Especialistas avaliam impactos ambientais da tecnologia de radiodifusão


10/09/2003 22:03

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Fórum de Sustentabilidade Ambiental do Brasil<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/ambiente4.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ronald Barbosa, diretor da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Ambiente1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

Preocupada com os impactos da tecnologia de radiodifusão no ambiente urbano, a Agência de Inteligência Corporativa Ambiental, dirigida pelo advogado Antônio Fernando Pinheiro Pedro, promoveu nesta quarta-feira, 10/9, na Assembléia Legislativa, o Fórum de Sustentabilidade Ambiental do Brasil.

Na abertura do evento, o secretário de Estado do Meio Ambiente, José Goldemberg, trouxe o apoio do Executivo estadual para os temas a serem discutidos. "Não há ainda uma idéia clara acerca dos efeitos das ondas eletromagnéticas. Precisamos de mais evidências científicas, e os debates de hoje contribuem para esclarecer a matéria", declarou Goldemberg, comentando que a USP e a Unicamp também estão realizando estudos sobre o assunto.

No primeiro painel, presidido pelo deputado João Caramez (PSDB), o diretor da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), Ronald Barbosa, falou sobre "Tecnologias do Sistema Radiodifusor - Avanços Tecnológicos e Pirataria".

Ao abordar a questão do espectro radioelétrico, que são as ondas boas para a comunicação, Barbosa chamou a atenção para os serviços de radiodifusão: as ondas média, tropical e curta, a freqüência modulada, a radiodifusão comunitária e a televisão.

O advento da tecnologia digital deve melhorar a qualidade de recepção desses serviços, com transmissão por satélite, como acontece com a Internet. "Para não ficarem obsoletos perante outras mídias, esses serviços deverão ser digitalizados, acarretando grande revolução na transmissão vigente", opinou, acrescentando que "hoje estão sendo desenvolvidas técnicas para digitalização da transmissão, mas também da recepção".

Pirataria

Com dois tipos distintos - de uso de sinais e conteúdos e do uso de canal e freqüência -, a pirataria é, atualmente, uma preocupação tanto nacional como internacional. "Nunca a pirataria de sinal esteve tão em voga quanto agora, com a digitalização", afirmou Barbosa. Ele considera mais prejudicial a pirataria de canal e freqüência, "porque ninguém sabe onde está instalada". São as estações ilegais ou clandestinas que causam mais impacto sobre o ambiente, porque podem prejudicar a saúde das pessoas que moram nos arredores dos locais de transmissão.

"Não há controle sobre esse tipo de pirataria, apesar do combate constante da Agência Nacional de Telecomunicação e da Polícia Federal. A digitalização do sistema é uma maneira de evitar essa proliferação clandestina", argumentou.

Níveis de radiação na Paulista

No segundo painel, presidido pelo deputado Arnaldo Jardim (PPS), o diretor

de Ensino da Sociedade de Engenharia de Televisão e Telecomunicações (SET), Eduardo Bicudo, apresentou o estudo de caso Radiodifusão: medições de radiação não ionizante na avenida Paulista e outras regiões.

Depois de realizar medições em 15 pontos, como o edifício São Luís Gonzaga, onde se situa o transmissor da TV Shop Tour; o Conjunto Nacional, onde está o escritório da Rede Vida; a sala de transmissão da TV Record; e o edifício onde estão instalados os transmissores das TVs Globo e Gazeta, o estudo concluiu que os níveis médios de radiação naqueles locais estavam dentro dos padrões estabelecidos pela Anatel.

Testes realizados quando do uso de telefones celulares das marcas Nokya, Motorola e LG, com o aparelho encostado ao ouvido do usuário, revelaram níveis de radiação não-ionizantes menores do que os 50 volts por metro estabelecidos pela Anatel.

O maior problema a enfrentar na região será a duplicação dos transmissores da região da Paulista. Segundo informações trazidas por Bicudo, as 22 estações analógicas já existentes terão direito a um canal digital outorgado pela Anatel, totalizando 44, que devem operar simultaneamente durante o período de transição, entre 10 e 15 anos. "A solução é implantar uma torre única, mais alta, para transmitir a tevê digital, com menor potência, acarretando a diminuição da radiação não-ionizante", propôs o diretor da SET.

alesp