Duque de Caxias: obra de Brecheret homenageia o patrono do Exército


29/09/2008 17:19

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O monumento em homenagem ao patrono do Exército brasileiro, marechal-de-campo Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, originou um dos maiores monumentos de figura humana a cavalo de que se tem registro. Com os seus 11 metros, o cavalo, em ferro e bronze, corresponde a um prédio de 10 andares e é fato que durante sua construção, nas oficinas do Liceu de Artes e Ofícios, foi servido um lanche comemorativo para 50 pessoas no interior da figura eqüestre.

A obra é do escultor italiano Victor Brecheret e foi inaugurada na praça Princesa Isabel, região central da capital paulista, em 25/8/1960, data do aniversário do homenageado e que passou a ser comemorado nacionalmente como o Dia do Soldado. O monumento levou 20 anos para ser concluído. Ao redor do pedestal que o sustenta foram colocadas figuras que contam as passagens da vida do homenageado.

A peça em bronze mede 15,88m x 4,10m x 13,20m, e seu pedestal foi confeccionado em granito nas seguintes medidas: 25,28m x 6,70m x 11,51m.



Caxias



A carreira militar de Caxias começou cedo, aos cinco anos de idade, quando foi nomeado cadete, seguindo uma tradição familiar de várias gerações. Aos quinze anos, matriculou-se na Real Academia Militar, de onde saiu como tenente para ingressar numa unidade de elite do Exército do Rei. Veio a Independência do Brasil e, em 10 /11/1822, coube ao então tenente Luiz Alves de Lima e Silva receber, na capela imperial, das mãos do imperador Dom Pedro I, a bandeira do Império, recém-criada.

No ano seguinte, Caxias participou de sua primeira campanha para pacificar revoltosos na Bahia, no movimento contra a independência comandado pelo general Madeira de Melo. Em 1825, o então capitão Luiz Alves deslocou-se para a campanha da Cisplatina, nos pampas gaúchos, revelando competência e bravura.

Em 1833, casou-se com Ana Luiza de Loreto Carneiro Vianna e com ela teve duas filhas, Luisa de Loreto e Ana de Loreto, e um filho, Luís Alves Júnior.

Já promovido a tenente-coronel, Caxias rumou à província do Maranhão para combater os revoltosos do movimento da Balaiada. Tornou-se presidente da província do Maranhão e comandante geral das forças em operação, num esforço de união civil e militar.

Pelas vitórias, recebeu seu primeiro título de nobreza, o de barão de Caxias, outorgado em 1841. O título faz referência à cidade maranhense de Caxias, palco de batalhas decisivas para a vitória das forças imperiais. Neste mesmo ano, Caxias foi eleito deputado à Assembléia Legislativa pela província do Maranhão.

Em 1842, explodiu a revolução liberal em São Paulo e, a seguir, em Minas Gerais, reprimidas com êxito por Caxias. O imperador Dom Pedro II, temeroso de que essa revolta viesse se unir à Farroupilha, em curso no Rio Grande do Sul, nomeou Caxias comandante-chefe do Exército em operações e presidente da Província do Rio Grande do Sul. Em 1º de março de 1845 foi assinada a paz de Ponche Verde, dando fim à revolta farroupilha ou Guerra dos Farrapos.

Em 1847, o então conde de Caxias tornou-se senador do Império pela Província do Rio Grande do Sul. No plenário do Senado, tornou-se colega de seu pai, o senador Francisco de Lima e Silva, representante do Rio de Janeiro.

Após um período de relativa calmaria política, Caxias foi nomeado comandante em chefe das forças no Sul, em 1852, por causa das tensões na fronteira do Rio Grande do Sul. Desempenhou com sucesso uma campanha militar contra os ditadores Rosas, da Argentina, e Oribe, do Uruguai. Nesse mesmo ano, tornou-se marquês de Caxias. Acometido de uma moléstia hepática, Caxias passou uma temporada cuidando da saúde, mas logo voltou a ocupar posições políticas, primeiro como ministro da Guerra, chefe do gabinete conservador e depois, já com os liberais no poder, como conselheiro de guerra.

Finalmente, em 1866, o chefe militar reconhecido por sua bravura, seus dotes de estrategista e suas virtudes de pacificador, encarou mais uma vez um grande desafio. A posição brasileira na Guerra do Paraguai vivia um momento de crise. Caxias, que já havia atuado como conselheiro no começo da guerra, assumiu o treinamento e a reorganização das tropas. Instituiu o avanço de flancos gerais, o contorno de trincheiras e o uso de balões cativos para espionagem.

Sucedeu-se uma série de batalhas vitoriosas. Finalmente, depois da célebre batalha de Itororó, seguiu-se a campanha final, a Dezembrada. Foi sua última vitória. Retornando ao Rio de Janeiro, Caxias recebeu o título de duque, tornando-se o único brasileiro a merecer esta honraria. Voltou a participar ativamente da vida política como conselheiro de Estado, presidente do conselho e ministro de Guerra, até retirar-se, por motivos de saúde, para sua fazenda de Santa Mônica, em 1878, onde morreu. O duque de Caxias tornou-se patrono do Exército Brasileiro, por decreto federal de 1962.



Fonte: UOL Educação e www.monumentos.art.br

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