Orçamento 2012: Vale do Ribeira ainda tem economia com base na cultura de chá e banana

Audiências públicas - Orçamento 2012
20/07/2011 19:00

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Registro <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/07-2011/Registromontagem.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Registro é pioneiro na plantação de chá preto em toda a América Latina. Como 90% da produção é exportada, a cotação do dólar afeta diretamente o preço pago pelo produto. A região também é responsável por mais de 50% da produção de banana no Estado, que, por sua vez, é o que mais produz o fruto. Sujeita à instabilidade do câmbio e do clima, a economia do Vale do Ribeira precisa de diversificação. Esse deve ser um dos principais focos da audiência pública que a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento vai realizar em Registro, no dia 29/8, para a discussão das prioridades orçamentárias para o exercício de 2012.



Registro, do ciclo do ouro no século 17 à vocação agrícola despertada pela imigração japonesa



Localizada na mesorregião do Litoral Sul paulista, no Vale do Ribeira, Registro, acessada por meio da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), é limitada ao Norte pelo Município de Juquiá, ao Sul por Jacupiranga e Pariquera-Açu, a Leste por Iguape e a Oeste por Eldorado e Sete Barras.

A diversidade cultural e econômica e a concentração populacional fazem com que Registro seja conhecida como "Capital do Vale do Ribeira", ou também como "Capital do Chá", em alusão a um dos principais produtos exportados pelo município, principalmente até meados da década de 1990.

A cidade é oficialmente o marco da colonização japonesa no Estado de São Paulo, porque teria sido a primeira localidade a receber imigrantes japoneses interessados em investir em produção própria no Estado . O Conjunto Iguape (colônias de Registro, Sete Barras e Katsura ou Giporuva) foi cronologicamente a primeira grande colônia formada por japoneses no Brasil, e também a primeira entre as colônias fundadas por capital privado nipônico.

O nascimento do povoado de Registro está relacionado à procura de ouro por meio de vias fluviais no rio Ribeira de Iguape. As primeiras jazidas de ouro do Brasil foram descobertas na região do Médio Ribeira no século 17. Durante aquele ciclo do ouro, o povoamento avançou para o interior, subindo o curso do Rio Ribeira de Iguape. O povoado que habitava o porto de registro do ouro originou a sede do atual município de Registro. Todas as mercadorias eram revistadas e registradas por um agente de Portugal para cobrar o quinto da Coroa Portuguesa. Por ser o centro do registro do ouro que ia para Portugal e articulador da produção que viajava de Iporanga até os navios do antigo porto de Iguape, ficou conhecido com o nome Porto de Registro de Ouro.



Imigração Japonesa



Em 8 de março de 1912, a Assembleia paulista selou contrato de doação de 50 mil hectares de terra não-cultivada de propriedade do Estado na região de Iguape, sem ônus, ao Tokyo Syndicate (Sindicato Tóquio), que a repassou a famílias que se disporiam a emigrar do Japão e a radicar-se definitivamente no Brasil. Em março de 1913 foi constituída a empresa de colonização Brasil Takushoku Kabushiki Kaisha (Sociedade Colonizadora do Brasil/BTKK), que sucedeu o Sindicato Tóquio nesse contrato de assentamento.

O primeiro ingresso de colonos japoneses em Registro ocorreu em 1917 (quatro famílias). As primeiras 30 famílias chegaram ao povoado da Colônia Iguape em novembro de 1913. Em 1917, o número de famílias japonesas já chegava a 1.060, totalizando 5.121 pessoas na Colônia, a maioria em Registro.

Neste período, Registro tornou-se o maior produtor de arroz do Estado de São Paulo e possuía instalações de armazenamento e beneficiamento do cereal, produzido por cultura irrigada. Além do arroz, os imigrantes japoneses também estão relacionados com o cultivo do chá e do junco, importantes culturas econômicas de Registro.

Registro está situada a 187 km da cidade de São Paulo (SP) , 170Km de Sorocaba, 182Km de Santos, a 221 km de Curitiba (PR), e a 260 Km de (Campinas), sendo acessada através da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que tem 375 km duplicados dos seus 408 Km de extensão total entre São Paulo e Curitiba, tendo apenas o trecho da Serra do Cafezal (30 Km) com pista simples. Outra rodovia que liga o município a outras cidades é a SP-139 (Registro/São Miguel Arcanjo/SP-127/Itapetininga). A posição geográfica mostra-se, pois, bastante privilegiada (rota para as regiões Sul/Sudeste do Brasil e para o Mercado Comum do Cone Sul, o Mercosul).

O polo regional de Registro é responsável por mais de 50% da produção de banana no Estado, que, por sua vez, é o que mais produz o fruto.

Registro é pioneiro na plantação de chá em toda a América Latina. Os principais países importadores do chá preto de Registro são Reino Unido, Alemanha, Holanda, Estados Unidos e Chile. Como 90% da produção de chá preto é exportada, a remuneração do dólar também afeta diretamente o preço pago pelo produto e os consequentes rendimentos das fábricas. Os preços recebidos pelo produto brasileiro no mercado internacional, para onde se destina a maior parte da produção, mostraram-se crescentes, de 1996 a 1998 (período em que a moeda brasileira esteve valorizada) e decrescentes de 1999 a 2002 (período de desvalorização do real). A instabilidade das condições climáticas e as chuvas irregulares também estimularam muitos produtores a reduzir ou até mesmo a extinguir a produção.

Levantamento da Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (CATI) realizado em 1998 mostrava que Registro era o município que mais produzia arroz no Vale do Ribeira. Essa cultura ocupava 630 hectares no município naquele ano. Além do plantio de plantas ornamentais e da pupunha, a criação de búfalos tem-se mostrado um negócio de sucesso e o município já produz muçarela orgânica certificada.

alesp