Escultoras projetam através das obras a própria visão sobre a mulher Emanuel von Lauenstein Massarani Somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o Dia Internacional da Mulher, em homenagem às mulheres que morreram numa fábrica em 1857. Vale relembrar que a manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano. Por outro lado, o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. Depois de muitos anos de reivindicações e discussões, elas conquistaram o direito de votar e serem eleitas para cargos no Executivo e no Legislativo. Entretanto, só em 1975 a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas. Em homenagem ao dia a elas dedicado publicamos nesta edição uma página comemorativa reproduzindo esculturas realizadas por artistas femininas cuja obras pertencem ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. "Vênus", de Adina Worcman "A propensão em intuir as formas plasticamente se revelou muito cedo em sua escultura, e o traço se imprime agora na matéria a ser plasmada com significados pouco comuns. A escultora infunde, no modelo encorpado e sensível, os acentos de calorosa participação humana e de intensa interioridade." "Brasil 500 Anos", de Belkiss Diniz "A obra revela uma artista com conhecimento de anatomia que ao mesmo tempo consegue transmitir os anseios das nações indígenas por um Brasil cada vez melhor e integrado." "Renascimento", de Daisy Nasser "Daisy Nasser alcança a dimensão da poesia, não como dado especulativo dos sentimentos, mas como espaço aberto ao belo. Vultos, corpos, estruturações essenciais são resolvidas no movimento colhido na expressão artística que os aproximou, roubando dos mesmos o motivo realístico." "A Gorda", de Leya Terranova "Sem ser obrigada a respeitar a realidade fotográfica desenvolveu a sua tendência estética, obtendo resultado espetacular. Particularmente vigorosa foi a disciplina que a guiou para modelar sua figura, porque vigorosos também são os sentimentos humanos pelo tema enfocado." "A Grávida", de Rosa Serrano "Liberada de toda a convencionalidade acadêmica, amadureceu sua experiência na informalidade que não renega e mantém em suas esculturas. No seu figurativismo pessoal e estilizado, Rosa Serrano equilibra plasticidade e ritmos, síntese de conteúdos metafísicos e linhas harmônicas." "Mestiça", de Rosina D'Angina "Beleza de ritmos, seriedade de intenções, profundidade de estudo, poder de síntese e serenidade clássica constituem suas características." "Ligações Perigosas", de Temis de Paris "Sua obra reflete a sua interpretação pessoal da era em que vivemos: uma "era tecnológica" feita de máquinas, de aço e de alumínio, caracterizada pela solidão e pela ansiedade, fria e às vezes quase desumana, contudo com momentos de forte romantismo."