Na 15ª audiência para discutir o Orçamento estadual de 2026, os parlamentares da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo viajaram até o município de Nuporanga para ouvir as demandas da população local a fim de contemplá-las na próxima Lei Orçamentária Anual (LOA). Destinação de recursos para as áreas da Saúde e Infraestrutura da região foram as principais reivindicações dos munícipes.

Vereadora da cidade de Ribeirão Preto, Perla Muller apontou as principais dificuldades do hospital de sua região e de que formas os recursos orçamentários podem ajudar a resolvê-las. "Solicito aos deputados, acima de tudo, uma emenda para garantir a climatização da enfermaria do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Esse lugar atende cerca de 3,5 milhões de pessoas do estado, vindas de centenas de outros municípios. No momento de maior vulnerabilidade, elas precisam encontrar conforto e dignidade, afinal de contas, já são pessoas, em sua maioria, de baixa renda, que devem ser tratadas da melhor forma possível", afirmou ela.

Acrescentando às demandas de saúde regional, o vereador da cidade de Franca, Gilson Pelizaro, salientou sua preocupação com as alas de internação de sua cidade. "Por conta da falta de alas próprias para internação, acabamos improvisando e alocando nossos pacientes nas UPAs, que são inadequadas para esses tratamentos. Por isso, venho aqui reivindicar emendas direcionadas à ampliação dos nossos hospitais e alas de internação, afinal, somos referência de saúde para mais de 20 municípios", explicou.

Já o presidente do Sindicato dos Bancários de Barretos, Marcelo Martins da Silva, levantou a precariedade das Santas Casas regionais como uma questão que precisa ser resolvida. "A cidade de Pitangueiras, da nossa região, precisa de mais investimentos na Santa Casa local. A situação por lá está tão crítica que estão apelando por campanhas para conseguirem acesso a produtos básicos de limpeza. É uma cidade com mais de 30 mil habitantes que necessita de mais aportes do governo para se sustentar", disse.

Abastecimento

Outra questão abordada frequentemente na audiência foi a falta de estrutura para abastecimento de água em diversas cidades da região. O primeiro a falar sobre o tema na tribuna foi o vereador do município de São José da Bela Vista, Denis Covas Tostes.

"Nós temos um problema muito sério de abastecimento hídrico. Desde 1996, nenhum poço artesiano foi construído na cidade para contemplar o aumento da população. A água não chega em todas as residências, precisamos fazer rodízios de horários e, mesmo assim, não chega para muita gente. Por isso, peço que uma quantia direcionada para aprimorar essa questão esteja no orçamento do ano que vem", pontuou Tostes.

Exemplificando essa realidade, a munícipe da cidade, Jessica Carlos Santos contou sobre a realidade dos bairros em seu entorno. "Nós temos quatro bairros que chegaram a ficar entre quatro e sete dias sem água por conta de uma bomba quebrada. Isso resulta em creches sem funcionar, postos de saúde fechados. Tudo gera um sofrimento constante, esse tipo de recurso não pode ser negado à população", ressaltou ela.

Em cima dessa questão, o prefeito de Altinópolis, Huelder Malagutti, e o vereador da cidade de Sales Oliveira, Fabiano Estevan da Silva, também apontaram a necessidade do aumento da infraestrutura de abastecimento hídrico de seus municípios, sobretudo nos períodos de seca.

Recursos garantidos

Com recursos próprios que a Comissão de Finanças da Alesp dispõe no Orçamento Estadual, os deputados Gilmaci Santos (Republicanos), Luiz Claudio Marcolino (PT), Enio Tatto (PT) e Dirceu Dalben (Cidadania) anunciaram a destinação do montante de R$ 1 milhão divididos entre as cidades que participaram da audiência desta quinta.

Serão contemplados os municípios de Cândido Rodrigues, São Simão, Cristais, Aramina, Ipuã, Altinópolis, São José da Bela Vista, Sales Oliveira, Jardinópolis e Nuporanga.

A medida - que ressalta o dinamismo, comprometimento com a população e importância das audiências públicas a cada ano que passa - tem a chancela do presidente do Parlamento Paulista, o deputado André do Prado. Os valores serão votados ao final do ano pelo Plenário da Alesp e repassados oficialmente em 2026.

O Orçamento

Entre os meses de agosto, setembro e outubro, os deputados integrantes da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp viajarão 30 cidades de diferentes regiões do Estado para consultar, diretamente com os cidadãos, quais são as principais demandas dos municípios paulistas.

Todo o trabalho produzido durante esses encontros será incorporado à Lei Orçamentária Anual (LOA). Esse documento prevê a arrecadação estadual e fixa as despesas do ano seguinte. Dessa forma, é o instrumento pelo qual são previstos e planejados os investimentos em diversas áreas, como Saúde, Educação, Segurança Pública, entre outras.

Assista à audiência, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp: