Na variada e mutável articulação da pintura contemporânea, a obra de Letícia Almada contém dentro de si as linhas de uma precisa busca de imagens, de sensações, de emoções que explodem no quadro de uma visão genuína da "verdade natural". Em suas telas a cor assume um caráter predominante, transformando-se em condição essencial, através da qual a artista alcança A completa realização do tema escolhido. A pincelada robusta de Letícia Almada dá o sentido de unidade na recuperação dos valores ambientais, das dimensões alternativas que se tornam o elemento significativo da pesquisa, da elaboração pictórica densa de breves anotações líricas destinadas a fixar sobre a tela um momento sugestivo de criação. A artista se exprime através de uma vasta gama de seus temas, onde o encantamento se abre num sentimento do tempo que engloba em si mesmo as noções de uma realidade ligada aos mitos da natureza vista e absorvida com imutável amor. Estamos de pleno acordo com o poeta mineiro Aquiles Branco quando afirma que Letícia Almada "consegue extrapolar o caminho do entendimento do ser humano em todas as suas áreas e nos dá a dimensão do nosso mundo em suas formas e cores, fazendo com que a beleza esteja sempre presente em tudo aquilo que toca". A obra "Florada na Serra", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, se destaca pela vitalidade das flores, cores e formas que se harmonizam perfeitamente, e nos possibilita não somente "admirar", mas também "ler" a natureza como através do canto dos poetas. A artista Letícia Almada nasceu em Cataguases, MG, em 1954, onde realizou seus estudos e iniciou-se desde muito jovem nas artes plásticas. Participou das seguintes exposições individuais: II Mostra de Artes, "Galeria Furnas", Rio de Janeiro (1988); V Salão "Armando Vianna", "Academia Brasileira de Letras", Rio de Janeiro (1989); "Espaço Cultural Banco do Brasil", Cataguases, Minas Gerais (1990); "Hotel Fazenda São Domingos", Guiricema, Minas Gerais (1991); Espaço Cultural "Hotel Meridien" - Copacabana, Rio de Janeiro (1992); Espaço Cultural Restaurante "La Mole" - Niterói, Rio de Janeiro (1992); Espaço Cultural Hotel Pousada "La Coloniale" - Búzios, Rio de Janeiro (1994); "Espaço Cultural Unibanco Vitória", Espírito Santo (1995); Atelier "Letícia Almada" (1997, 1998 e 1999); e Instituto Cultural "Francisca de Souza Peixoto", Cataguases, Minas Gerais (2000). A partir de 1988, esteve presente em diversas mostras coletivas, entre elas: "Filhos da Terra", Cataguases, Minas Gerais (1988); Espaço Cultural "Hotel Corona" - Itatiaia, Rio de Janeiro (1989); Galeria Portinari "Ritz Plaza Hotel", Juiz de Fora, Minas Gerais (1992); Espaço Cultural "Caixa Econômica Federal", Cataguases, Minas Gerais (1993); "Casa de Pedra", Simões de Assis Galeria de Arte - Curitiba, Paraná (1995); "Arts from Brazil Gallery", Soho, Nova Iorque, Estados Unidos (1996); Galeria "Pro Arte" - São Paulo (1996); Galeria de Arte "Hotel Brasilton", Contagem, Minas Gerais (2001). Nos anos de 2000 e 2001, participou na elaboração do livro "Arte Brasil" (vol. 2, Editora R, ano 2000, Belo Horizonte, Minas Gerais); e do "Projeto Arte Brasil: Anuário da Arte Brasileira", vol. 3, edição 2000/2001, Belo Horizonte. Suas obras encontram-se em diversas coleções particulares de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.