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Autor/Criador
Ano
2016
Título
Ideologia e comportamento parlamentar na Câmara dos Deputados: faz sentido ainda falar em esquerda e direita?
Fonte
Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2016.
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Palavras-Chave
Resumo
Bem ou mal utilizados, os termos esquerda e direita continuam fazendo parte do debate político. Um dos focos de interesse na literatura brasileira recente é a verificação do grau em que as supostas diferenças ideológicas entre os partidos interferem no comportamento dos atores políticos. Diante desse cenário, o presente trabalho se propõe verificar o peso da ideologia no comportamento parlamentar em tempos atuais apartir da análise de um conjunto de votações nominais ocorridas durante o governo Dilma Roussef na Câmara dos Deputados brasileira, sejam elas ligadas a temas clássicos ou novos temas que se fazem presentes no debate contemporâneo. São analisados temas substantivos do ponto de vista político-ideológico e que, em tese, implicariam em dissenso entre parlamentares e partidos de esquerda e de direita. O banco de dados utilizado consiste nas informações disponibilizadas pelo site da Câmara dos Deputados e de responsabilidade do Centro de Documentação e Informação (CEDI). Visto que a asserção mais em voga é que a ideologia tem se tornado um determinante fraco para predizer o comportamento parlamentar, enquanto o posicionamento estratégico relacionado à polaridade governo-oposição explicaria melhor a atuação dos partidos, as duas variáveis são colocadas em disputa. Em termos metodológicos, além de terem sido calculados coeficientes de contingência a partir de tabelas de contingência, o estudo utilizou a análise de correspondência múltipla (ACM), e análises de regressão logística. Os resultados não corroboram as teses de que há no sistema partidário brasileiro uma baixa coerência ideológica e de que fazer parte do governo ou não é o principal determinante do voto. Sem pretender negar a importância das relações presentes no nosso presidencialismo de coalizão, o trabalho mostra que em temas com teor ideológico claro, sobretudo aqueles que extrapolam a tradicional dimensão relativa a mais ou menos Estado, a ideologia prevalece e os partidos em sua maioria se posicionam de forma coerente com o que é esperado do ponto de vista político-ideológico. A exceção são os casos em que estão em jogo recursos financeiros, seja onerando significativamente ou então gerando receita vultosa ao executivo federal.
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