Os alunos fizeram a lição de casa: nesta sexta-feira, 8/11, em clima de debate democrático, os 94 estudantes de ensino médio eleitos para o Parlamento Jovem 2015 tomaram posse e elegeram a Mesa Diretora da 15ª edição do evento que transforma jovens em deputados por um dia. Antes da votação, os parlamentares jovens ouviram palavras de estímulo do presidente da Assembleia Legislativa, Samuel Moreira, que fez na ocasião uma profissão de fé na democracia. Ele lembrou o momento atual, marcado por manifestações populares que exigem mais da classe política. "E é bom que assim seja", completou. Nesse momento, "é muito importante fortalecer a democracia, que não se resume a votar, é um sistema em que escolhemos viver", disse Moreira. Isso significa que todos devem submeter-se ao ordenamento jurídico, cumprindo seus deveres e usufruindo de seus direitos, esclareceu Moreira. "Mas muitas regras têm que mudar, especialmente a que define a escolha dos políticos. É importante termos situação e oposição, uma pluralidade de partidos. Mas não é possível fortalecer o país com um sistema em que há 32 partidos", defendeu o presidente, posicionando-se em favor de uma reforma política. Mas enquanto forem essas a regras em vigor, é preciso cumpri-las na íntegra, ressalvou. "E esperamos que os jovens venham conosco, no caminho de melhorar cada vez mais a atividade política", concluiu. Participação na política Uma das idealizadoras do Parlamento Jovem, junto com o então deputado Cesar Callegari (atual secretário da Educação da cidade de São Paulo), a deputada Célia Leão (PSDB) definiu o evento como um momento "mágico", que reforça a ideia de que a educação é o único caminho para o crescimento das pessoas. "É importante que os jovens tomem conhecimento e se informem sobre o Parlamento e o que significa ser político, homens e mulheres que se dispõem a servir a sociedade", ela observou. Outro exemplo para os deputados jovens foi dado por Rafael Camargo, eleito prefeito de Tabatinga aos 22 anos. Ele participou do Parlamento Jovem em 2004, aos 14 anos, e em 2007, aos 17. "É muito difícil definir a importância que o Parlamento Jovem tem para um jovem que pretende mudar o Brasil no cenário da participação sociopolítica", disse Camargo. Mesmo aqueles que não prosseguirem na política, extrairão da experiência um olhar mais apurado sobre a realidade do Parlamento e uma visão mais crítica como cidadãos, disse. Na véspera da realziação do Parlamento Jovem, em palestra com o secretário geral parlamentar da Assembleia, Rodrigo Del Nero, os participantes foram apresentados aos procedimentos de tramitação de projetos e de eleição do presidente da Casa, que fazem parte do processo legislativo. Eleição da mesa A objetividade com que se dirigiu aos jovens parlamentares valeu a William Silva (Partido da Juventude) a maioria de votos que, em segundo turno, elegeram a chapa Ação Jovem para presidir os trabalhos. "Peço a vocês um voto de confiança, visando o melhor para todos nós, para que possamos executar um bom trabalho e desfrutar de um bom Parlamento Jovem", disse William, antes de recebe o sufrágio de 52 pares, contra os 35 dados a Juventude em Ação, presidida por Denner Santos Jr. (Partido da Agricultura). Nesta edição do Parlamento Jovem, sete eleitos faltaram à cerimônia de diplomação e posse. Em nome dos 87 presentes, Ingrid Barbosa (Partido do Emprego), de Pirassununga, prestou o juramento solene. No processo eleitoral, concorreram três chapas. No primeiro turno, Ação Jovem (presidente, William Silva, do Partido da Juventude; vice, Giovanni Ezahya; 1ª secretária, Dandara Santos; 2ª secretária, Thainara Eisser, todos do Partido dos Esportes) teve 42 votos. Juventude em Ação (Denner Santos Jr e Juan Andrade, presidente e vice, ambos do Partido da Agricultura; Rafael Silva e Carlos Vieira, 1º e 2º secretários, os dois do Partido dos Direitos Humanos) ficou em segundo lugar, com 28 votos. Em terceiro lugar, com 17 votos, ficou a chapa Educação como Solução, representada por Murilo Botelho (presidente), Vitor da Silva (vice), Rafaela Oliveira (1ª secretária) e Pedro Ayrolla (2º secretário), todos do Partido da Educação. A eleição mostrou que, no Parlamento Jovem, nem sempre os partidos de maioria ganham. O presidente foi candidato pelo Partido da Juventude, que elegeu apenas dois parlamentares jovens. Já o Partido da Educação, com maior número de escolhidos (29), perdeu a disputa já no primeiro turno. As bancadas se distribuíram da seguinte forma: Partido da Educação, 29 eleitos; dos Direitos Humanos, 16; da Natureza, 14; da Saúde, 7; da Cultura, 7; da Segurança Pública, 6; dos Esportes, 3; do Emprego, 3; da Defesa do Consumidor, 3; da Juventude, 2; da Habitação, 2; e da Agricultura, 2.