Nesta segunda-feira (4), a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou uma audiência pública sobre a vacinação para prevenção de câncer de Colo de Útero.

O evento foi solicitado pela deputada Solange Freitas juntamente com a Instituto Oncoguia. Participaram dos debates a Larissa Gonçalves, paciente e voluntária do Oncoguia, Dra. Vanessa Infante, representando o Instituto Butantan, Luciana Holtz, do Instituto Oncoguia, Dra Graziela Zibetti e o Dr. Edmund Chada Barcat, coordenador de Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde.

O Oncoguia apresentou os números da doença no Brasil. Serão 17.010 novos casos por ano, de 2023 a 2025. Em 2020, 6.627 mulheres morreram no país vítimas do câncer de colo de útero.

E esses números alarmantes não deveriam existir já que tem vacina que previne o câncer de colo de útero e é uma doença que pode ser erradicada. Este tipo de câncer é causado, em 95% dos casos, pela infecção do HPV.

Segundo apresentação da presidente do Instituto, Luciana Holtz, uma em cada seis mulheres terá câncer em algum momento da vida. E o câncer de colo de útero é o quarto mais frequente em mulheres no mundo. É de extrema importância a prevenção através da vacinação.

A Dra Vanessa Infante relatou a importância da vacina HPV no Programa Nacional de Imunizações. A vacinação está disponível de graça aos adolescentes desde 2014. Mas a cobertura vacinal das meninas com a primeira dose é de 78,3% e com a segunda dose 59,7%, sendo a meta de 90%. Um exemplo de que ainda é necessária a conscientização da população.

Já a Dra Graziela Zibetti trouxe a estratégia nacional de eliminação do câncer do colo de útero através do Ministério da Saúde que lançou o projeto ?Útero é Vida?. O programa prevê uma nova tecnologia para detecção do vírus HPV, com a inclusão do teste HPV por PCR, exame molecular no SUS.

O coordenador de Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde, Dr. Edmund Chada Barcat, enfatizou a importância das ações de conscientização e de prevenção de câncer de colo de útero por meio da vacinação. O médico reforçou ainda que em maio deste ano, o secretário de saúde Eleuses Paiva assinou uma portaria de ampliação do acesso da vacina contra HPV para crianças e vítimas de violência sexual de 9 a 45 anos.

A deputada Solange Freitas reforçou a importância de levar ao conhecimento da população todos esses dados apresentados pelos profissionais. "Essa audiência pública mostra que além de campanhas de conscientização, uma das propostas é levar a vacinação até as crianças e os adolescentes. E as escolas, tanto públicas quanto privadas são o melhor caminho pra vacinar essa faixa etária até os 15 anos", conclui a parlamentar.