fazer o que é certo, o pagamento desse bônus.

Estava falando com o deputado Reis aqui agora sobre as questões dos vetos também. Acho que é um outro tema que nós podemos nos debruçar, tanto os deputados aqui, quando colocarem esses projetos para serem discutidos, e também esse debate com o Palácio.

A maior parte dos projetos têm sido vetados, tanto da oposição quanto da base do governo aqui também. Então, é outro assunto que a gente pode tratar, obviamente, dentro das nossas possibilidades.

Mas, presidente, venho aqui a esta tribuna hoje, além de fazer essa cobrança corriqueira que faço, repercutir um pouco do governo federal: aumento de impostos, taxas. Deputado Conte Lopes, o DPVAT vai retornar para o cidadão, para o pagador de impostos. O seguro obrigatório tinha sido extinto pelo presidente Bolsonaro, tinha sido sepultado.

O cidadão não era obrigado a pagar mais essa taxa e agora vai ter que pagar. Os memes na rede social, alguns deles diziam: “Olha, o amor venceu, o amor venceu”, e esse amor de Luiz Inácio custa caro, hein?

Para pagar essas viagens internacionais com a sua senhora, a Janja, estão arrancando a pele do trabalhador. Já é o décimo segundo, décimo terceiro imposto, digamos assim, taxa, que esse governo aumenta e isso, obviamente, não tem como dar certo.

Aumento de imposto, aumento de taxa. Não dá certo em nenhum lugar do mundo, deputado Eduardo Suplicy. Aí, obviamente, os deputados da oposição vão cobrar este deputado. Sempre me manifestei publicamente contra o aumento de taxas e impostos aqui em São Paulo. Por exemplo, a questão do ICMS.

Estava, deputado Reis, na Ordem do Dia uma proposta de aumento de ICMS em alguns produtos aqui, em alguns setores da economia de São Paulo. Isto por quê? Por conta da reforma tributária de Luiz Inácio e Fernando Haddad. Me parece que também foi sepultado essa proposta, essa ideia de proposta de aumento de taxa aqui e fica, deputado Reis, o meu alerta ao povo de São Paulo, principalmente da Capital.

O preposto de Luiz Inácio está colocado, deputado Conte Lopes, para eleição: Boulos. O PT não vai lançar candidato do seu partido à eleição municipal. É histórico. O Guilherme Boulos além de invadir propriedade privada com o seu movimento sócio imobiliário, MTST, invadiu o Partido dos Trabalhadores agora e fez do PT o seu puxadinho.

Então fica aqui o alerta para o povo de São Paulo porque se Luiz Inácio faz isso no governo federal, provavelmente Guilherme Boulos vai trazer as mesmas ideias arcaicas para a população paulistana e isso a gente não pode permitir, presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, agora já na lista suplementar, com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna pelo tempo remanescente.

Em seguida nós vamos entrar no Grande Expediente, deputado Reis, e aí V. Exa. pode continuar.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O deputado Reis é o primeiro inscrito na lista...

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Não, é V. Exa. o primeiro.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Posso fazer a permuta com ele no Grande Expediente para V. Exa. já usar a palavra? Já está terminando aqui... Mas aí V. Exa. não vai falar. Mas o senhor é o primeiro na lista do Grande Expediente? Mas o senhor vai ter que descer da tribuna, deputado Reis. É isso que eu quero fazer, que o senhor fale primeiro. Tudo bem.

 

O SR. REIS - PT - Essa rampa aqui eu desço e subo ela “n” vezes.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, que bom que agora nós temos um grande candidato, já que o Gil Diniz quis entrar na questão da disputa eleitoral fora de época, porque aqui não é lugar de fazer campanha. Mas já que o deputado Gil Diniz faz campanha gratuita para o Guilherme Boulos, eu quero reforçar que, realmente, ele é um lutador pela moradia popular.

Enquanto o governo de São Paulo aposta na especulação imobiliária na região central, conjugada ali com o Secovi, eles estão fazendo uma grande operação imobiliária no centro, vai levar o governo para lá, deixar a Cracolândia lá muitos anos para desvalorizar aquelas áreas, comprar a preço de banana, e agora vai fazer um grande investimento lá no centro de São Paulo para fazer favorecer o Secov a construir mais prédios lá e ganhar muito dinheiro.

E o Guilherme Boulos é, sim, uma pessoa muito preocupada com a questão da habitação popular. O fato de o Lula ter depositado apoio a ele e o PT estar apoiando ele é uma grande aposta.

Tenho dúvida que com todos esses escândalos que estão surgindo envolvendo a Prefeitura de São Paulo, envolvendo o PCC, envolvendo empresas de ônibus, como a Transwolf, isso daí vai mostrar para a sociedade que precisa trocar o prefeito de São Paulo. E a opção real se chama Guilherme Boulos.

Muito obrigado.

 

* * *

 

-Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Encerrado o Pequeno Expediente, entrando no Grande Expediente. A lista de oradores: com a palavra a deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Rafael Silva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Elton. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a palavra a deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Com a palavra o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz, que fará uso regimental por até dez minutos no Grande Expediente. Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna eu gostaria de discordar radicalmente do que disse V. Exa. em relação ao Guilherme Boulos, deputado federal Guilherme Boulos, que não invade propriedade de ninguém, deputado Gil Diniz. Ao contrário, ele luta por habitação popular. Isso é fake news, isso é meme.

Mas, ao mesmo tempo, quero parabenizar V. Exa. pela coerência de defender, como fez no governo Doria, no governo Rodrigo Garcia, o cumprimento da data-base e o pagamento das bonificações. Vossa Excelência está sendo corajoso e coerente pressionando o governo a pagar o reajuste, tanto do funcionalismo, como do piso e também da bonificação.

Tem a palavra o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, não só, a nossa discussão também vai além disso. Por exemplo, deputado Reis, a regulamentação da Polícia Penal. Nós aprovamos aqui a PEC da Polícia Penal, tem também esses assuntos, e outros mais que nós colocamos.

O deputado Reis me perguntava o porquê da minha ausência em plenário, das discussões, voltando aqui para o plenário. Mas, obviamente, eu sei do meu papel, da minha responsabilidade.

Algumas discussões, presidente, tento fazer internamente, obviamente. No outro mandato, eu fazia parte da oposição. Neste mandato, faço parte da situação, sou base do governador Tarcísio.

Defendo não só no discurso, na narrativa, mas aqui em plenário eu defendo o seu governo, dou presença aqui, dou quórum, voto com ele, faço o que cada deputado que se diz da base teria que fazer. Alguns não fazem, mas faço o meu papel, assim como eu disse para o meu eleitor que faria.

Agora, preciso discordar de V. Exa, presidente e deputado Reis, sobre Guilherme Boulos. Guilherme Boulos, como diria um ex-candidato a presidente da República que está no campo da esquerda, o Ciro Gomes, talvez nunca bateu um prego em uma barra de sabão. Acredito que a carteira de trabalho dele não tenha um único registro.

Filhinho de papai, aquele playboy que costuma ir para a Vila Madalena, se engajou aí em uma causa e fez aí a sua vida política, pública, e agora tenta ser prefeito na cidade de São Paulo.

É estranho, e eu digo isso porque desde 95, quando eu cheguei em São Paulo, acompanho um pouco da política municipal. Eu nunca tinha visto o PT abrir mão de ter um candidato.

O PT sempre lançou candidato, deputado Conte Lopes. E vão sentir o resultado, vão sentir na pele o resultado, na composição da Câmara Municipal. O PT vai reduzir a sua bancada, vai promover o socialismo e a liberdade.

Essa contradição que já está no nome do partido PSOL, que eu lembro vocês, uma costela do PT, saíram das fileiras do PT, discordaram. O deputado Giannazi foi vítima disso.

Para quem não lembra, o deputado Giannazi ousou ser contra a base do PT, Marta Suplicy, que era prefeita, agora é a vice de Boulos, ousou discordar dela, votou contra, foi expulso. E o resto é história. Guilherme Boulos, deputado Reis, outro dia criticava o prefeito Ricardo Nunes.

 

O SR. REIS - PT - Posso fazer uma pergunta para Vossa Excelência?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Só para... Pode fazer, pode fazer.

 

O SR. REIS - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Quem é o candidato a prefeito do PL, do partido de Vossa Excelência?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O PL não lançará candidato.

 

O SR. REIS - PT - Ah, tá. Então o PL também não tem candidato.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Não tem, mas historicamente o PL lança candidato?

 

O SR. REIS - PT - E qual candidato o PL vai apoiar?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Provavelmente... Eu sempre defendi candidatura própria do PL, isso é público. Sempre vinha, deputado Conte Lopes, nesta tribuna, nas minhas redes sociais, nas minhas manifestações, defendi candidatura própria do PL.

 

O SR. REIS - PT - Seria muito bom.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O maior partido do Brasil. Talvez fosse muito bom para o PT também. Aí a gente precisa fazer o cálculo político e saber o campo em que nós estamos.

Tanto é que o PT faz isso, tanto que lança Guilherme Boulos. Então, defendi, sempre defendi, dentro da minha coerência, candidatura própria. Agora, o partido, a sua direção nacional e estadual, entendeu que deveria ter uma outra linha de atuação aqui na política municipal.

Provavelmente, ao que parece, apoiarão a candidatura de Ricardo Nunes. Provavelmente, será essa a composição. Então será Guilherme Boulos versus Ricardo Nunes.

O que eu vejo dentro das discussões é, justamente, quem vai complementar a chapa com Nunes. Eu defendo o nome do campo bolsonarista, coronel Mello Araújo, deputado Conte Lopes, Sonaira Fernandes, vereadora na cidade de São Paulo, ex-secretária da Mulher aqui, eu defendo esse campo.

Aparecem outros nomes. Por exemplo, Aldo Rebelo, que até dias atrás... E olha que ele é da esquerda, mas da esquerda coerente, aquela esquerda que não se vendeu à cultura “woke”, um cara correto naquilo que defende, mas não vejo o que seria essa linha. Então, acredito que o PL vá acompanhar, dentro dessa composição, uma, digamos assim, coalisão contra o invasor de propriedade privada, Guilherme Boulos, apoiado pelo PT.

 

O SR. REIS - PT - O PL é um dos maiores partidos hoje e aqui nesta Casa tem 19 deputados. Nós temos 18, com o PCdoB formamos 19 também, a federação nossa formou dezenove. Mas o PL tem 19 deputados, é um grande partido. Eu acho que o PL erra em não lançar um candidato para disputar a eleição em São Paulo.

O fato de o PT estar apoiando o Guilherme Boulos é fruto de um acordo da eleição de 2022, em que o Guilherme Boulos retirou a sua candidatura de candidato a governador para apoiar o Fernando Haddad.

Então houve um acordo e nós vamos cumprir o acordo, porque na política se cumpre acordo, mesmo que nós quiséssemos lançar um candidato, mas nós fizemos um acordo, assim como fizemos também com o Márcio França, que também retirou a candidatura dele para apoiar o Haddad.

Então, o fato de o PT estar apoiando o Guilherme Boulos é fruto de um cumprimento de acordo que foi feito na eleição de 2022. Caso nós não tivéssemos feito o acordo, talvez nós teríamos candidato, mas na política, deputado Gil Diniz, vale a palavra, fez o acordo, cumpra-se.

Agora, independente do nosso acordo, eu entendo que o PL, um dos maiores partidos do Brasil e aqui do estado de São Paulo, e que faz parte da governança estadual, juntamente com o Republicanos, deveria, sim, fazer a disputa e lançar uma candidatura, com grandes chances de vitória, pelo que representa o PL hoje no estado de São Paulo.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, Reis, pela sugestão. É justamente aquilo que eu defendia: a candidatura própria do PL. Subir, descobrir, colocar uma liderança regional, municipal, fazer ali uma boa chapa de vereadores, uma boa bancada de vereadores. Também não adianta ganhar a prefeitura, deputado Eduardo Suplicy, e você não ter uma base de apoio dentro da Câmara Municipal, porque não se governa sozinho.

Mas eu entendo também a ideia dos dirigentes do partido. Talvez dentro ali da mesma linha de pensamento como V. Exa. disse: acordo se cumpre. Agora, V. Exa. disse aqui, eu fiquei interessado no assunto: França tirou a candidatura.

Mas ele tem candidato em São Paulo: a candidata, que é do PSB, a candidata do Lehmann. Lehmann, grande empresário, apoia a candidatura de Tábata Amaral.

O ex-governador do estado de São Paulo, tão acusado pelo PT: era... Não era mensalão; mensalão era no governo federal. Era trensalão, era merendão, era tudo, né; os tucanos eram fascistas, picolé de chuchu para cá, picolé de chuchu para lá.

E agora o picolé de chuchu é companheiro, é vice-presidente da República. Mas é complicado, é difícil de entender, né. Talvez a oposição de festim que nós vemos hoje aqui, com o governo Tarcísio, fosse a mesma oposição de festim com Geraldo Alckmin.

Mas eu espero que o fim não seja o mesmo, por mais que o PT, em eventos públicos, fique aos gritos: “volta, Tarcísio, vem Tarcísio para o PT, volta, Tarcísio”. É impressionante.

O governador Tarcísio tem conduzido o estado de São Paulo, a população tem avaliado positivamente esse governo. Obviamente nós apoiamos, nós defendemos, nós votamos com o governador, porque acreditamos nas suas ideias, na sua liderança, presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra, o deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Marcio Nakashima. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.)

Deputado Altair Moraes. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.)

Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

Se V. Exa. me permite, só queria fazer aqui uma correção numa afirmação feita pelo deputado Gil Diniz: o Guilherme Boulos, o deputado federal mais votado do estado de São Paulo, com mais de um milhão de votos, trabalhou sim, ele foi professor categoria “O”.

Foi trabalhador, foi terapeuta, ele é um grande intelectual, ele é um filósofo, ele tem mestrado na área de psiquiatria, fez o curso de psicanálise e atendeu durante um bom tempo, teve consultório, foi psicanalista. Então, ele foi um trabalhador, sim, da sua área.

Com a palavra, o deputado Reis.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.

 

* * *

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputado Giannazi, eu vou dizer ao deputado Gil Diniz que é verdade que o PT fez grande oposição ao Sr. Geraldo Alckmin.

Eu mesmo, na Câmara, fiz várias cobranças ao governador com relação à Polícia Civil. E é papel nosso fazer isso. Agora, em um dado momento, houve uma frente ampla, e ninguém tem ideia fixa. Só os loucos que têm ideia fixa, que não mudam de ideia.

Então obviamente foi necessária a aliança, dentro dessa frente ampla, para derrotar o Bolsonaro. E o Bolsonaro foi derrotado.

Talvez nós não tivéssemos construído essa frente ampla, talvez estaria aí, no governo federal, o Bolsonaro. Então toda essa engenharia política deu certo. Mas é papel da oposição opor. Então não estamos aqui para alisar a cabeça do governador. O que tiver de falar, a gente vai falar, cobrar.

