Yago Tauá: energia e sensibilidade na formação de suas esculturas cubo-futuristas Mais de cem anos nos separam do início do cubo-futurismo e da abstração, eis que surge entre nós em inícios do novo milênio um jovem artista paulista cujas esculturas podem ser enquadradas na sua periferia. Trata-se de Yago Tauá, um escultor rigoroso, intelectualmente estilizador, de conformidade à sua estrita concepção da forma. O artista adota um estilo semi-figurativo que permanece fundamental em suas obras, onde o côncavo é estilizado com moderação e não afeta o volume na sua essência. Seu sentido vivo do ritmo e da composição está associado à uma luminosidade clara e obscura. Em razão de sua gênese espiritual, a atual obra de Yago Tauá pertence ao mundo da ordem e do equilíbrio. Sob seu aspecto límpido a obra leva a marca de nosso tempo e da vida de nossos dias. Em outras, as partes côncavas que o artista abre na massa escultórica, exercem um fascínio imediato. A partir das bases, os planos de suas esculturas se projetam harmonizados em direção diferente com um sentido equilibrado da proporção. Cada curva, cada sinuosidade, se resolve no movimento seguinte. Por trás das novas figuras existe um sentido rítmico, quase arquitetônico do espaço, onde os efeitos decorativos são eliminados. Sua obra possui amplitude espacial e suas formas fluidas e elegantes demonstram energia e sensibilidade na formação dos volumes. A escultura "O Galo", em mármore de Carrara, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, constitui um belo exemplo onde às curvas denotam um sentido estético bem desenvolvido. A simplificação que resulta é ao mesmo tempo elegante e repleta de imaginação. O artista Yago Tauá, pseudônimo artístico de Yago Tauá Rodrigues Neves, nasceu em São Paulo em 1979. Transferiu-se com a família para Iguape, SP em 1981, onde realizou seus estudos fundamentais. Formou-se em biologia pela Faculdade de Registro, Vale do Ribeira (2003). Influenciado por seu pai, o escultor Arnaldo Neves, desde pequeno passou a se familiarizar com mármore e granito, ensaiando suas primeiras esculturas. Atualmente além do mármore pesquisa a madeira para futuras criações. O artista paulista permaneceu na Itália desde setembro de 2008 realizando um estagio no ateliê do consagrado artista William Tode em sua propriedade "Il Parnaso", na cidade de Gonzaga, na província de Mantova, no norte da Itália.Desde setembro ultimo ali produziu cerca de uma dezena de obras que estão sendo fundidas em bronze na tradicional Fundição Brustolin de Verona. Considerado um dos maiores protagonistas da arte contemporânea italiana, William Tode foi durante mais de 30 anos um dos artistas mais empenhados e significativos do neorealismo italiano na pintura e do cubismo futurista na escultura. Após conquistar o Premio Roma 2009, em sua primeira edição, e seu aperfeiçoamento em escultura com o grande mestre na "Fondazione Villa il Parnaso", participou do "Nuovo Gruppo Valori Plastici" e da mostra comemorativa do centenário da fundação do futurismo na Alemanha e na Itália no Palácio Real de Caserta, sob a coordenação artística do filosofo Carlo Roberto Sciascia. Possui obras em coleções particulares de São Paulo e do Paraná e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.