Guiomar de Souza pinta sob um impulso irresistível e sua pintura sempre foi uma necessidade de vida. Quando a vontade incontida de manipular a cor e a forma explode, existem momentos em que a artista não pode fazer outra coisa a não ser pintar.



O que imediatamente se nota em sua pintura é o magma da cor, densa e quente, que coloca na tela, fixando a imagem escolhida com uma feliz aproximação de ascendência claramente pós-impressionista.

Sobre cada elemento predomina a cor com suas fortes ascensões, caracterizando sua linguagem pictórica. Os temas afloram em suas telas numa visão intensamente subjetiva e concretizada com robustas pinceladas espontâneas e imediatas movidas pelo calor da inspiração incontida que suscita a beleza do mundo.

A arte de Guiomar de Souza é ligada à vida e é, portanto, expressão de vida, feita de realidade, de cor e de luz que saem de uma paleta diversificada, onde os tons e os semitons se entrelaçam, se decompõem e se recompõem numa policromia cativante, capaz de constituir um todo harmônico plenamente realizado.



Como pode se verificar através das obras que estarão expostas no Espaço Cultural V Centenário entre os dias 12 e 23 de junho próximo.





A artista





Guiomar, pseudônimo artístico de Guiomar Rodrigues de Souza, nasceu em São Paulo, em 1918. Desde criança manifestou seu interesse pelo desenho e pela pintura, chegando a pintar na escola escondida de seus professores. Na falta de material apropriado pintava com batom e sombra para olhos.



Seguiu cursos de pintura e desenho na Escola de Belas Artes, na Faculdade Panamericana e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Freqüentou os ateliês de Sérgio Longo e Severino Ramos, onde se especializou em impressionismo, neoclássico e surrealismo. Com o professor Moro, da Art Place, se dedicou a pintar naturezas mortas e motivos florais.



Participou das seguintes exposições individuais: Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, São Paulo (1981); Espaço Cultural do Banco do Brasil, São Paulo (1982); Cantina do Marinheiro, São Paulo (1985); Vista ao Mar, Santos (1986); Espaço Cultural do Sheraton Mofarrej, São Paulo (1988); Espaço Cultural do Residence Sutton House, São Paulo (1990); Espaço Cultural do Banco Real, São Paulo (1992); Espaço Cultural Parque Balneária, Santos (1994); Terrina Jardins, São Paulo (1996); Peixe com Banana, Ubatuba (1998); Piccolo Giovanni, Santos (2001); Espaço Cultural Ilha Porchat Clube, São Vicente (2002); e Espaço Cultural de A Hebraica, São Paulo (2003).

Esteve presente em diversas mostras coletivas, destacando-se entre elas: Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, São Paulo (1980); Espaço Cultural Banco do Brasil, São Paulo (1983); Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, São Paulo (1985); Espaço Cultural Nossa Caixa, São Paulo (1988); Tênis Clube de Campos do Jordão (1989); Ateliê de pintura de Sergio Longo, São Paulo (1990); Centro Cultural Itaú, São Paulo (1992); Casa da Marquesa de Santos, Santos (1995); Espaço Cultural Banco Real, São Paulo (1998); Galeria Art Place, São Paulo (1999); Galeria André, São Paulo (2000); Galeria São Luiz, São Paulo (2001); Galeria Valoart, São Paulo (2002); Espaço Cultural Incor, São Paulo (2006).



Em 2003, recebeu Menção Honrosa e em 2004 o 3º Prêmio do Concurso do Banco Real. Suas obras encontram-se em coleções particulares de São Paulo, Santos, Campos do Jordão e Ubatuba, bem como no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.