E o governador também, ele está muito bem, é verdade. O Gil Diniz falou que uma grande parte da população, pelas pesquisas, está apoiando o governador. A gente espera que ele faça um bom governo, para o bem da população de São Paulo.

Que ele dê resposta, por exemplo, para o Iamspe, para os servidores públicos, que estão sofrendo. Que ele dê uma resposta para a questão da valorização dos servidores públicos, com salários dignos.

Que ele pare com essa ideia de vender tudo o que ele vê pela frente. Porque, ao que me parece, ele está querendo sair do cargo de governador para virar corretor. E eu pesquisei, lá no banco de dados do Creci, que ele não tem licença para a corretagem. Não há licença para sair vendendo tudo. Então ele tem que parar um pouquinho com isso.

Eu quero fazer coro com o deputado Gil Diniz e o deputado Carlos Giannazi, para cobrar sim o bônus dos funcionários da Segurança Pública. Porque eu recebi mais de 200 e-mails, de servidores da Segurança Pública, cobrando esse bônus. Eu não sei o que acontece no governo que, de repente, eles sacrificam uma determinada categoria.

E eles estão sacrificando os policiais, porque não cumprem o seu papel, papel elementar. A questão dos remanescentes do concurso da Polícia Civil, que estão cobrando também que sejam nomeados, que sejam chamados para fazer o curso de formação. Eles mandam e-mail, mandam zap: “Deputado, está acontecendo isso, acontecendo aquilo”.

Então o governo tem que parar de fomentar essas pautas negativas. Se ele está bem, para uma parte da sociedade, corrija essas pautas que hoje são negativas, que ele fica melhor. Então, melhorar o salário dos policiais, o aumento dos policiais civis, dos policiais militares, dos policiais técnico-científicos, dos policiais penais.

A regulamentação da Polícia Penal, por que tem que demorar tanto? Eu já estou construindo um projeto de regulamentação, e vou apresentar nesta Casa. Já que o governo não faz, eu vou fazer. “Ah, mas é inconstitucional, tem vício de iniciativa”. Mas nós vamos promover o debate.

Nós vamos protocolar o projeto e vamos promover o debate. Então o governo deveria ser mais ágil, dar respostas mais rápidas, não ser tão lento. Ele prometeu a regulamentação da Polícia Penal para o mês de agosto do ano passado. Nós já vamos chegar em agosto de 2024, e é bem provável que essa matéria ainda não tenha chegado aqui.

Então são cobranças que têm que ser feitas, e ainda bem que o Gil Diniz tem essa lealdade com essas pautas, e também, ajudar a cobrar. Porque, quando ele cobra, ele está se colocando como verdadeiro representante daqueles que os elegeram, representante do povo.

E não, funcionário do governador. Não, empregado do governador, como tem alguns deputados aqui que se colocam como se fossem serviçais do governador. E deputado não é serviçal do governador. Deputado é serviçal do povo.

Agora eu também quero repercutir os vetos. O vetador geral do Estado voltou a atacar. O vetador geral atacou hoje, no Diário Oficial. Apareceu lá a sua digital em vários projetos.

E projetos importantes. Eu quero mostrar a relação, fiz uma relação dos projetos vetados. O PL 514, do deputado Altair Moraes, “Inclui a disciplina “Noções Básicas de Direito”, no currículo do ensino médio das escolas da rede pública do Estado.”

Quando foi aprovado isso aqui, o deputado ficou feliz. Ele saiu colocando nas suas redes sociais. “Olha, aprovei um projeto.” Aí o vetador-geral do estado vai lá: “Veto!”.

O projeto do deputado Delegado Olim e do deputado Carlão Pignatari regulamenta o controle e a fiscalização de produtos químicos, corrosivos ou agressivos, explosivos, inflamáveis e similares no estado. Ele também foi lá: “Veto!”. Veto total.

O PL 136, da deputada Paula da Bancada Feminista, institui a divulgação de números telefônicos voltados à denúncia e ao combate das práticas de discriminação e de injúria racial. Veto total.

O PL 583, do deputado Carlos Giannazi, institui o programa de proteção e apoio ao profissional da Educação vítima de violência. Ele é contra um programa de proteção e apoio aos profissionais da Educação. Veto total.

O PL 1.203, do deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira, autoriza o Poder Executivo a ceder o uso, a título precário, das áreas remanescentes do Rodoanel Mário Covas para que entidades possam implantar hortas comunitárias. Olha que projeto tranquilo, fazer hortas comunitárias naquelas terras que estão abandonadas. Veto total.

O PL 1.473, do deputado Suplicy, institui o serviço de disk-denúncia das comunidades terapêuticas. Veto total.

O PL 1.633, do deputado Oseias de Madureira, institui o uso do cordão de girassol como instrumento auxiliar de orientação para identificação de pessoas com deficiências ocultas. Teve um veto parcial.

O PL 26, da deputada Valeria Bolsonaro, hoje secretária da Mulher, institui a Semana Estadual da Defesa Civil. Olha, gente: Semana Estadual da Defesa Civil. Veto parcial.

