Depoimentos surpreendem deputados da cpi da cana-de-açúcar


26/11/2007 19:47

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Marcelo Pedroso Goulart<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/RAFAEL SILVA CPI CANA 3   Marcelo Pedroso Goulart.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Charles Lustosa Silvestre<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/RAFAEL SILVA CPI CANA 2  Charles Lustosa Silvestre.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Paulo Cristino da SIlva<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/RAFAEL SILVA CPI CANA 4   Paulo Cristino da Silva.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> CPI da Cana-de-Açúcar na Câmara Municipal de Ribeirão Preto<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/RAFAEL SILVA CPI CANA 1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Os deputados que participaram da reunião da CPI da Cana-de-Açúcar, que aconteceu na manhã desta segunda-feira, 26/11, na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, consideraram a reunião como positiva, surpreendente e alarmante. Participaram da reunião, o presidente do órgão, Rafael Silva (PDT), o vice-presidente, Fernando Capez (PSDB), a relatora Vanesa Damo (PV), o relator especial Uebe Rezeck (PMDB) e as deputadas Darcy Vera (DEM) e Célia Leão (PSDB).

Os deputados convidaram para a reunião ambientalistas, militares e autoridades de diferentes segmentos. O primeiro a ser ouvido foi o engenheiro Marco Antonio Sanches Artuzo, gerente da agência ambiental da CETESB em Ribeirão Preto, que afirmou a necessidade real da redução do prazo para a eliminação final das queimadas.

A irmã Maria Inês Facioli, coordenadora regional da Pastoral do Migrante, apresentou números e estatísticas alarmantes, que causaram indignação aos parlamentares. "Foi um depoimento muito rico. Recebemos informações importantes em relação aos problemas criados pela queima da palha da cana-de-açúcar. Chegamos à conclusão de que, quando um ônibus não serve para mais nada, é utilizado para transportar os trabalhadores rurais", comentou a deputada Darcy Vera.

O ambientalista Manuel Eduardo Tavares Ferreira, presidente da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil, entregou um dossiê aos parlamentares onde apresenta fortes argumentos sobre os problemas causados ao meio ambiente. Para a deputada Célia Leão, "ser empresário e ter lucro não é crime. Crime é o que fazem com os tralhadores rurais e com o meio ambiente. Os depoimentos em Ribeirão Preto nos causaram indignação".

O representante da Procuradoria Regional do Trabalho, Charles Lustosa Silvestre, falou da atuação do órgão em grande parte do interior do Estado, buscando apurar as denúncias e punir os responsáveis que descumprem as legislações vigentes.

O promotor de justiça da Regional do Meio Ambiente, Marcelo Pedroso Goulart, que atua há vários anos no combate aos crimes ambientais, mostrou aos parlamentares a necessidade de se cumprir o que já existe de positivo e criar novos mecanismos que coíbam ações que causem danos ao meio ambiente.

Fernando Capez declarou estar convencido da necessidade de se eliminar a queima da palha da cana-de-açúcar, e de que a CPI conseguirá atingir esse objetivo. "Nós iremos acabar com esse crime", declarou.

Os comandantes do Corpo de Bombeiros na região de Ribeirão Preto, capitão PM Cassio Augusto Amaral, e da Polícia Ambiental, capitão PM Luis Gustavo Biagioni, apresentaram aos parlamentares as atividades que são realizadas pelas corporações. Eles também vão enviar à presidência do órgão estatísticas de ocorrências e um relatório da estrutura que possuem para atuar nas cidades da região.

A relatora da CPI, Vanessa Damo, afirmou que a participação de diferentes segmentos da sociedade permitiu a obtenção de muitas informações, ampliando o conhecimento sobre o tema. "Tenho certeza de que a CPI oferecerá bons frutos."

O delegado regional do Trabalho em Ribeirão Preto, Paulo Cristino da SIlva, também colaborou com a CPI apresentando a forma de atuação do órgão que representa na cidade e a maneira como procura auxiliar os trabalhadores rurais que são prejudicados no corte da cana-de-açúcar.

O depoimento do médico pneumologista e professor titular da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, José Carlos Manço, atraiu a atenção pela riqueza de informações. Ele falou dos prejuizos causados para a saúde de quem vive em regiões onde existe a queima da palha da cana-de-açúcar.

O relator especial da CPI, deputado Uebe Rezeck, falou da disposição dos integrantes do órgão de investigação da Assembléia. "A pressão que sofremos é muito grande, mas estamos de um lado, o lado de quem defende uma qualidade de vida digna".

O prefeito de Tambáu, Antonio Agassi, último depoente da reunião em Ribeirão Preto, alertou os parlamentares para vários problemas, entre eles o desgaste das vias causados pelos treminhões. "Os usineiros ganham dinheiro, mas alguns municípíos, como Tambaú, ficam só com os prejuízos. O relatório final da CPI pode fazer com que isso mude".

Na avaliação do presidente da CPI, Rafael Silva, a reunião realizada em Ribeirão Preto "mostrou que não temos receio de ameaças e muito menos da força financeira de grandes grupos. É só com coragem que parlamentares enfrentam um problema tão sério como a queima da palha da cana-de-açúcar". Para ele, a comissão tem seriedade, determinação e ética, e está determinada a lutar em benefício da população e do meio ambiente. "Nossa CPI vai mudar um quadro caótico e deixará sua marca registrada na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo".

alesp