12° ENCONTRO DA APEL DISCUTE PERSPECTIVAS DO GOVERNO DIGITAL

Com diversos palestrantes e representantes de entidades, o encontro se dividiu em três mesas no decorrer do dia.
11/10/2023 15:28 | ILP | Fernanda Alves Davi, Larissa Gabriel Alvares, Rafael Sotero Garcia

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Palestrante e mediadores durante abertura.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/L-10-2023/fg310999.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

No dia 05/10/2023, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou o 12° Encontro da Associação Paulista de Escolas do Legislativo e Contas (APEL). O evento foi realizado de maneira híbrida, ou seja, presencialmente no Plenário José Bonifácio, na ALESP, e com transmissão pelos canais do ILP e da Rede Alesp no YouTube. A abertura institucional foi realizada por André do Prado, presidente da Assembleia, Agnes Sacilotto, diretora-presidente do ILP, e Roberto Lamari, presidente da Associação Brasileira das Escolas do Legislativo (ABEL).

MESA 1

Com a temática "Caminhos para a transformação digital dos governos", a mesa teve início com a apresentação de Malu Molina, cientista social e especialista em Gestão Pública. A palestrante tratou, em sua explanação, de processos de inovação, tipos de liderança, mindset digital e setor público, e encerrou com a inovação de mudanças e negócios. Ao tratar de competências de inovação e liderança na alta administração pública nacional, foi ressaltada a importância de se pensar no consumidor final do produto ou serviço oferecido: "O foco no usuário é uma coisa que a gente recomenda também para o setor público. Pensa no cidadão que vai consumir aquele serviço primeiro, conversa com ele primeiro e a partir dele você vai desenvolver". Ou seja, a mudança para inovação não seria um evento, e sim um processo que demanda uma desconstrução e planejamento efetivo para sua realização prática.

Guilherme Dominguez, atuante na área de inovação que busca soluções para conectar empreendedores com o Poder Público, continuou a explicação de maneira telepresencial, dando enfoque a sistematização de cinco passos para aceleração e intensificação da transformação digital, ressaltando com base em dados econômicos que "a transformação digital é um poderoso caminho para promover um governo efetivo, transparente e inclusivo". Conforme o palestrante, a demanda por melhores serviços públicos, a pressão orçamentária, a velocidade de mudanças e atualizações e a necessidade de mais participação e transparência do Estado corroboram com a carência de transformação e adaptação digital.

Com mediação de Agnes Sacilotto, o encerramento do bloco buscou responder às perguntas e questionamentos feitos pelos ouvintes, com breves discussões e apontamentos entre os palestrantes acerca de áreas públicas informatizadas para melhor competência e funcionamento.



MESA 2

A segunda mesa do evento, "Inspiração para o futuro das cidades: rodada de apresentações com ideias transformadoras", iniciada às 14h, propôs a exploração dos buscou explorar os processos e estratégias necessários para transformar cidades em cidades inteligentes, de maneira sustentável, se baseando em cases de sucesso. Deste modo, Eduardo Benchimol compartilhou as experiências da chamada "revolução digital" na Estônia, dita responsável por trazer de volta o país para um cenário de interesse global. Segundo o palestrante, para a transformação digital ocorrer, é necessário antes construir uma base organizacional bem estruturada, junto a sociedade para então digitalizá-la. Para Benchimol, "a base da pirâmide é justamente a estrutura jurídica, políticas e leis que apresentem essa vontade de mudança e coloquem na prática para o cidadão, tirando do campo das ideias e realmente mudando a vida do cidadão, que acaba sendo o usuário e tem que ser visto como o centro das políticas públicas".

Complementando as ideias e conceitos expostos, Raquel Cardamone desenvolveu mais profundamente a noção de transformação digital, trazendo estes conceitos para a realidade de uma cidade que já está urbanizada. Segundo Cardamone, "é pra isso que vem os conceitos de cidades sustentáveis, inteligentes e resilientes. Como eu posso entregar bons serviços para a cidade de maneira bem integrada? O primeiro ponto é, com certeza, fazer um bom diagnóstico da situação atual para entender quais são as principais áreas que eu posso aplicar essa melhoria".

Por fim, a segunda etapa do encontro, mediada por Guilherme de Azevedo, assistente parlamentar do ILP, foi encerrada com um breve momento para perguntas e comentários dos participantes e espectadores do evento.



MESA 3

A última mesa do evento abordou, de maneira geral, quais são as perspectivas para as escolas legislativas do Estado de São Paulo. O debate teve início com a exposição de Leonel de Arruda, gestor de projetos, que enfatizou a importância do diálogo entre as figuras políticas e o restante da comunidade, principalmente a partir de uma educação protagonista e democrática. Com exemplo, mencionou o projeto "Parlamento Jovem de Matão", que, através de ineditismos, foi finalista do prêmio da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável. Segundo Leonel, "o espaço da educação política não é um espaço do jovem apenas receber conteúdos, apesar do conteúdo ser um elemento importante [...]. Mas o espaço da educação é um espaço de criação de soluções e de inovações. Então, esse conhecimento precisa ser articulado pelo jovem, para a criação de soluções. Quando a gente estabelece esse princípio, a gente está apostando que os jovens vão trazer algo novo para o mundo".

Em seguida, houve a apresentação de Amanda Silva, coordenadora de percurso metodológico em atividade com o intuito de democratizar o acesso à tecnologia. A palestrante reforçou que "As desigualdades estruturais também estão presentes no digital. Quando a gente fala de desigualdade digital, nós temos aqui pelo menos três camadas, [sendo elas] acesso à internet, por mais que eu tenha um celular aqui com acesso à internet, essa é uma realidade minha, mas não é a realidade de muitas mulheres no Brasil; a fluência digital, [...] pode ser que as pessoas saibam mexer no Instagram, mas se tiver que realizar um acesso um pouquinho mais profundo, as mulheres negras, às vezes, não têm também; e, quando nós estamos falando da produção de tecnologia, nós sabemos que nas grandes empresas, nas grandes corporações, são ambientes majoritariamente masculinos e brancos, não vemos mulheres negras produzindo tecnologia, o que é um problema".

Esta última etapa deste encontro foi mediada por Rhebeca de Souza, assistente parlamentar do ILP, com breves dúvidas realizadas pelo público, incentivando ainda mais o debate acerca dos temas apontados.

O vídeo do evento pode ser acessado pelo link:

https://www.youtube.com/live/U1ovZQdunTc?si=kZZQ0aPI9p3lsr8B


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