O secretário da Saúde, David Uip, prestou contas sobre os primeiros quatro meses de 2017 e declarou que o problema da saúde é o subfinanciamento e a falta de repasse de recursos para área. A declaração foi dada nesta terça-feira (6/6), na Comissão de Saúde. Uip divulgou os dados do órgão e mostrou-se preocupado: "Eu temo pela saúde no Brasil, ela vem piorando a cada dia. Acredito que pode ficar pior do que está". De acordo com o levantamento da secretaria, o sistema de saúde conta com 127 mil funcionários, 93 hospitais estaduais, dos quais 55 estão na grande São Paulo. Atualmente são 82 ambulatórios " 55 são AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e 35 AME Mais, que possuem centro cirúrgico e hospital para pequenas e médias cirurgias. Também é de responsabilidade e custo do governo de São Paulo as 16 unidades da Rede de Reabilitação Lucy Montoro. Hospitais e verbas O valor das despesas do setor de saúde no segundo bimestre de 2017 é de quase 4,8 bilhões de reais. A secretaria de Saúde afirma que 75% do custeio da área é retirado do Tesouro do Estado e o secretário esclarece os gastos. "O valor médio de uma internação é de R$ 1,6 mil reais, e se for em hospital universitário fica em torno de R$ 2,8 mil por conta das pesquisas", explica. O repasse de verba do governo estadual para o Hospital São Paulo é de 50 milhões por ano. De 2014 até agora, o valor recebido pela unidade de saúde foi de 14 bilhões de reais. Os dados foram divulgados no relatório quadrimestral da Secretaria de Saúde. David Uip afirma que a Santa Casa de São Paulo é outra unidade de saúde que está em crise. "A Santa Casa produz menos do que recebe. O atendimento deles é 25% do que deveria ser feito com esse valor", diz. Outro ponto destacado pelo secretário é a necessidade de reformulação do Sistema Único de Saúde (SUS). "O SUS é um processo de inclusão e eu sou a favor, mas ele precisa ser revisto, não dá pra destinar tudo a todos. Essa é uma escolha que o poder público e a população têm de fazer", declara. O Sistema Único de Saúde foi instituído pela Constituição Federal de 1988, para permitir o acesso à saúde como um direito de todos e dever do Estado. David Uip afirma que pacientes moradores de municípios vizinhos de São Paulo, da Região Metropolitana, buscam apoio da saúde na metrópole. "Os pacientes vêm de todos os lados, mas os recursos não chegam à mesma proporção. É um grande processo de subfinanciamento da saúde estadual", conta. Programas O secretário David Uip apresentou os programas realizados pela secretaria nos primeiros quatro meses do ano. Dentre as ações está o Mulheres de Peito que procura promover a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico rápido do câncer de mama. A proposta ainda facilita o acesso aos exames preventivos através da dispensa do pedido médico. A conscientização sobre a saúde do homem também foi pauta. O projeto "Filho que ama leva o pai ao AME" disponibiliza check-up gratuito para homens a partir de 50 anos. São oferecidos exames preventivos nas áreas de enfermagem, cardiologia e urologia, realizados aos sábados em uma das unidades do ambulatório. O projeto Recomeço é uma iniciativa do governo do Estado de São Paulo para ajudar os dependentes químicos, principalmente os usuários de crack, oferecendo tratamento e acompanhamento profissional ao paciente e seus familiares. Parlamento O deputado Cezinha de Madureira (DEM), presidente da comissão, ressaltou as realizações da Secretaria em um cenário de instabilidade financeira no Estado e no país como um todo. O deputado Itamar Borges (PMDB) também reforçou as conquistas diante das dificuldades. Além dos citados estiveram presentes os deputados Roberto Massafera (PSDB); Analice Fernandes (PSDB); Hélio Nishimoto (PSDB); Pedro Tobias (PSDB); Carlos Neder (PT); Marcos Martins (PT); Doutor Ulysses (PV); Milton Vieira (PRB); André do Prado (PR); Luiz Carlos Gondim (SD) e Pedro Kaka (PODE).