Sobreviventes da bomba atômica homenageados na Assembleia


12/08/2011 18:55

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À mesa: Giannazi, professor André e Takashi Morita<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2011/GIANNAZIBOMBA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputado Carlos Giannazi (dir.) organizador do evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2011/AudPublRadiacaoNuclear2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2011/AudPublRadiacaoNuclear.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Em audiência pública organizada pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), no dia 9/8, na Assembleia Legislativa, com o intuito de marcar uma reflexão sobre as bombas atômicas que explodiram, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, respectivamente. Estavam presentes testemunhas reais dessa catástrofe como os sobreviventes Junko Watanabe, Yunico Bonkorrara e Takashi Morita, este fundador da Associação Hibakusha Brasil pela Paz, além de familiares e do professor André Lopes, diretor cultural da entidade.

Giannazi abriu os trabalhos prestando uma homenagem a todos os que sobreviveram e também às vítimas dessa hecatombe nuclear, e colocou as questões ambiental e humana diante da necessidade de se preservar o homem e o planeta num contraponto à tese de se investir em dispositivos atômicos, quer seja para geração de energia ou para potencialização bélica. "Precisamos fazer esse debate de forma contundente", afirmou o deputado, que defendeu o fim desses artefatos com essas finalidades. Já o professor André lembrou que naquela data da audiência faziam exatos 66 anos da explosão da segunda bomba atômica (de plutônio) na cidade de Nagasaki e, por isso, pediu um minuto de silêncio em nome das milhares de vítimas desse massacre. Também sintetizou o trabalho da associação, como se dão as palestras pelo mundo e o incessante motivo maior da entidade, que é divulgar e levar a cultura da paz, pela viva voz destas e outras testemunhas, principalmente a escolas mas também a quaisquer outros públicos dos cinco continentes.

Takashi Morita, que foi homenageado pelo deputado por meio de um projeto de lei " aprovado na Assembleia e sancionado no dia 22/7 (Lei 14.497/11) denominando a Escola Técnica do bairro de Santo Amaro (zona sul da capital) ETEC Takashi Morita ", deu seu testemunho de como foi o episódio na hora em que a bomba explodiu (ele era policial militar, tinha 21 anos e estava andando na rua a menos de 2 km de distância do epicentro da explosão). Assim como ele, Junko e Yunico fizeram seus emocionados e fortes relatos também como sobreviventes. Em comum, descrições de "muito barulho, muito vento, cheiro forte, feridas profundas, desorientação e desespero".

Dois vídeos foram exibidos na reunião, um deles contando a história da associação, mostrando relatos de sobreviventes, encontros com personalidades e comunidades do mundo inteiro em nome da cultura de paz e outro relatando como o governo americano andou averiguando as consequências de sua atitude extrema na Segunda Guerra Mundial, estudando e pesquisando áreas atingidas e vítimas, décadas depois de ter despejado, via aérea, a bomba que contaminou, matou milhares de japoneses e destruiu duas cidades.

"É mais que uma justa homenagem (a audiência e o batismo da escola) a um homem que, mesmo traumatizado, reconstruiu sua vida do outro lado do planeta, após uma catástrofe, e assim nos dá uma lição de vida e superação", disse Giannazi sobre Morita.

alesp