São Sebastião localiza-se ao norte do litoral paulista, onde a serra do Mar avança até a costa marítima, dando à região cenários paradisíacos. No local, foram encontrados indícios da existência dos "homens dos sambaquis" " sambaquis são depósitos de conchas e restos de utensílios de civilizações anteriores que, com o passar do tempo, passam por um processo de fossilização. A ocupação colonial, responsável pela remoção de índios tupiniquins e tupinambás, que na época habitavam a região, remonta ao final do século 16. A partir do século 17, inicia-se o cultivo de cana-de-açúcar e a vila se desenvolve. São Sebastião também foi o porto que serviu para o escoamento do contrabando de ouro vindo das Minas Gerais. Na segunda metade do século 19, as cidades do Litoral Norte de São Paulo passaram por uma estagnação econômica. Tal fato se deve à instalação das vias férreas que interligavam o interior do Estado e o Rio de Janeiro, desviando o transporte de mercadorias para longe das cidades dessa região, e ao esgotamento dos ciclos da cana e do café. Com a decadência das atividades portuárias e dos ciclos econômicos anteriores, a área caiu no esquecimento, havendo também um decréscimo populacional a partir do fim do século 19. A economia da região voltou a se fortalecer a partir da instalação da Petrobras, a partir da década de 1960, e com a melhoria da rodovia que liga São Sebastião a Santos, o que favoreceu a atividade turística. Arquitetura histórica Percorrer o centro histórico de São Sebastião é descobrir tesouros da arquitetura colonial a cada esquina. O município teve diversos quarteirões tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) em 1969. O destaque é a Igreja Matriz, erguida no século 17, e reconstruída no início do século 19, cujo prédio foi feito em taipa e manteve características da influência jesuítica. A Casa de Câmara e a Cadeia têm arquitetura do século 18, similar a construções antigas de Minas Gerais. A Casa Esperança, localizada na rua da Praia, é a construção histórica mais nobre do município, construída em pedra e cal, com argamassa feita da moagem de conchas, areia e óleo de baleia. As peças em pedra que ornam as esquadrias e as pinturas do teto demonstram a riqueza incomum nas construções da época. A sede da Secretaria de Cultura e Turismo, que data do início do século 20, abrigou o primeiro grupo escolar do município. Ainda no centro está a capela de São Gonçalo, a primeira construída em São Sebastião, onde podem ser vistas importantes peças da história sebastianense no Museu de Arte Sacra. O convento de Nossa Senhora do Amparo, no bairro de São Francisco, é o prédio mais antigo do município, datando do século 17. A Fazenda Santana, no Pontal da Cruz, ainda conserva o grande aqueduto e a engrenagem do engenho de cana. Do início do século 20 é a Casa Dória, no centro da cidade, que é um exemplo da transição entre a arquitetura colonial e a moderna. A sede da Divisão de Patrimônio Histórico Cultural do município está no sobrado da Praça da Matriz, construído no século 19. Ali podem ser obtidas todas as informações sobre a memória arquitetônica e cultural de São Sebastião. Patrimônio ambiental Protegidas por lei, as praias de Barra do Sahy, Maresias, Toque Toque Grande e Toque Toque Pequeno ainda guardam construções originais caiçaras, e são algumas das 30 praias da cidade. O Parque Estadual da Serra do Mar, criado em agosto de 1977, é um dos maiores patrimônios naturais de São Sebastião. A legislação estadual protege a vegetação que recobre as encostas da Serra do Mar e as densas florestas que se estendem até a beira-mar. O município de São Sebastião foi pioneiro no país na criação de legislação municipal exclusiva para a preservação ambiental. A Lei 848/1992 contempla uma série de medidas no sentido de garantir a preservação de espaços ambientalmente importantes. A lei criou ainda a Guarda Ambiental, um corpo treinado para atender à população no que se refere ao cumprimento da Lei 848/1992. Mais recentemente foi criada, por decreto, a Área de Preservação Ambiental (APA) Alcatrazes, que cobre um longo trecho da área marítima e costeira, além da vegetação de restinga no município. Outro decreto cria a área de preservação na orla sul da praia de Boiçucanga, proibindo novas construções no local. Desta maneira, o município está protegido tanto por legislações estaduais quanto municipais para procurar manter intacto seu patrimônio ambiental. Esportes e ecoturismo Áreas naturalmente privilegiadas permitem a prática de esportes náuticos. A região possui inúmeras cachoeiras e trilhas, atraindo praticantes de ecoturismo. A existência dos ecossistemas da Mata Atlântica, serra do Mar e da zona costeira garantem a visualização da diversidade ecológica. Trilhas dos mais variados níveis de dificuldade são supervisionadas, de modo a orientar os interessados em conhecer a área. Há várias opções de hospedagem: hotéis, pousadas, chalés e campings. São Sebastião ainda impressiona pela vasta gastronomia, com pratos caiçaras e da cozinha nacional e internacional. Acesso O acesso ao município pode ser feito pela rodovia dos Tamoios, partindo da rodovia dos Trabalhadores ou pela Rio-Santos. A cidade dista 159 quilômetros da capital. Fontes: www.saosebastiao.com.br; www.portaldolitoral.com e http://www.saosebastiao.sp.gov.br.