Enquanto mais de 500 atletas brasileiros estão em Lima disputando os Jogos Pan-Americanos e conquistando medalhas inéditas para o país, a Assembleia Legislativa comemorou na última terça-feira (30/7) o Dia da Comunidade Peruana na capital paulista. A solenidade foi proposta pela deputada Damaris Moura (PHS), em função da Lei Estadual 13.513, promulgada em 2009, pelo deputado Romeu Tuma. Segundo a Associação Patronato da Comunidade Peruana em São Paulo, há cerca de 50 mil imigrantes e descendentes no Estado de São Paulo. "Estando no parlamento, é uma oportunidade que eu tenho esta aproximação aqui em solo brasileiro com o povo peruano. Quero ouvi-los, quero entender as suas demandas e, na medida do que for possível ao parlamentar, eu quero interferir. Sabendo que, constitucionalmente, brasileiros e estrangeiros são dignos de respeito, da mesma consideração e dignidade", declarou a deputada. A comunidade também tem interesse em ampliar as relações comerciais no Estado, em especial na cidade de São Paulo em especial na área da construção civil para construção de hotéis, escolas, hospitais, além de estradas no país peruano. "Este evento tem muita importância para nós porque simboliza a união dos dois povos e a proteção e o impulso que a nossa comunidade dá para São Paulo", declarou a cônsul-geral do Peru em São Paulo, Lourdes Hilbck. As relações econômicas e culturais também mereceram destaque no encontro no Auditório Franco Montoro. Victor Batista, advogado da Comunidade Peruana abordou a legislação que envolve a entrada e permanência deles em nosso país. Há trinta anos no Brasil, ele acredita que é preciso melhorar alguns aspectos no tratamento dos seus conterrâneos. "Neste momento, com a lei de imigração, há duas formas de naturalização. Uma, a extraordinária, quando o imigrante tem mais de quinze anos e a outra, quando está por aqui recentemente e, pelos tratados que temos no Mercosul, já se pode fazer o processo de naturalização com quatro anos no Brasil. Mas isto deveria ser mais flexibilizado, pois nós imigrantes, somos seres humanos. Não somos cidadãos de segunda ou terceira categoria, porque trazemos a cultura, a gastronomia e todo direito que temos como cidadão, para melhorar a situação de todos os brasileiros". Enaltecer a importância de todo e qualquer imigrante para o desenvolvimento do empreendedorismo local foi destaque na comemoração da comunidade peruana. "É uma questão muito importante porque gera muitos empregos. Por exemplo, na área de vestuário. Nós geramos empregos para os nossos amigos brasileiros. Claro que também encontramos dificuldades, como em outros setores, mas estamos em conversas com o Sebrae para que possamos trabalhar em conjunto e conseguir atingir os nossos objetivos como empreendedores", declarou Edwin Contreras, líder da comunidade de empresários peruanos da capital. Para Antônio Castillo, diretor-geral do Ministério do Comércio do Peru no Brasil, nosso país tem um lugar estratégico no continente. "O Brasil é um país que lidera a América Latina, pois aqui há cerca de 4% de toda a indústria do blocoi. Todos os países precisam do Brasil cada vez mais forte na América Latina". A independência do Peru foi proclamada em 28 de julho de 1821, pelo general argentino José de San Martín, primeiro presidente do país.