A Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou, nesta sexta-feira (10), nova audiência pública para discutir a peça orçamentária de 2026, dessa vez no município de Mogi das Cruzes. No encontro com a população local, os pedidos pela não cobrança de pedágios e por investimentos em projetos sociais na cidade foram destaques.

Mogi das Cruzes faz parte da região conhecida como Alto do Tietê e será uma das cidades paulistas que irão passar a contar com pedágios no modelo ?free flow? a partir de novembro. Na audiência desta sexta, moradores se opuseram ao novo modo de cobrança e pediram a retirada das praças na rodovia Pedro Eroles, mais conhecida como Mogi-Dutra.

"Não estamos falando apenas de um valor a mais que o morador vai pagar, estamos falando do futuro da nossa região. Com o pedágio, o custo daquilo que a gente come vai ser afetado. Não podemos virar uma ilha", afirmou Jaqueline Benevides, moradora de Mogi das Cruzes.

O também munícipe Henrique Soares defendeu que as novas praças de cobrança irão dificultar a vida da população. "O pedágio vai isolando a população, que para ir e voltar precisam pagar. Queremos que os deputados enfrentem firmemente para que retirem os pedágios da nossa cidade. Nosso futuro está em jogo", disse.

Projetos da cidade

A população de Mogi também fez coro para pedir maiores investimentos em projetos sociais e associações que prestam serviço na cidade. Representando a Associação Juntos, que promove ações e eventos socioeducativos, Elaine Yamane reforçou a importância do terceiro setor para os municípios.

"Temos um orçamento muito pequeno. Muitas vezes essa política é vista como uma caridade, mas não é isso. É uma política de direitos e, por isso, precisa estar no Orçamento do Estado", defendeu Elaine.

Voluntário no grupo Trupe do Riso, que leva apresentações artísticas para hospitais da região, Cláudio José Rodrigues reivindicou maior atenção para a causa. "São milhares as histórias de vidas que estavam tristes em hospitais e que puderam sorrir. Mas hoje, não conseguimos recurso e ficamos extremamente limitados em nossas ações", ressaltou. "Não cobramos nada de ninguém, queremos apenas que o Poder Público olhe para o que fazemos e nos apoie", completou.

O Orçamento

Entre os meses de agosto, setembro e outubro, os deputados integrantes da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp viajarão 30 cidades de diferentes regiões do Estado para consultar, diretamente com os cidadãos, quais são as principais demandas dos municípios paulistas.

Na audiência desta sexta-feira, estiveram presentes os deputados Gilmaci Santos (Republicanos) - presidente da CFOP -, Luiz Claudio Marcolino (PT), Enio Tatto (PT) e Dr. Jorge do Carmo (PT).

Todo o trabalho produzido durante esses encontros será incorporado à Lei Orçamentária Anual (LOA). Esse documento prevê a arrecadação estadual e fixa as despesas do ano seguinte. Dessa forma, é o instrumento pelo qual são previstos e planejados os investimentos em diversas áreas, como Saúde, Educação, Segurança Pública, entre outras.

Assista à audiência, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp: