Na última terça-feira, 15 de fevereiro de 2022, o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) promoveu a primeira mesa do simpósio ?As Artes dos Quadrinhos e Zines (e além) se encontram com As Artes dos 100 Anos da Semana de Arte Moderna?. Esta primeira palestra teve como tema os universos ficcionais das artes (HQs e zines do Brasil, e além).
O evento foi aberto por Paula Schneider, analista legislativa do ILP, que fez uma breve introdução ao tema e em seguida apresentou o quadrinista, professor universitário e pesquisador Gazy Andraus, organizador do simpósio.
Passada a palavra para Gazy Andraus, foi feita uma rápida contextualização sobre a Semana de Arte Moderna que ocorreu, em 1922, na cidade de São Paulo. Segundo o palestrante, os quadrinhos e os fanzines não estiveram em pauta neste evento, mas essas artes estão dentro do processo de mudanças paradigmáticas artísticas, a vanguarda.
Em seguida, foi apresentado por Paula Schneider o mediador Henrique Magalhães, professor universitário aposentado, Doutor em Sociologia e autor da personagem de quadrinhos humorísticos "Maria". Magalhães faz uma introdução ao que ocorreu neste dia de simpósio e passa a palavra ao primeiro palestrante, o professor e pós-doutor em arte e tecnociência Edgar Franco.
Edgar Franco, também conhecido como Ciberpajé, deu início à sua exposição tecendo um paralelo entre a ruptura que a Semana de Arte Moderna de 1922 causou no universo artístico e a produção de quadrinhos e fanzines. O palestrante expôs uma história em quadrinhos de sua autoria, chamada ?O Redescobrimento?, que trata sobre a historiografia artística e a ruptura de uma visão mais mercantil da arte, que foi gerada pelo movimento modernista. Em seguida, é exposto o universo ficcional ?A Aurora Pós-humana?, também de sua autoria, para tratar sobre a tensão recorrente na sociedade contemporânea entre a gnose no contexto tecnológico e a hipertecnologia.
Dando prosseguimento ao simpósio, a segunda exposição foi de William de Lima Busanello, professor e especialista em História da Arte, que falou sobre o surgimento dos fanzines, que começaram como publicações não oficiais feitas por fãs dos mais variados temas. Busanello fez uma relação entre os fanzines e os movimentos de arte mais subversivos das vanguardas europeias, o Dadaísmo, o Surrealismo e o Futurismo. Para ilustrar essa relação, foi analisada uma edição da revista Klaxon, de 1922, que fazia parte do movimento modernista e se parecia, tanto em conteúdo como na diagramação, com um fanzine, e também a revista Verde, de 1927, que também possuía moldes subversivos.
O bloco final foi dedicado à resposta de perguntas efetuadas pelos espectadores por meio do chat online, no canal do YouTube do ILP.
O evento pode ser assistido no endereço: https://youtu.be/AHwgsyts0Xk