O PL 454, da deputada Maria Lúcia Amary, institui o mês “Julho Dourado”, dedicado às ações da saúde animal e prevenção de zoonoses. Veto parcial.

O PL 138, de 2023, do Dr. Jorge do Carmo, autoriza a criação do Fundo Estadual de Apoio a Situações de Desastre, Calamidade e Emergência. Veto total.

O PL 1.275, do deputado Tomé Abduch, proíbe a emissão e o envio de boletos de pagamento para oferta de produtos e serviços, propostas de contrato ou propostas para associação sem autorização prévia do consumidor. Veto total.

O PL 1.629, do deputado Daniel Soares, institui a identificação de veículos de transporte de pessoas portadoras de transtorno do espectro autista, TEA. Veto parcial.

O PL 1.115, de 2023, do deputado Edmir Chedid, institui a política de prevenção do acidente vascular cerebral. Veto parcial.

O PL 1.124, do deputado Roque Barbiere, denomina “Leonardo Spachini” o Poupatempo em Penápolis. Uma denominação! Veto total.

O PLC 138... Bom, esse é do próprio governador. Dispõe sobre os cargos em comissão e as funções de confiança no âmbito da administração direta e das autarquias, altera as leis complementares que especifica e dá outras providências. Veto parcial. Quer dizer, até o projeto dele ele veta. Nem o dele escapou. É o vetador-geral do estado.

Então, isso é muito ruim. Eu inclusive fiz um estudo dos projetos na área da Segurança Pública. São 92 projetos que os deputados apresentaram no ano passado. Eu fiz um requerimento para o líder do Governo para que ele encaminhe à Casa Civil para que o governo diga quais desses projetos podem ser sancionados e quais, fazendo pequenas alterações, podem ser sancionados, para a gente não ver essa lógica, essa vetação geral.

O governador olha e é veto, veto, veto. Agora, ele não quer saber se é da oposição ou se é da situação. Até o dele ele vetou. Como é que o governo manda um projeto e ele veta? É porque ele se descuidou quando escreveu lá alguma coisa que depois ele discordou.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Vossa Excelência permite um breve aparte?

 

O SR. REIS - PT - Olha, eu vou terminar, porque já deu o tempo. Vossa Excelência pede uma comunicação e eu respondo, se a Mesa assim permitir. Então é isso, é para deixar aqui o protesto com relação a vetos de projetos tão importantes como esses que foram aprovados aqui. O vetador-geral do estado, no uso de suas atribuições, vetou.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Com a palavra, o nobre deputado Eduardo Suplicy, para uma comunicação.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente Gil Diniz. Bem, acho que muitos deputados estão um tanto preocupados com tantos vetos que foram realizados.

No caso do projeto de lei que procura colocar um aviso para que nas comunidades terapêuticas, se alguém presenciar qualquer abuso ali, ou ofensa aos Direitos Humanos, algum maltrato ali, que possa haver um telefonema de urgência, para que possam ser tomadas providências contra qualquer ação, às vezes até de violência, que possa ocorrer em uma comunidade terapêutica. E foi acatado aqui como algo de bom senso pelo conjunto dos 94 deputados.

Então, acho que seria próprio que pudesse o governador, quem sabe, ao invés de vetar, procurar aprimorar o projeto, algo assim, mas eu também fico preocupado da mesma maneira que V. Exa., deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - É, ele diz que V. Exa. invadiu a competência dele, e não houve estimativa de impacto orçamentário, por isso ele vetou.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, deputado Reis, deputado Eduardo Suplicy. Com a palavra a nobre deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gil Diniz, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, de volta à tribuna hoje, Sr. Presidente, eu quero aqui dizer que após as nossas denúncias aqui na tribuna da Assembleia Legislativa, após nosso mandato ter acionado o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, e também o Ministério Público Estadual, questionando o site oficial do governo estadual em relação às vendas que estavam sendo divulgadas nesse site de imóveis estaduais...

Eram vários os imóveis do estado de São Paulo, era uma liquidação geral. Eu demonstrei isso aqui várias vezes. O prédio da Alesp estava à venda, do Tribunal de Contas, do Ministério Público Estadual, prédios do Iamspe à venda, prédios de escolas estaduais, como a Escola Estadual Rodrigues Alves, o Instituto Butantan, enfim, fui demonstrando todos esses imóveis que estavam inseridos nesse site, muitos deles com preços, inclusive, Sr. Presidente. É algo sério, mas após a nossa denúncia o governo recuou, de forma vergonhosa.

Primeiramente, em um primeiro momento, ele retirou os imóveis do site, mudou “o que somos”, o texto do “o que somos”, para disfarçar um pouco, mas mesmo assim a situação ficou difícil para o governo explicar essa privataria bolsotucana de vender São Paulo, onde ele praticamente transformou o estado de São Paulo uma grande imobiliária.

Ou seja, o governo do estado virou uma imobiliária e o governador virou um corretor de imóveis. Mas depois das nossas denúncias o governo, o que fez? Tirou do ar o site, Sr. Presidente. Ou seja, nós conseguimos aqui fechar a imobiliária do governador Tarcísio de Freitas. Fechou. Está aqui o site. Se as pessoas entrarem agora, provavelmente não vão conseguir entrar. Não conseguem porque o governo tirou do ar.

