O Rodoanel e o impacto no Litoral

Opinião
27/11/2008 16:15

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Vitor Sapienza*<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/11-2008/VITOR SAPIENZA 2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Rodoanel Mario Covas é uma importante obra em andamento que beneficiará sobremaneira os motoristas da capital, da Grande São Paulo, do interior e até mesmo de outros Estados. Trata-se de uma rodovia de 170 quilômetros que contornará a Região Metropolitana, a uma distância de 20 a 40 quilômetros do centro da capital. Com a conclusão do Rodoanel, o trânsito nas marginais do Tietê e do Pinheiros, bem como nas vias próximas e acessos às rodovias, fluirá com mais rapidez, ou seja, a previsão é que os longos congestionamentos tenham fim, principalmente com o desvio da grande frota de caminhões que diariamente circula por São Paulo.

Entretanto, paralelamente a esses benefícios, vamos ter um problema lá na frente, que poderá sacrificar as cidades do litoral. Com a facilidade de acesso que moradores da Grande São Paulo e do interior terão para atingir as cidades de praia, notadamente do Litoral Sul, não tenho dúvida de que haverá transtornos nesses municípios. O principal deles é relativo ao abastecimento de água. Atualmente, nos finais de semana prolongados, a falta de água no litoral já aborrece tanto os turistas como os moradores. As torneiras secam, as filas de atordoados turistas crescem nos mercados em busca de água para beber e, em muitos casos, até mesmo para se banhar.

Outro transtorno que vislumbro é em relação ao trânsito na região praiana. Vamos transferir para o litoral, nos feriados prolongados, um problema rotineiro da capital. Portanto, com essa facilidade de motoristas do interior e de alguns municípios da Região Metropolitana de chegarem ao litoral, com mais rapidez, sem ter de enfrentar horas de congestionamento, ampliará e muito o fluxo de veículos nos acessos e avenidas próximas às praias. E isso redundará em engarrafamentos, com a conseqüente poluição do ar e o desperdício de combustível. Além disso, o aumento substancial do número de freqüentadores deverá resultar também em poluição do mar e na produção de mais dejetos, esgotos.

Diante desse quadro, torna-se necessário que o Poder Público faça estudos e projetos para evitar lá adiante um agravamento da situação no litoral, sacrificando moradores e turistas. É preciso, portanto, agir com rapidez para ampliar a rede de abastecimento de água e de estações de tratamento de esgotos que beneficiem Santos, Guarujá, São Vicente, Peruíbe, Itanhaém e outros municípios procurados por turistas, em temporadas de verão e nos feriados prolongados. Da mesma forma, o governo do Estado, em colaboração com as prefeituras daquelas cidades, que formam a Região Metropolitana da Baixada Santista, precisa planejar e colocar em ação obras e sistemas que possibilitem o fluxo de veículos na região, com bolsões de estacionamento, para resultar em menos transtornos. Portanto, somente com essas providências, vontade política e bom senso, teremos condições de tratar bem os moradores praianos e, ao mesmo tempo, não causar sacrifícios para aqueles que vão em busca de descanso e diversão.



*Vitor Sapienza é deputado estadual pelo PPS

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