Diferentemente do que fez o secretário Rossieli, que por duas vezes fechou as portas da Secretaria da Educação para o movimento em defesa do quadro de apoio escolar (QAE/QSE), Carlos Giannazi (PSOL) acolheu na Assembleia Legislativa, em 18/11, representantes dessa categoria, talvez a mais desvalorizada de todo o funcionalismo estadual.

Para a servidora Aline, a intenção do governo do Estado de deixar o QAE/QSE fora do Abono-Fundeb foi apenas um estopim para a atual mobilização, cujo foco tem de ser a uma revalorização funcional feita a partir do salário-base, que hoje é de R$ 1.005,79, inferior ao salário mínimo nacional. "A nossa defasagem salarial é de 250%", apontou Aline, fazendo um apelo para que um reajuste emergencial de ao menos 50% seja garantido imediatamente, na votação do Orçamento 2022.

Atuando na rede estadual desde 1982, Reinaldo lembrou que o salário-base do quadro de apoio girava em torno de 2,8 salários mínimos (R$ 3.338 em valores atuais) até o início do governo Covas. E, além da questão salarial, as políticas adotadas pelos governos do PSDB vêm corroendo todos os direitos já havidos pelo funcionalismo, entre eles a paridade entre ativos e inativos. Por isso, bonificações como o Abono Fundeb devem sempre ser vistos com ressalvas. "Os ativos de hoje serão os aposentados de amanhã", advertiu.

A secretária de escola Sheila Ribeiro mostrou sua indignação com o governo, que sequer considerou a possibilidade de estender o Abono-Fundeb para além do magistério. "Há possibilidade legal de se fazer isso", disse, apontando o exemplo de outros Estados.

Também participaram do debate os servidores do QAE/QSE Álvaro Gerônimo, Eloá, Patrícia e Robson Lustosa, além do vereador Celso Giannazi (PSOL), da supervisora de ensino Luciene Cavalcante, do advogado Julio Bonafonte e dos sindicalistas Volmer Pianca (Udemo) e José Gozze (Pública).