Domingo Soto: profundidade de pensamento e habilidade de mestre Para se compreender melhor o procedimento criativo de Domingo Soto bastaria imaginar sua elaboração com folhas de um jornal que dobrado e amassado pode adquirir uma certa, embora, frágil estabilidade. Do mesmo modo ele cria com o cobre um corpo que, por motivos estáticos e figurativos, enriquece gradualmente com cavidades e relevos. Sua natureza artística se manifesta rica e diversificada através de uma atividade poliédrica dedicada a arte escultórica nas suas numerosas qualificações. Do retrato ao perfil, do monumento alegórico ao troféu, da pequena a grande escultura, o artista argentino exprime magistralmente na chapa de cobre " matéria de sua preferência " o vasto repertório de sua inerente criatividade, a serviço de uma personalidade inquieta, curiosa e impagável. Manipulando e alisando a matéria, com toques suaves e precisos, o artista transforma as superfícies planas da chapa que usa, em formas tridimensionais. Com destreza, mas sem qualquer esforço aparente, consegue criar contornos que parecem quase impossíveis de serem obtidos. Na execução de "Dom Quixote desolado" e "Dom Quixote a cavalo", obras doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, se escondem além de uma rica experiência, um experimentado virtuosismo e uma profundidade de pensamento. O elemento espiritual se manifesta em formas cuja elegância encobre as dificuldades e a forma reflete uma qualidade rara: a habilidade de um mestre. O artista Domingo Soto, pseudônimo artístico de Domingo Wenceslau Soto, nasceu em Buenos Aires, Argentina em 1938. Desde muito jovem manifestou interesse pelas artes plásticas, música, teatro e dança. Formou-se técnico industrial pela Escola General Belgrano e mais tarde pela Escola de Belas Artes de Buenos Aires. Desde 1970 transferiu-se para o Brasil onde instalou seu primeiro atelier em São Paulo. A seguir passou a residir em Embu das Artes e atualmente vive e trabalha em Búzios, na região dos Lagos Fluminenses. Participou de inúmeras exposições coletivas em Chaco, Buenos Aires, (Argentina); Montevidéu (Uruguai); Rio de Janeiro, RJ, Brasília, DF, Recife (Pernambuco), Salvador (Bahia), Aracaju (Sergipe). Há mais de 5 anos tem elaborado por encomenda do Supremo Tribunal Federal esculturas em cobre simbolizando "A Justiça", mimo entregue anualmente em sessão solene a personalidades de destaques. Recebeu diversas medalhas, diplomas e honrarias e possui obras em coleções particulares no Brasil, no Exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.