Agi Straus pinta e esculpe evidenciando a conexão entre natureza morta e paisagem

Emanuel von Lauenstein Massarani
07/05/2003 16:35

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Clique para ver a imagem " alt="Pintura "Mundo, mundo, vasto mundo" Clique para ver a imagem "> Agi Straus<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/AgiStraus.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A conexão entre natureza morta e paisagem parece evidente na pintura de Agi Straus, onde as paisagens conservam a unidade de inspiração com as naturezas mortas, sejam essas compostas com campos floridos ou flores soltas. O material que usa, tanto em uma quanto em outra, dá a seus quadros uma estratificação que a aproximam a uma certa tradição camponesa e suas relações ancestrais com a terra que a viu nascer: a Áustria.

Exatamente nessa unidade natureza morta-paisagem que tanto seus quadros quanto suas esculturas conseguem ser diferenciadas sobretudo pelo personalíssimo uso e escolha dos materiais e das técnicas da artista.

Todos os trabalhos dessa artista possuem relevos de matéria que acumulam sobre a tela componentes químicos e plásticos, e nos transmitem o seu pensamento, o seu íntimo mais profundo que contesta não contestando, que canta não cantando, enquanto compõe acrescentando a volumetria à cor, plasmando com funcionalidade tons e semitons num único componente passional.

Esse componente lhe permite nos oferecer telas adaptadas à nossa época que se direcionam a um novo futuro, sem ligação a qualquer esquema, sem adendos inúteis, sem ancorar a mesmices que devem ser deixadas nas bordas do longo caminho ainda a ser percorrido na arte.

O equilíbrio formal sobre o plano estético obtém resposta no encontro entre uma "naivitê" superficial e um conhecimento de fundo que difundem, sem parcimônia, a poesia de uma longa tradição de humanidade.

Se a construção do quadro é segura, o uso da cor não é retórico, mas contido, até mesmo sóbrio, que vibra de dentro para fora e transmite a solidez do desenho. Os seus tons são limpos, o pincel e a espátula realizam uma arte que não deixa dúvidas sobre as qualidades da pintura.

Agi Straus, que poderia ser classificada de neo-realista, pinta com segurança e habilidade, inspirando-se tão somente na natureza. Tanto a pintura "Mundo, mundo, vasto mundo" quanto a escultura "Totem I sobre pedra", doadas ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, são obras repletas de emoção comunicativa e delas emanam um fascínio todo particular.

A Artista

Agi Straus nasceu em Viena, Áustria, em 1926. Em 1938 veio para o Brasil, onde reside até hoje. Pintora, desenhista e escultora, estudou com prof. Gaetano Miani, Antônio Gomide, Poty, Darel Valença Lins e Zamoisky.

A partir de 1951 passou a se dedicar à literatura infantil, escrevendo e ilustrando diversos livros para a Editora Melhoramentos. Desde a sua chegada ao Brasil viveu, além da Capital Paulistana, em diversas outras cidades, entre elas Belém do Pará, Recife, Salvador e São Luiz do Maranhão. Entre 1960 e 1962 fundou e dirigiu a escola infantil "AGI" na capital paulistana.

Colaborou, com ilustrações, nos suplementos "Literário" e "Feminino" do jornal "O Estado de São Paulo" entre 1964 e 1970. Pouco depois, fixou residência nos Estados Unidos por alguns anos onde, também produziu e expôs sua arte.

Possui obras em inúmeras coleções particulares no Brasil, Alemanha, Argentina, Áustria, Bolívia, Estados Unidos, Paraguai, Israel e Itália, além das seguintes coleções individuais: Biblioteca da Universidade de Kioto (Japão); Biblioteca Nacional em Washington (Estados Unidos); Museu Albertina, Viena (Áustria); Museu de Arte Brasileira, Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), São Paulo SP; Museu de Arte da Pampulha , Belo Horizonte, MG.; Museu de Arte de Olinda, PE.; Museu de Arte de São Paulo, SP; Museu Nacional de Arte da Bolívia, La Paz; Pinacoteca do Estado de São Paulo e Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

No Brasil, sempre desenvolveu uma intensa atividade cultural, estando presente nas mais variadas manifestações das artes plásticas, seja em Salões de Arte ou em exposições coletivas. Entre suas mostras individuais destacam-se a do MASP, (1956); Braux Gallery, Nova York (1957); Galeria Miani (1958); Galeria D'Arte Roma (1962/1971); Galeria Schettini Milão, (1963); Itaú Galeria, São Paulo (1973); Ribeirão Preto (1978 e 1984); Galeria Bonfiglioli, São Paulo e Galeria Quadrante Rio de Janeiro (1977); Sadala Galeria de Arte e Museu Banespa (1987); Embaixada da Áustria em Brasília (1996); Casa da Fazenda Morumbi(1999), Internationales Theater, Frankfurt (2000); Livraria Cultura (2001); Museu de Arte de Assis e Museu de São Carlos (2003).

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