Elza Tank 1935-2012


24/07/2012 19:07 | Antônio Sérgio Ribeiro*

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Elza Sophia Tank Moyá <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2012/fg116426.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Elza Tank<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2012/fg116427.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Elza Tank Tomou posse em sua cadeira no Palácio 9 de Julho em 15 de março de 1995, para a 10ª Legislatura (1995-1999). <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2012/fg116428.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Faleceu na manhã do último dia 13 de julho, vitimada por um câncer, a ex-deputada Elza Tank. Ela estava internada na Santa Casa de Misericórdia de Limeira. Elza Sophia Tank Moyá nasceu na cidade de Limeira (SP), em 1º de junho de 1935, filha de Lázaro da Costa Tank e Maria Kühl Tank.

Seu pai e seu avô, João Kühl Filho, foram vereadores em Limeira, o que muito influenciou sua vida. Desde os nove anos de idade participava ativamente das campanhas e reuniões políticas da cidade. Fez seus estudos regulamentares no município onde morava, formando-se no curso técnico de contabilidade.



Vereadora em Limeira



Elza Tank iniciou sua vida pública quando foi eleita, com 2.745 votos, vereadora à Câmara Municipal de Limeira, em 15 de novembro de 1982, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), partido de oposição ao regime militar instalado no Brasil em 1964, sendo a segunda mais votada. Nos biênios 1983-1984 e 1987-1988, exerceu o cargo de presidente da Câmara Municipal de sua cidade, eleita por seus pares.

Presidiu de 1983 a 1989 o Centro Municipal de Educação Supletiva (CEMES), o antigo Mobral, implantando classes de cursos profissionalizantes.

No pleito realizado em 15 de novembro de 1988, foi reeleita para o cargo de vereadora, sendo a mais votada para a Legislatura de 1989 a 1992, pela coligação formada pelo PMDB, PDC, PSC e PL, com 5.059 votos.

Foi mais uma vez eleita, com 3.941 votos, para a edilidade limeirense nas eleições realizadas em 3 de outubro de 1992, para o quatriênio de 1993 a 1996. Foi eleita pela terceira vez como presidente da Câmara de Limeira, no biênio 1993-1994.



Deputada estadual



Pela Coligação São Paulo de Todos Nós, integrada pelo PMDB, PL e PSD, concorreu a uma cadeira de deputada estadual à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nas eleições de 3 de outubro de 1994, obtendo 49.773 votos. Deixando a vereança Tomou posse em sua cadeira no Palácio 9 de Julho em 15 de março de 1995, para a 10ª Legislatura (1995-1999). Nesse período filou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), agremiação política da qual seria sua presidente municipal em Limeira.

Como deputada integrou, no quatriênio 1995-1999, como membro efetivo, as comissões permanentes de Agricultura e Pecuária, Assuntos Municipais, e de Esportes e Turismo. Como suplente fez parte das comissões de Cultura, Ciência e Tecnologia, Educação, Promoção Social, Saúde e Higiene, Segurança Pública, e de Direitos Humanos.

Participou, a convite do Instituto Ibero Latino Americano de Saúde e do Trabalho (ILSAT), da 3º Jornada de Tecnologia e Medicina Brasil-Cuba, realizada na cidade de Havana, entre 20 e 27 de abril de 1997, pelo seu trabalho pioneiro na prevenção do câncer na mulher em Limeira e pela melhoria da saúde pública. Foi também de sua iniciativa a as campanhas de prevenção do câncer infantil e no homem em toda a região de sua cidade.

Como parlamentar, implantou com o governo do Estado a instalação da Delegacia de Defesa da Mulher e também da do Idoso em Limeira. Foi à responsável pelo lançamento em sua cidade da campanha de Prevenção a Osteoporose.

Concorreu à reeleição em 4 de outubro de 1998, mas não logrou êxito, conseguindo apenas uma suplência. Deixou a Assembleia Legislativa paulista ao término do seu mandato em 14 de março de 1999.



Vereadora mais votada



Retornando para sua cidade, na eleição realizada em 1º de outubro de 2000, filiada ao PTB, foi a vereadora mais votada de Limeira com 4.951 votos. Exercendo o seu mandato no quatriênio 2001-2004.

Em 3 de outubro de 2004 foi mais uma vez a candidata a vereadora mais votada de Limeira, com 4.379 votos. Em 1º de janeiro de 2005 assumiu a presidência da Câmara Municipal, cargo que ocupou até o fim de 2006. Assumiu a Secretaria Municipal da Saúde de Limeira em 15 de janeiro de 2007, a convite do prefeito Silvio Felix, reassumindo o seu mandato parlamentar em março de 2008.

Em 5 de outubro de 2008, Elza Tank foi eleita vereadora pela coligação PTB-PRB-PP-PPS-PCdoB, com 8.237 votos, e novamente a mais votada de Limeira, para a legislatura 2009-2012. Estava em seu sétimo mandato como vereadora. Na sessão de 21 de dezembro de 2010, foi mais uma vez eleita para a presidência da Câmara, para biênio 2011-2012, assumindo o cargo em 1º de janeiro de 2011. Nesse mesmo ano, Elza Tank assumiu o cargo de Prefeita de Limeira, no período de 9 a 14 de abril, durante viagem ao exterior do prefeito Orlando José Zovico e de seu vice.



Luta contra o câncer



Sentindo dores no corpo, foi procurar auxilio médico, quando através de exames constatou-se que ela estava com metástase nos ossos, um câncer raro. O primeiro procedimento pelo qual ela passou foi uma cirurgia no fêmur, pois estava com uma lesão. Depois ela deu início ao tratamento contra o câncer no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).

Com o agravamento de sua saúde, licenciou-se da Câmara Municipal, e estava afastada há quase um ano das atividades parlamentares. Internada na Santa Casa de Limeira, veio a falecer manhã do dia 13 de julho. Ao tomar conhecimento do triste fato, o prefeito de Limeira, Orlando José Zovico, decretou três dias de luto oficial na cidade.

O corpo de Elza Tank foi velado no plenário Vereador Vitório Bortolan da Câmara Municipal de Limeira, com a presença de centenas de pessoas, que foram dar o último adeus a vereadora. Seu enterro foi realizado na tarde do dia seguinte no Cemitério Saudades 1, sendo seu ataúde transportado em uma viatura do Corpo de Bombeiros, com a sirene aberta.

Foi casada com Willi José Gerhard Moya, de quem era viúva. O casal teve dois filhos. Seu filho Willi Tank Moya faleceu cinco dias antes da mãe, vitimado por um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Era presidente de honra da Associação das Mulheres Trabalhistas do Estado de São Paulo (AMTESP). Poetisa, editou em 1997 um livro de poemas e crônicas intitulado Reencontro.



*Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador. É diretor do Departamento de Documentação e Informação da Alesp.

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