Olha o que ele colocou aqui. Se você acessar agora o site. Aqui no telão, olha podem ver, Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Se você acessar aí da sua casa, no seu computador, no seu celular, o site “imóveis.sp.gov.br/imóveis”, você vai ver isso. “Em manutenção”.

Então, fechou. Fechamos a imobiliária. São Paulo está à venda. A imobiliária não está mais disponível, e os imóveis também não. Quero só ver o que o governo vai colocar no lugar, mas nós copiamos várias partes do site, dos imóveis, dos terrenos, com seus endereços, muitos deles com os preços, porque sabíamos que isso iria acontecer.

Nada mais previsível do que isso, e o que me deixa muito preocupado, além de tudo o que nós vimos, de todos esses imóveis à venda - Etecs, Fatecs à venda -, o que me deixou preocupado foi a contradição entre, por exemplo, o governo - aí foi um anúncio mesmo feito pelo secretário extraordinário de Projetos Estratégicos...

Eu me refiro aqui ao secretário Afif Domingos, que anunciou, na semana, que iria vender, leiloar 30 imóveis aqui da cidade e até um pouco fora do site. Ele anunciou a venda de 30 imóveis, sobretudo no centro da cidade.

Mas entre eles nós achamos estranho que ele anunciou o prédio do Iamspe, o prédio da administração. Aquele prédio enorme de 14.000 metros quadrados que fica ao lado do Hospital do Servidor Público Estadual. Está lá no anúncio feito pelo... Só pelo site não.

Está no site também, nesse site que agora está em manutenção, mas eu copiei aqui e eu fiquei estarrecido porque o Afif Domingos disse no seu depoimento, na sua entrevista, se eu não me engano, a Rádio Bandeirantes, que ele estaria vendendo por aproximadamente - aparecia na reportagem - 350 milhões de reais esse prédio do Iamspe, da administração do Iamspe.

Trezentos e cinquenta milhões numa área nobre de altíssima especulação imobiliária aqui perto do Ibirapuera, perto da Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas no site, Sr. Presidente, deputados e deputadas, o preço era outro; não era de 350 milhões.

Eu quero colocar aqui porque eu guardei, está aqui. Olhe, esse é o prédio da administração do Iamspe que fica na Avenida Ibirapuera, 981. O secretário disse que custa 350 milhões, mas, deputado Suplicy, olhe o preço. O preço, valor mínimo previsto em laudo de avaliação: quase um bilhão de reais; 926 milhões de reais e 82 mil. É muito diferente de 350 milhões.

Está aqui o preço, olhe: 926 milhões, quase 1 bilhão de reais custa esse prédio da administração. E, no entanto, o governo está dizendo... Essa é a avaliação do próprio governo, então tem uma contradição enorme. Isso é temeroso, isso é perigoso, Sr. Presidente, porque eu não sei se agora os outros preços colocados no site refletem a realidade do mercado.

Estou preocupadíssimo com isso, com esse anúncio feito pelo secretário Afif Domingos de que a venda será de aproximadamente 350 milhões de reais. Mas eu já pedi a convocação do secretário Afif, ele tem que vir aqui explicar esse leilão de 30 terrenos, Sr. Presidente.

Então nós vamos acompanhar isso, mas o fato é que nós conseguimos uma vitória. Não tem mais imobiliária. A imobiliária do corretor de imóveis Tarcísio de Freitas está fechada pelo menos por enquanto.

Está aqui, está em manutenção. E, por fim, Sr. Presidente, eu quero aqui me associar ao que disse o deputado Reis sobre os vetos. Eu fui contemplado hoje com o veto no meu projeto de lei.

Eu aprovei um projeto de lei aqui importante com o voto favorável de todos os deputados da Assembleia Legislativa. Um projeto de lei que tem a ver com um fato gravíssimo que vem acontecendo na Educação brasileira, nas nossas escolas, sobretudo em São Paulo, que é a violência contra as escolas, contra os alunos, contra os profissionais da Educação.

Eu aprovei um projeto aqui importante que teve a compreensão e o apoio de toda a Assembleia Legislativa, que cria um programa de apoio, de amparo aos profissionais da Educação vítimas da violência. Por exemplo, as professoras que foram esfaqueadas nas escolas agora recentemente.

Essas professoras deveriam ter o apoio com assistência médica, assistência psicológica, financeira e o projeto caminha nessa direção. É um programa importante, de tal forma que a professora tenha um amparo e o apoio do Estado; que ela não fique abandonada, que ela não tenha perda salarial enquanto fica afastada se recuperando para, em seguida, voltar à escola, inclusive sem a cessação dos contratos, se a professora é categoria “O”.

A “Folha de S.Paulo” tinha feito anteriormente, há umas duas semanas, uma matéria mostrando que o Estado, que a Secretaria da Educação, abandonou as professoras esfaqueadas: elas perderam os seus empregos, não tiveram assistência médica, não tiveram assistência psicológica.

