Autor de "A economia do hidrogênio" fala na Assembléia


18/09/2003 21:52

Compartilhar:

Reunião da Frente Parlamentar pela Energia Limpa e Renovável<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/FteParlEnerg4.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Clique para ver a imagem " alt="Professor Jeremy Rifkin, presidente da Fundação de Tendências Econômicas de Washington e autor do livro "A economia do hidrogênio Clique para ver a imagem ">

DA REDAÇÃO

O presidente da Fundação de Tendências Econômicas de Washington e autor do livro "A economia do hidrogênio", professor Jeremy Rifkin, esteve na Assembléia Legislativa de São Paulo para participar da reunião da Frente Parlamentar pela Energia Limpa e Renovável, presidida pelo deputado Arnaldo Jardim (PPS).

O deputado Jardim afirmou que o objetivo da Frente é tratar de temas relacionados à energia alternativa e que o hidrogênio tem se consolidado como o grande modelo desse tipo de energia neste século. "O Brasil tem plenas condições de participar desse processo, uma vez que é rico em fontes naturais de energia."

A coletiva

Antes de proferir palestra, Rifkin falou em coletiva na Sala de Imprensa sobre o potencial do hidrogênio como alternativa energética.

Segundo Rifkin, o mundo está atravessando uma fase de transição da era do predomínio do petróleo para a era da energia alternativa. "Será algo parecido com a mudança do uso do carvão para o uso do petróleo."

O autor afirmou que o uso do petróleo tem causado questões críticas para o mundo, como o aquecimento do planeta, o aumento da dívida dos países do 3º mundo e o agravamento das tenções militares (por exemplo, a presença de tropas americanas no Iraque).

Além disso, Rifkin informou que as fontes de petróleo devem se esgotar em 35 anos ou até em menor tempo, como prevêem alguns especialistas europeus. "Cerca de 2/3 das reservas do planeta estão no Golfo Pérsico, quando a escassez estiver próxima o mundo vai estar guerreando naquela região por um barril de petróleo."

Rifkin acredita que o hidrogênio é a substituição ao petróleo, uma vez que se trata de elemento que ao ser queimado não gera resíduo poluente, apenas água e calor. "O hidrogênio pode ser obtido por meio da decomposição da água."

O professor disse que existem dois tipos de hidrogênio, o preto e o verde. O primeiro é obtido de fósseis, e não corresponde a algo novo. "O verde provém das fontes renováveis, e é o menos poluente."

Possibilidades brasileiras

Há ainda outras formas de energia alternativa, como a água e a biomassa, esta renovável. "A produção excedente, que não for usada para o consumo de energia elétrica, poderá ser adaptada para mover automóveis."

Segundo Rifkin, o Brasil é rico em biomassa, como a cana-de-açúcar, e se tiver terra suficiente para o plantio desse vegetal e souber minimizar a poluição gerada pela transformação da cana em energia, poderá ter uma importante alternativa de energia. "O Brasil é a 10ª potência econômica do mundo e uma ponte entre as potências e os países em desenvolvimento. Ele pode vir a ser a maior potência em hidrogênio no século XXI, se combinar esse elemento com outras fontes de energia."

O hidrogênio é uma alternativa democrática de energia. "Possuir uma célula de H é como ter um computador pessoal, para gerar sua própria informação que pode ser compartilhada com outros."

De acordo com Rifkin, para a célula ser disponibilizada à população será preciso que o governo implemente parcerias, de forma a socializar a tecnologia.

O professor concluiu que as possibilidades brasileiras no que se refere a alternativas de energia são altas, uma vez que o país já é praticamente auto-suficiente em petróleo, importando apenas 20% do que consome. "Sem contar que o Brasil é rico em recursos hídricos, responsáveis pela geração de energia elétrica."

alesp