Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a disseminação de Fake News nas Eleições de 2018 receberam, na manhã desta sexta-feira (4/9), o deputado federal Alexandre Leite, autor do pedido de criação da CPMI das Fake News no Congresso Nacional. O encontro, que aconteceu em ambiente virtual, foi presidido pelo deputado Caio França (PSB). Alexandre Leite esclareceu que a ideia de criar uma comissão parlamentar mista de inquérito surgiu para entender o funcionamento do cyber bullying contra os mais vulneráveis durante o período eleitoral com o propósito de elaborar uma nova legislação aplicável aos próximos pleitos. "O objetivo não era atingir o resultado da eleição de 2018 ou a legitimidade da escolha do presidente Jair Bolsonaro", afirmou, ao explicar que, "a partir da escolha da Mesa Diretora do colegiado, o objeto de investigação da comissão se perdeu e alguns parlamentares passaram a usar as reuniões para adquirir capital político". Para o deputado Sargento Neri (Avante), que é relator da CPI paulista, as notícias falsas sempre existiram, a diferença é que, a seu ver, agora estas se propagam de uma forma mais rápida. "Eu vejo que a intenção do deputado Alexandre não era política, mas sim uma preocupação com o aperfeiçoamento da legislação para coibir esse tipo de conduta", explicou. Ao longo da sua explicação, o deputado federal disse que, como forma de protesto, retirou-se do colegiado logo no início dos trabalhos porque "a CPMI se dedicou a investigar exclusivamente ataques a autoridades e à campanha do Bolsonaro, não sei com que propósito, porque não faz sentido algum tentar interferir ou alterar o resultado das eleições de 2018". O deputado Paulo Fiorilo (PT) argumentou que "o objeto da CPMI é extremamente amplo, porque dialoga com várias linhas e não tem apenas um escopo definido, o que é diferente do tema que tratamos aqui nesta comissão". Na mesma ocasião, o parlamentar questionou a afirmação de que todos os partidos produziram notícias falsas durante o último pleito. Respondendo, Alexandre Leite afirmou que a disseminação de fake news em 2018 foi ampla, porque aconteceu a nível federal e estadual, envolvendo diferentes partidos e candidatos. "Todos os partidos tiveram candidatos que contrataram empresas para realizar disparos de notícias falsas. Apesar de o alvo principal ser o candidato majoritário na maioria das vezes, essa prática aconteceu também entre aqueles que concorriam aos cargos legislativos, por exemplo", explicou. O próximo encontro do grupo está previsto para o dia 11/9, às 10h. Além dos já citados, também participaram da reunião as deputadas e os deputados Arthur do Val, Edmir Chedid, Janaina Paschoal e Mônica da Bancada Ativista.