A Comissão de Educação e Cultura, presidida por João Paulo Rillo, ouviu informalmente os professores (em greve) e alunos do Centro Paula Souza (Etecs e Fatecs) reivindicarem a aprovação do PLC 7/2014, que institui plano de carreiras para os servidores da instituição. Aos deputados que estavam presentes na reunião da comissão, juntaram-se outros que, mesmo não pertencendo à comissão, foram prestar apoio à principal demanda dos professores presentes: o plano de carreira com as emendas que o aperfeiçoam. Todos os deputados citaram a qualidade de ensino das Fatecs e Etecs e de como elas se tornaram, ao longo dos anos, "uma das principais demandas dos municípios e o principal item da propaganda governamental em ano de eleição", como disse Enio Tatto (PT), que ainda lembrou do aumento de unidades "Tecs" sem o correspondente aumento do orçamento. Os deputados citaram também que essa qualidade foi construída pelo trabalho dos professores e funcionários da instituição, trabalho esse que não vem sendo devidamente reconhecido, principalmente quanto à remuneração. Carlos Giannazi (PSOL) disse que as "Tecs" estão vivendo uma crise, pois faltam materiais, laboratórios, oficinas e, principalmente, funcionários. O deputado reclamou ainda que "o PLC apresentado não representa o que foi discutido e não trata das necessidades dos profesores". Gianazzi conclamou os professores a pressionarem os deputados da base do governo pois, de acordo com ele, o PSOL, o PT, o PDT e o PCdoB já estão apoiando as reivindicações. Os deputados citaram também o assédio moral que os funcionários vêm sofrendo por parte do governo, com ameaças variadas, principalmente por parte de Laura Laganá, diretora superintendente da instituição. Laganá também foi citada nominalmente pelos sindicalistas e por alguns professores com a mesma acusação. Carlos Neder (PT) apoiou a greve dos professores e disse que "todos os partidos tiveram oportunidade de apresentar emendas, mas que optaram por não fazê-lo". Sinteps Também falou durante o evento a presidente Sílvia Elena de Lima, do Sinteps, que lembrou que este é um ano eleitoral e que, por isso, qualquer projeto voltado ao funcionalismo deve ser aprovado até o começo do mês de abril. Sílvia disse que gostaria de ver o projeto em pauta já na próxima semana para que haja tempo de as emendas " fundamentais para um projeto mais justo e que encampe as principais promessas feitas pelo governo " serem votadas. Sílvia ainda disse que a greve já é vitoriosa, "pois conseguimos colocar o projeto em debate", mas que o projeto "tem defeitos porque a maior parte das demandas discutidas foi engavetada pelo Executivo". Mas Sílvia fez questão de lembrar aos presentes que "o governo depende do nosso voto e, como este é um ano eleitoral, temos que cobrar deles agora, aqui, dentro da Assembleia, para que o projeto seja aprovado com as nossas emendas, com aquilo que nós discutimos", finalizou. O professor Michel Torres seguiu na mesma linha de comentários e acrescentou que o projeto retira direitos dos professores, como a licença maternidade de 180 dias para as mulheres. "É um ataque frontal aos nossos direitos e nós queremos inclusão de direitos e não sua retirada". Ao final, o deputado João Paulo Rillo abriu a discussão para o plenário, ocasião em que se inscreveram alunos e professores que declararam apoio à greve. A maioria citou que já é uma questão de dignidade conseguir um plano de carreira que faça jus ao empenho dos professores em construir uma instituição que é reconhecida como uma das melhores do Brasil. Participaram da reunião, além dos já citados, as deputadas Ana do Carmo (PT) e Leci Brandão (PCdoB).