As esculturas de Mary Andery seguem os antigos ensinamentos de Rodin de criar figuras em movimento em que os membros dos seres humanos se abrem em todas as direções possíveis, dando-lhes um efeito plástico harmonioso. A artista vê no ser humano, sentido com autêntica dignidade, sobretudo a criatura divina. De tal maneira, natureza e humanidade conseguem se identificar numa visão sóbria, purificada, na qual a matéria se torna instrumento de comunicação espiritual. O que surpreende num talento intuitivo como o de Mary Andery é a absoluta naturalidade com que suas esculturas tomam conta do espaço. A artista sente a matéria, consegue com ela estabelecer uma relação completa até a sensualidade. Suas figuras humanas, seus pássaros harmoniosamente lançados para o espaço revelam sem dúvida uma originalidade particular e uma continua adesão ao novo realismo figurativo. A escultora vence o espaço através de volumes parcialmente compactos, suas figuras se unem seja por um jogo formal ou por uma inconsciente atitude idílica, para nos lembrar gestos ancestrais dos nossos antigos e repropostos dentro de um espaço alimentado por uma subterrânea transcendência, onde uma ordem parece ser aceita e redescoberta após o caos das origens onde o homem sabe de ter de se colocar como elemento de medida e harmonia. A obra A Paz no Novo Milênio, doada ao acervo artístico do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, projeta no seu simbolismo movimento e plasticidades harmoniosas. Nela se individualiza a vontade de alcançar um equilíbrio entre expressão subjetiva e interpretação realística. A artista Mary Andery, pseudônimo artístico de Mary Abrão Andery, nasceu em 1930. Formou-se em educação artística e artes industriais. Iniciou a carreira artística realizando trabalhos de pintura e cerâmica em 1961. Em 1992, passou a integrar o Grupo Atelier e Arte de Cristina Roese, em Campinas, SP, desenvolvendo esculturas. Em 2002, junto a um grupo de colegas artistas, fundou o Atelier do Artista, em Campinas, onde atualmente desenvolvem seus trabalhos. Participou de diversas exposições coletivas e individuais, destacando-se entre elas: Cerâmicas, Fundação Mokiti Okada, Campinas, SP (1992); "Múltiplos", Galeria Tripoly, Campinas, SP (1993); "Revelações Interiores", Galeria do Tênis Clube, Campinas, SP; II Salão Arte Contemporânea, Campinas, SP; VII Salão de Artes Plásticas de Mogi Mirim, SP; Galeria Arte & Market, GMF Studio Press, AAPS, Sousas, Campinas, SP (1994); IX e X Salão de Artes Plásticas "Francisco Cimino", Amparo, SP (1995 e 1996); Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, Campinas, SP; Espaço Cultural Shopping Iguatemi Campinas, SP (1995); Galeria de Arte Cristina Roese, Campinas, SP (1996); Arte em Casa, Vinhedo, SP; Casa D' Itália, AAPS, Campinas, SP; Semana do Renascimento do Colégio Notre Dame, Campinas, SP (1997); Galeria de Arte Cristina Roese - Campinas, SP; Brasil 500 anos de Arte, Galeria de Arte Santa Fé - São Paulo, SP; "Instintiva", Foyer do Teatro de São João da Boa Vista, SP (1998); Clube Recreativo do Centro do Professor Paulista, Campinas, SP; Galeria Solar do Rosário, Curitiba, PR; Ball Room do Gran Meliá São Paulo Hotel - São Paulo, SP; "6 em 1", Caixa Econômica Federal, Campinas, SP; "Teu nome é mulher", Shopping Galeria, Campinas, SP (1999); Círculo Militar de Campinas, APESEC, Campinas, SP; Clube Cultura, Campinas, SP; IX Sindicon, Arte; V Salão Nacional de Arte Contemporânea, Campinas, SP; (2000); Atelier Cássio Ribeiro, Campinas, SP; IV Semana Fernando Furlanetto, Espaço Cultural Fernando Arrigucci, São João da Boa Vista, SP (2001); XV e XVI Salão de Artes Plásticas de Mogi Mirim, SP (2002 e 2003); VIII Salão de Artes da Primavera de Itu, SP (2002); XII Sindicon, Arte, IV Salão Nacional de Belas Artes; IV Nacional de Arte Figurativa Moderna, Campinas, SP (2003). A artista recebeu diversos prêmios, medalhas, menções honrosas, mimos e possui obras em diversas coleções particulares, oficiais e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.