Em 1925, o então distrito de Aparecida já era um grande centro de peregrinação: possuía 30 hotéis, 100 estabelecimentos comerciais e 841 edificações. Na ocasião, foi apresentado pedido de elevação à condição de cidade.
No entanto, o projeto foi rejeitado pela Comissão de Estatística da Câmara Estadual de São Paulo. Segundo o parecer, o distrito não reunia os dez mil habitantes exigidos pela legislação.
Como agravante, a Comissão destacou que o abaixo-assinado apresentado pelos moradores "fora grosseiramente falsificado, fato que poderia ser constatado pela mais descuidada inspeção ocular", nas palavras do próprio documento.
O dossiê foi ilustrado com mais de 40 fotos que registram o núcleo urbano em detalhes: a estação ferroviária, edifícios assobradados e a praça central com a antiga basílica, que abrigava a imagem de Nossa Senhora.
As fotos registraram um protesto bem-humorado de moradores contra a Câmara de Guaratinguetá, que não cumpria sua obrigação de remover o capim e o lixo das ruas.
A cidade só ganharia sua autonomia três anos mais tarde, em 17 de dezembro de 1928.