O Estado foi lá no dia em que houve o crime, a violência; disseram, fizeram discursos, o governador, o secretário, mas depois eles abandonaram as professoras, tanto a da Vila Sônia, onde morreu a nossa colega professora Elisabeth, como também de outras escolas.

O nosso programa protege, dá amparo, de fato. A professora que foi esfaqueada faz o tratamento, o Estado vai custear o tratamento dela, vai pagar a terapia se houver necessidade, e ela não vai ter nenhuma perda do seu salário, ela vai continuar, e o seu contrato não será revogado.

Nada disso vai acontecer, não só com a professora e com o professor, mas com o agente de organização escolar, com o gestor da escola. Todos os profissionais que trabalham na escola são protegidos.

O governo vetou esse programa, Sr. Presidente, agora. E o pior é a justificativa falando que o governo tem um programa já para prevenir, fala mais de prevenção da violência.

O meu projeto é pós-violência, é após o crime, a violência, ter acontecido com os profissionais da Educação, de tal forma que as pessoas tenham esse apoio financeiro, psicológico, na área médica, na área emocional, para que em seguida a pessoa volte a lecionar quando ela estiver em condições em todos os níveis, para fazer esse retorno. É simples assim.

É uma reivindicação antiga do magistério nacional, não só estadual. Mas, infelizmente, o governador cometeu um gravíssimo erro, demonstrando desprezo pelos professores, sobretudo os professores categoria “O”, Sr. Presidente.

Mas nós vamos derrubar esse veto. Eu tenho certeza de que a Assembleia Legislativa não vai aceitar esse veto, porque nós temos que defender os profissionais da Educação, Sr. Presidente, contra a violência nas escolas, que é um tema gravíssimo hoje, não só os professores, mas todas as pessoas da comunidade escolar.

Então vamos derrubar esse veto imposto hoje pelo governador. Agora vamos fazer a defesa dos profissionais da Educação e vamos prosseguir com a nossa luta contra a violência nas escolas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra nobre deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Eduardo Suplicy. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, estudantes que acaba, de adentrar o plenário da Assembleia Legislativa para assistir à nossa sessão, deputado Gil Diniz, acho que seria importante que pudéssemos refletir um pouco sobre um dos temas que estava no seu pronunciamento: a preocupação com a violência que por vezes tem acontecido aqui em São Paulo, no Rio de Janeiro e em outros lugares, e com a violência que tristemente temos visto no noticiário internacional, sobretudo ali na guerra entre Rússia e a Ucrânia, e também na guerra entre Israel e a Palestina.

Gostaria de lembrar as palavras do papa Francisco ao recomendar a cada nação que procure colocar em prática aqueles instrumentos de política econômica e social que possam significar a realização da justiça em cada país, para que, então, possa haver paz dentro de cada país e também dentre os países, dentre as nações.

Nós precisamos caminhar na direção de realização da paz. Que possam os seres humanos compreenderem melhor o que tamanha desigualdade, que acontece dentro de cada nação e dentre as nações, certamente acaba contribuindo para essas cenas de violência que acontecem em nosso País com um nível tão alto de criminalidade.

 E também dentre os países, porque é um tanto absurdo que a humanidade aceite um volume tão alto de gastos em armamentos de aviões de guerra, navios de guerra, quando esses recursos poderiam, de alguma maneira, serem destinados a justamente colocar em prática aqueles instrumentos de política econômica e social que venham a elevar o grau de justiça.

Que instrumentos podem elevar o grau de justiça? Certamente, quando houve a abolição da escravidão, elevamos o grau de justiça na sociedade. Entretanto, uma vez proclamado o fim da escravidão, não foram tomadas as medidas necessárias para compensar mais de três séculos de escravidão.

Se nós proporcionarmos a todas as crianças, a todos os jovens, uma educação da melhor qualidade possível, e também aos adultos, especialmente aqueles que não tiveram oportunidades quando eram crianças, nós também estaremos elevando o grau de justiça. Se nós proporcionarmos a melhor qualidade de assistência à saúde na cidade, no campo e em todos os bairros de cidades como São Paulo, também estaremos elevando o grau de justiça.

Se nós proporcionarmos mais e mais oportunidades de economia solidária de formação de cooperativas para que haja o melhor entendimento possível entre empresários e trabalhadores, inclusive com a instituição de cotas de participação nos resultados.

Se nós também proporcionarmos mais e mais oportunidades de microcrédito à luz dos ensinamentos, por exemplo, do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, que, em Bangladesh, criou o banco do vilarejo, proporcionando às pessoas mais carentes, famílias, mães, somas modestas de crédito para que pudessem adquirir instrumento de trabalho a taxas de juros relativamente baixas, de tal maneira que essas pessoas pudessem adquirir aqueles instrumentos de trabalho para conseguir realizar uma atividade que proporcione a elas próprias e às suas famílias um padrão de vida melhor. E, ainda, poder pagar aquele empréstimo em 12 ou 24 prestações.

Se aperfeiçoarmos o sistema de transferência de renda. No Brasil, nós temos diversos tipos de transferência de renda, como o benefício da prestação continuada para famílias onde haja pessoas idosas com mais de 60 anos ou pessoas com alguma deficiência física ou de saúde.

