Cildo Oliveira usa linguagem contemporânea para aplicar na arte sua pesquisa antropológica

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
05/03/2007 15:52

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Cildo Oliveira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Cildo Oliveira.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Kadiweu<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Cildo Oliveira-serie kadiweu.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O leitmotiv de Cildo Oliveira é de natureza investigatória. Há anos o artista cultiva uma pesquisa antropológica aplicada à arte, seja resgatando a tradição da feitura do papel artesanal, seja inspirando-se nas pinturas corporais e nas cerâmicas dos índios cadivéus, de Mato Grosso.

Revelando um forte sentimento de amor à nossa história e ao Brasil, o artista defende as tradições do gentio que Cabral encontrou ao chegar à Terra de Santa Cruz e o faz aliando sua pintura a uma linguagem contemporânea.

O artesão do papel da época de Lorenzo de Medici e o artista do Novo Milênio se fundem numa só criatura. Manipulando todo tipo de materiais naturais e de fibras até transformá-los em papel, o artista trabalha a cor com tintas acrílicas devidamente diluídas e aplicadas.

Seus ladrilhos de papel, aparentemente geométricos, se aproximam dos antigos papiros da terra dos faraós. Entretanto, inserem poeticamente sinais gráficos curvos, bem próximos de caracóis, dando a suas obras, especialmente da da série Índígena, um leve tom barroco envolvente.

Os acenos cromáticos, que claramente se formam como resultado da realização de interessantes experiências pictóricas, elaboram os dados ideais que respondem a certas e precisas exigências do homem e ao mesmo tempo conduzem os estímulos em direção a míticas visões.

As composições de Cildo Oliveira participam de cromáticas dimensões e manifestam o desejo de afrontar as misteriosas presenças de um mundo interior para gerar soluções aos abstratos problemas de nosso tempo.

A obra Kadiweu, oferecida ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, possui musicalidade, onde a cor reflete o ritmo, a melodia e a harmonia como num tabuleiro de xadrez em que o espectador sempre dá xeque-mate.



O artista

Cildo Oliveira nasceu no Recife, em 1949. Desenhista, gravador, escultor e pintor, formou-se em direito e iniciou-se nas artes plásticas em 1965, na Escolinha de Arte, de sua terra natal, e freqüentando o ateliê de Maria Carmen, em 1966.

Transferiu-se para São Paulo, onde se formou em artes gráficas e gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado. Participou ainda do curso de pintura ministrado por Antônio Cabral, no Museu Lasar Segall. Em 1986, trabalhou na catalogação das obras do Palácio Bandeirante e, em 1987, lecionou diagramação e programação visual no Paço das Artes. Foi ainda professor no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e na Faculdade Santa Marcelina.

Foi assessor de artes plásticas da Secretaria de Estado da Cultura, diretor curador da Casa das Rosas (1989-1990) e assessor da diretoria da Pinacoteca do Estado (1992-1995). Concluiu seu mestrado em artes visuais no Instituto de Artes da Unesp, em 1996.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas em Olinda, Recife, Londrina, Vitória, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, além de Washington, Ohio e Paris. Suas obras encontram-se em coleções oficiais e particulares no Brasil e no exterior, entre elas o Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp