A maioria dos que se manifestaram destacou problemas sérios na área de saúde Por iniciativa da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP), moradores da Região Metropolitana da Baixada Santista debateram o Orçamento estadual 2017, nesta segunda-feira, 23/5, na Câmara Municipal de Santos. Os trabalhos foram conduzidos por Paulo Correa Jr. (PEN), e contaram com a participação dos deputados Cassio Navarro (PMDB), Wellington Moura (PRB) e Caio França (PSB), além da ex-deputada Telma de Souza. Paulo Correa Jr. falou das prioridades apontadas na audiência pública de 2015, saúde e segurança, e lembrou que a comissão deverá realizar as próximas reuniões em outras cidades da Baixada, de forma a potencializar a participação popular. Caio França apresentou uma pauta de sugestões: valorização do funcionalismo, adequação do Via Rápida para as Fatecs, programa permanente de manutenção de escolas, implantação de mais um AME em São Vicente e implementação de hospital no bairro do Humaitá (também em São Vicente), que está pronto e aguarda custeio para funcionamento. Secretário de Finanças de Santos, Alvaro Silveira afirmou que o maior investimento necessário em sua cidade é no Hospital dos Estivadores. Ele espera a recomposição de repasse de ICMS relativo a produtos (vindos de usinas de álcool) escoados pelo porto de Santos, lembrando que o imposto passou a ser recolhido apenas na fonte de produção. Fatec Ergon Cugler, da União Estadual dos Estudantes (UEE), foi a primeiro a se pronunciar. Ele tratou do auxílio bolsa-permanência para alunos da Fatec, pedindo o descontingenciamento dos recursos aprovados, mas não liberados pelo Executivo. A importância dessa bolsa se dá pelo fato de os alunos da Fatec ganharem, em média, um salário mínimo, o que dificulta o custeio de despesas escolares, levando a uma evasão escolar de 75% dos quadros da Fatec. Os valores ideais para este ano seriam de cerca de R$ 5 milhões, segundo Cugler. Em nome dos trabalhadores do Centro Paula Souza, Heriane Prado e Souza pediu a destinação de 3,3% do Orçamento estadual ao centro, plano de saúde institucional e direito ao vale-alimentação (hoje de R$ 16, valor que precisa ser revisto). Cidadãos A recuperação de escolas foi abordada por Jefferson Nascimento, cidadão de Santos. Ele ainda pediu atendimento específico para crianças excepcionais. Também cidadão de Santos, Marco Beletti abordou a questão do saneamento básico, em especial no Litoral Sul, onde os moradores só obtêm licença para construção de casas se arcarem com o sistema de tratamento de esgoto em seus próprios terrenos. Benedito Fernandes, diretor da Escola de Samba X9, pleiteou a construção de barracão para as escolas de samba, mais verbas para área social, distribuição de bolsas de colostomia e atendimento mais humanizado dos portadores de HIV. Sargento Marcos, cidadão de Guarujá, falou do surto de H1N1 e da falta de equipamentos hospitalares em sua cidade. Já o empresário Sandro Mastelari, de Guarujá, pleiteou investimentos no Hospital Santo Amaro, construção de AME em Guarujá e também de um centro de convenções, bem como incentivo ao turismo. Médico em Guarujá, Valter Suman reforçou a necessidade de implantação do AME. Líder comunitário em São Vicente, Jailton Jatobá enumerou propostas para sua cidade: drenagem dos canais para evitar alagamentos; retomada do programa voltado a jovens para orientação jurídica; e mais equipamentos hospitalares. Milton Teixeira, de Santos, quer mais recursos para o Hospital Guilherme Álvaro e para a Santa Casa de Santos, a criação de um centro de excelência para atendimento a excepcionais e programa de capacitação profissional. Para Cubatão, Jussara Albuquerque, do PEN Mulher, propôs mais verbas para saúde, em especial, para o Hospital Municipal, transporte de pacientes para atendimento médico, a regularização da documentação do conjunto Real, no Bolsão 9, e cancela automática na passagem de nível da via férrea, no Jd. 31 de Março, ao lado da rodoviária. Marcelo Adriano, da ONG Sem Fronteira, priorizou a preservação ambiental, os trabalhos de reciclagem e a saúde pública. Vereadores Marcelino Gomes, de Praia Grande, sugeriu investimentos em leitos hospitalares e reforma de escolas. De São Vicente, Marcelo Correa disse que a atual gestão da cidade regrediu social e economicamente a cidade, destacando que o município precisa da implementação do hospital do Humaitá e de investimentos na área social. A ativação e custeio do Hospital dos Estivadores foi a sugestão do vereador Adilson Jr., de Santos, que propôs sua transformação em hospital regional. Seu colega de Câmara, Marcelo Del Bosco, tratou da questão do Iamspe e do turismo. Ele afirmou que a Hospedaria dos Imigrantes deveria ser reativada e abrigar um museu. Del Bosco pediu verbas para custeio do Hospital dos Estivadores. Mais dois vereadores de Santos se pronunciaram. Murilo Barletta tratou da mobilidade urbana, sugerindo melhoria na logística dos transportes em direção ao centro de Santos. Roberto Teixeira também falou da questão da saúde e do Hospital dos Estivadores. Vereador de Mongaguá, Jacob Neto sugeriu a conclusão da UPA, a implantação de um AME, monitoramento de segurança em vias públicas, construção de galerias e canais e implantação de um centro de imagens (ultrassom, tomógrafo etc.). Representante de Praia Grande, o vereador Roberto Andrade e Silva sugeriu arranjos produtivos locais para possibilitar a geração de renda, reforma de prédios escolares e adequada destinação de resíduos sólidos, entre outros. Iamspe José Luiz Rocha, do Conselho Deliberativo da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, sugeriu a contribuição de 2% por parte do Estado no custeio do Iamspe, bem como a transformação do instituto em autarquia especial, para melhor gestão do Iamspe. O instituto foi tema igualmente de Neyde Nascimento, da Apampesp, que ainda pediu valorização dos proventos de professores aposentados. A cidadã Fátima Carneiro reforçou as palavras de Rocha. Valdemar Ferreira da Silva, da Apeoesp, solicitou a retomada do atendimento do Iamspe no Hospital Santo Amaro, em Gurarujá. Rosangela Santos, do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Paulista e do Conselho Consultivo Misto do Iamspe, falou da contrapartida financeira do Estado de 2%, do fim da terceirização dos serviços do hospital e do retorno do serviço de transporte de pacientes crônicos do Ceama Santos para o hospital do Iamspe na capital. Michel Gonçalves, da Associação Base dos Trabalhadores do Judiciário de São Paulo, reforçou pedidos para o Iamspe e aproveitou para solicitar melhoria salarial para a categoria. A maioria dos participantes elegeu educação como prioridade da Baixada Santista. Saúde e segurança vieram em segundo e terceiro lugares. A próxima audiência pública para debtater o Orçamento do Estado de 2017 acontece na Câmara de São José dos Campos, no dia 30/5, às 10h.