Então, o governo proporciona união, um benefício de um salário mínimo para essas famílias.

Temos o Seguro-Desemprego, temos o “Bolsa Família” e temos já a Lei nº 10.835/2004 e que, confirmada na lei promulgada em julho do ano passado, a Lei nº 14.601 que, de um lado extingue o “Auxílio Brasil”, que foi criado pelo governo Jair Bolsonaro, que na verdade complicava mais o que proporcionava o “Bolsa Família”, e reinstitui o programa “Bolsa Família”, mas definindo-o como um passo na direção da transição do “Bolsa Família” para a implementação e universalização da Renda Básica de Cidadania que um dia, portanto, vai ser universal e incondicional.

Incondicional? Como assim? Para todos os brasileiros e brasileiras? Até, diz a lei, para os estrangeiros aqui residentes há cinco anos ou mais? Sim, só que aqueles que, como os empresários, como aquelas pessoas que, como nós deputados, que temos maior riqueza em relação às pessoas mais pobres no Brasil, iremos contribuir para que nós próprios e todos os demais venham a receber.

E, desta maneira, nós vamos ter, então, as vantagens da Renda Básica de Cidadania, como a extinção de qualquer burocracia envolvida em se ter que saber quanto cada pessoa ganha no mercado formal ou informal.

Eliminamos qualquer estigma ou sentimento de vergonha da pessoa precisar dizer: “eu só recebo tanto, por isso mereço tal complemento”, e é do ponto de vista da dignidade e da liberdade dos seres humanos que nós vamos ter a melhor qualidade da Renda Básica Universal.

Para aquela pessoa que, às vezes, não tendo alternativa, se vê incitada a aceitar um tipo de trabalho que possa colocar a sua saúde e vida em risco, o dia que houver a Renda Básica de Cidadania, esta pessoa vai ganhar o direito de dizer: “Não. Agora não preciso aceitar essa única alternativa que me surge pela frente, mas que vai ferir a minha dignidade, colocar minha saúde e vida em risco”.

Ela poderá dizer: “Agora, graças a Renda Básica para mim e cada membro da minha família, eu vou poder aguardar um tempo, até que surja uma oportunidade mais de acordo com a minha vocação, com a minha vontade”.

Eis porque a Renda Básica Universal irá elevar o grau de dignidade e liberdade real para todos os seres humanos. E eis porque o Brasil tem as condições muito propícias para se tornar o campeão mundial da “copa do mundo da Renda Básica de Cidadania”.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Agradeço, nobre deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente, havendo a concordância de todos os partidos e lideranças, peço que seja levantada a sessão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

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Mas antes, prezado presidente André do Prado e deputado Gil Diniz, eu gostaria de agradecer hoje à Comissão de Relações Internacionais que aprovou um requerimento de minha autoria, para que eu possa aceitar o convite realizado pelo Congresso Internacional da Basic Income Earth Network, que se realizará em 29, 30 e 31 de agosto próximo, na Universidade de Bath na Inglaterra, para que então eu possa participar, aliás, até como presidente de honra da Basic Income Earth Network, por ter sido o autor da lei que vai instituir a renda básica universal no Brasil.

Assim, pelo menos agora, ainda falta, acho que a votação no plenário, para que eu seja autorizado a representar a Assembleia Legislativa nesse congresso internacional da rede mundial da renda básica.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Com certeza, o requerimento de V. Exa., na próxima semana, colocaremos em votação e será aprovado, para que o senhor possa nos representar nesse congresso. Parabéns pelo trabalho.

Antes de levantar a sessão, deputado Eduardo Suplicy, senador, temos aqui hoje crianças da cidade de Cajati, de escolas de Cajati, que estão acompanhadas do nosso prefeito Koga, prefeito de Cajati, que está aqui em cima na tribuna de honra conosco, da secretária de Educação, Maria Claudia Brondani, também conosco aqui.

Estão também os vereadores da cidade de Cajati. Está aqui o nosso presidente da Câmara, o Alexandre Pacheco de Matos, também estão os vereadores e as vereadoras conosco, a Rosangela Aparecida Rodrigues, a Priscila Chagas, o vereador Walter José Romualdo, a vereadora Adenise Pedroso e o vereador Sidnei Aparecido Ribeiro. Todos da cidade de Cajati.

Na pessoa da criança Lucas Xavier, deputado Suplicy, deputado Gil Diniz, de 11 anos... Ele foi eleito o presidente mirim da Câmara de Cajati. Então, em nome dele, agradeço todas as demais crianças que estão aqui presentes visitando a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Uma salva de palmas para todos vocês. Sejam bem-vindos. Assim que tem que ser, as crianças exercendo cidadania, pensando no futuro de Cajati, do Vale do Ribeira, do nosso Estado e do nosso País. Muito obrigado a todos pela presença.

Havendo acordo de lideranças... O prefeito também, o Jefferson, chegou aqui da cidade de Barra do Turvo, prefeito Jefferson também presente conosco, também cumprimentá-lo e desejar boas-vindas a esta Casa.

Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 52 minutos.

 

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