O que é melhor para o País

Opinião
20/10/2005 16:28

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Hamilton Pereira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Hamilton.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O melhor para o Brasil é que toda a população aproveite o momento em que o Referendo suscita a discussão acerca do desarmamento para refletir sobre o real significado de tal proposta. Faço parte do Conpaz, criado na Assembléia Legislativa com o objetivo de atuar sobre políticas parlamentares voltadas à cultura de paz. Este ano integrei-me à Frente Parlamentar a Favor do Desarmamento e organizamos, na região de Sorocaba, o Fórum Regional pelo Desarmamento.

Meu envolvimento de maneira aprofundada nessa discussão se deve ao fato de ser este um debate de fundo cultural, que se torna ainda mais difícil frente às argumentações simplistas e apelativas que são colocadas pela campanha do não. Se refletirmos a respeito das argumentações que os defensores das armas nos colocam diariamente, chegaremos a qualquer conclusão, menos a de que há uma real preocupação de tal grupo com a nossa segurança. Pensemos: que tipo de responsabilidade há na defesa de que, frente à ineficácia da atuação dos órgãos responsáveis pela segurança pública, que são treinados para esse fim, deve-se armar a população?

Sobre um outro argumento referente à perda de direitos, como sugeriu em artigo recente, Beatriz Cruz, que é coordenadora do Projeto Rede pelo Desarmamento do Instituto Sou da Paz, valeria a pena mudarmos a estrutura da pergunta do referendo: "você abriria mão do seu direito de comprar uma arma para que o Brasil deixe de ser o país onde mais se mata com arma de fogo no mundo?"; ou ainda, "você abriria mão do seu direito de comprar uma arma para que milhares de pessoas deixem de morrer a cada ano?".

Votar SIM é mudar as estatísticas das capitais brasileiras, onde 44% dos homicídios de mulheres são cometidos com arma de fogo (e 2/3 dos casos de violência contra a mulher têm como autor o próprio marido ou companheiro). É mostrar para a população que a chance de morrer numa reação armada a roubo é 180 vezes maior do que morrer quando não há reação e que só no Estado de São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, entre 1993 e 2000, foram roubadas, furtadas ou perdidas 100.146 armas. Celebre a vida votando no 2. SIM ao desarmamento!

Hamilton Pereira* é Deputado Estadual (PT)

hamilton.pereira@terra.com.br

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