A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo promoveu, nesta terça-feira (18), a exibição do documentário "Eureca - um ABC para o Brasil". Solicitado pela deputada Paula da Bancada Feminista (Psol), o evento reuniu um público que assistiu à história do bloco de carnaval "Eureca", sigla para 'Eu Reconheço o Estatuto da Criança e do Adolescente'. O encontro também buscou divulgar a exposição, que possui o mesmo nome do documentário, que está no Espaço Heróis de 32 até esta quarta-feira (19).

"É importante que todos conheçam o bloco Eureca por ser protagonizado pela participação política de crianças e adolescentes em um momento de cultura, arte e resistência", afirmou a parlamentar.

O diretor do documentário, Thiago Fernandes, explicou que o processo de produção abrangeu ampla pesquisa, digitalização de arquivos e entrevistas que relembram experiências da infância desde os anos 1980. A narrativa percorre ainda a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Para Paula, o fortalecimento de políticas públicas é essencial para garantir que o ECA seja plenamente reconhecido e respeitado, especialmente nas periferias. "É fundamental promover saúde, educação, moradia, transporte, cultura, esportes e outros direitos sociais para atender com igualdade todas as crianças e jovens. Também é importante evitar que o Estado chegue às comunidades apenas pela via da violência; por isso, precisamos reforçar investimentos públicos", destacou a deputada.

Sobre o bloco

Criado em 1991, logo após a aprovação do ECA, o bloco de carnaval "Eureca" reúne crianças, adolescentes e educadores na defesa dos direitos da infância e da juventude. O primeiro desfile ocorreu em 1992 com o tema "O ECA tá aí, só falta cumprir" que enfatizou a urgência de colocar em prática as garantias previstas na legislação.

O movimento surgiu da iniciativa de educadores que buscavam aproximar o ECA da população por meio de uma abordagem lúdica. A ideia nasceu de um grupo de educadores que acreditava que a forma lúdica seria o melhor caminho para que as pessoas se apropriassem da nova visão do ECA, entendida como distinta do antigo Código de Infratores.

O evento na Alesp contou ainda com a presença de Markinhus Souza, coordenador do projeto Meninos e Meninas de Rua ? que teve sua trajetória marcada pelo movimento desde os 11 anos ?, além do artista visual Michel Sena.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão da Rede Alesp:

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