Carlos Araújo traça na pintura o caminho do homem ao seu Criador

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
17/01/2008 16:48

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Carlos Araújo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/carloaraujo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Ao observarmos a pintura de Carlos Araújo, não nos perguntamos o que é sua pintura, mas quem é seu autor. Carlos Araújo é um artista além de sua obra. Seu trabalho não é tão-somente para ser visto. Não pode ser julgado como o olhamos ou como se julga uma pintura nascida diretamente do olhar, da pincelada, da cor, das relações dos tons. Cada uma de suas obras nasce como nascem os mundos. Cada obra é um mundo à parte. Podemos julgar um mundo?

Suas obras não terminam onde termina a pintura, elas continuam. Elas parecem ter nascido antes de serem pintadas. É justo, pois, que vivam também além da superfície estrutural. Um sopro espiritual e etéreo envolve suas obras. Aquele sopro que inefavelmente continua muito além.

Seu discurso possui um grande impulso criativo que se adequa à natureza onde o sentimento permanece aquém da emoção. O movimento emotivo precede a interpretação, domina a escolha do tema, seleciona os dados que permeiam a esfera da congenialidade a sua sensibilidade artística.

Inspirando-se na técnica do "glacis", através da aplicação e superposição de uma série de camadas de cores finas, Carlos Araújo consegue um cromatismo extremamente sutil e vibrante. E, como resultado, alcança uma visão sobrenatural com diversas dimensões e profundidades. Frente a suas telas nasce uma nova relação que é, antes de tudo, uma segurança interior das motivações a serem alcançadas.

Os seus temas bíblicos são escolhidos com profunda e religiosa pesquisa, o que revela como a expressão pictórica, tem na base a inspiração Divina. Este é o caso do seu Estudo para uma figura bíblica, obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

As imagens do pintor constituem relato expressivo e representação vigorosa das passagens mais representativas das Sagradas Escrituras, a Bíblia. Não há dúvida que o espírito criativo e a grandeza da obra fazem de Carlos Araújo o Michelangelo do novo milênio.



O Artista



Carlos Araújo, pseudônimo artístico de Carlos Alberto de Araújo Filho, nasceu em São Paulo em 1950. Formou-se em engenharia pela Universidade Mackenzie de São Paulo (1975).

Autodidata, começou seus primeiros estudos de pintura com o painel "Alegoria para o carnaval" (1963). Em 1973 foi convidado a participar da exposição "Imagens do Brasil", em Bruxelas com a obra "O próximo passo", executada dez anos antes. Sua primeira exposição individual foi realizada em 1974 no Museu de Arte de São Paulo. Em 1979, criou o painel intitulado "Independência" para a exposição "5 séculos de arte no Brasil", realizada no MASP. Naquele mesmo ano, no mesmo Museu apresenta uma exposição com temática metafísica em grandes painéis incluindo "Os últimos dos Tapuias", "O centauro de Bourdelle brincando com a morte" e "Sonhos de São Jorge".

Por ocasião da beatificação do Padre José de Anchieta, sua obra "Anunciação" foi doada pelo governo de São Paulo à Sua Santidade o Papa João Paulo II. Desde 1980 a obra encontra-se nos Museus do Vaticano. A obra "Os operários" (1981), encomendada pelo Banco Itaú, marcou o início da fase social de sua pintura. Em 1984 realizou uma exposição no Museu de Arte Brasileira, da Faap, onde revelou o caráter ambíguo de seus personagens. Em 1987 realizou nova mostra individual no MASP, ocasião em que foi lançada uma monografia de sua obra editada por Claude Draeger de Paris. A convite da Galeria Fürstenberg, realizou em Paris uma exposição em 1989, ocasião em que lança "Os quatros cavaleiros do Apocalipse". A Fundação Danielle Miterrrand de Paris, em 1993, encomenda-lhe o painel "Meninos do Brasil". Desde 1994 inicia o projeto de ilustração de grandes painéis e litografias para a edição completa da Bíblia Sagrada. Cenas dessa obra são apresentadas no ano 2000 na Praxis International Art, em Nova York.

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