A Comissão Parlamentar de Inquérito constituída com o objetivo de investigar todos os citados na operação Ethos e o Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana (CPI Ethos/Condepe) realizou uma reunião na quarta-feira (16/5) para deliberar o relatório final dos trabalhos, no plenário Dom Pedro I. O relator, deputado Coronel Camilo (PSD), comentou alguns tópicos. "O Condepe é extremamente importante para a sociedade paulista e brasileira. É um órgão de defesa dos direitos da pessoa, que deve ser mantido e aperfeiçoado. Chegamos à conclusão também que o conselho precisa continuar independente e autônomo. Além disso, precisa prestar contas para a sociedade, já que também é investido de função pública. Outra proposta é que seja descentralizado, para que mais pessoas possam ter acesso. Também propus uma espécie de triagem, para que pessoas ligadas ao crime não façam parte da instituição." A deputada Beth Sahão (PT), no entanto, não concordou com a proposta de aumentar o número de membros do conselho. "Nós achamos que os membros que compõem o Condepe são suficientes. Também discordamos da proposta de remuneração: em hipótese alguma. Todos os membros têm de atuar de modo voluntário, pois não é um emprego - é para as pessoas darem uma parte do seu dia para fazer esse trabalho", defendeu. Dimitri Sales, conselheiro do Condepe, analisou os pontos principais de cada documento. "Ambos os relatórios apontam o Condepe como instituição essencial para a proteção dos direitos humanos e preocupam-se com a melhoria da sua infraestrutura. Os dois reconhecem que apenas um membro, de forma isolada, pactuou com o crime organizado. Uma vez que foi condenado pelo Poder Público, conseguiu-se evitar que as ações do conselho fossem contaminadas". Em votação nominal, o relatório do deputado Coronel Camilo foi aprovado por seis votos contra um. O presidente da comissão, deputado Coronel Telhada (PP), deu seu parecer sobre a CPI. "Acho que alcançamos nosso objetivo, trazer esse assunto mais algum tempo na mídia. A partir de agora, o Condepe tomará mais cuidado na escolha dos seus membros, fará uma seleção melhor, inclusive das instituições - e isso é muito importante. Devemos proteger nossas instituições e nossos cidadãos, e não devemos permitir que isso volte a acontecer." Além dos citados, estiveram presentes os deputados Doutor Ulysses (PV), Ed Thomas (PSB), Hélio Nishimoto (PSDB) e Vitor Sapienza (PPS).