O realismo de Adalgiso Santos interpretado nos limites da fábula

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
12/01/2007 15:24

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Adalgiso Santos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-adalgiso.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O Galo Mestre<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-adalgisogalo mestre.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Na base da pintura de Adalgiso Santos, encontra-se a necessidade de dar uma nova e autêntica dimensão à fauna na natureza. Suas telas desejam recriar o animal vivo, isto é encontrar a medida de sua característica, imprimindo na obra o traço desse inalterado testemunho que está desaparecendo no inorgânico e no informal.

O artista reconstrói ingenuamente longínquas imagens em figurações que se tornam espontâneas. Por que o pintor recorre a traços-sínteses? Acreditamos que a aproximação com essa sua emblemática realidade advém através de uma contínua fratura com o real.

Ele cria uma espécie de nova e anticonformista arte do bestiário, num espaço mais dilatado de quanto a inspiração do real consente. O seu segredo é que o fantástico em sua obra toma, portanto, as dimensões do real.

Libertando-se de seus pensamentos e de suas memórias, o artista elabora, assim, uma simbologia impregnada de criatividade e bem próxima de seu endereço cotidiano. Numa época em que o traço formal adquire tanta presunção ao ponto de desprezar os conteúdos, como expressão de uma emoção poética, Adalgiso Santos pinta uma obra compactada e de forte cromatismo.

Na obra O Galo Mestre, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a fenomenologia está estritamente ligada à realidade, mesmo se, quase sempre, interpretada nos limites da fábula.

O artista

Adalgiso Santos nasceu em Itiruçu, na Bahia em 1965. Aos 15 anos foi trabalhar numa marcenaria, onde se iniciou na área de lustrar móveis, passando a seguir a restaurar móveis antigos. Especializou-se em acabamento de superfícies, como laqueação, douração e pinturas especiais. Na década de noventa ministrou aulas de artesanato para crianças em Salvador e trabalhou de artesão. Transferindo-se para São Paulo, dedicou-se à restauração de moveis antigos.

A partir do ano 2000 iniciou-se nas artes plásticas, retratando parte da "Criação" de Michelangelo sobre uma parede de um restaurante italiano da capital paulista. Participou de curso de história da arte ocidental, na galeria Marli Villas Boas e elaborou o projeto de restauração de um mural de Di Cavalcanti, instalado no Edifício Triangulo em São Paulo.

Participou das seguintes exposições: "Alto Tietê", Espaço Cultural de Suzano, SP; 1º Mostra de Artes ASAVP, SP (2005); 1º Salão de Artes Plásticas de Suzano, SP (2006); "Arte in Forma", Galeria Marli Villas Boas, SP; 4º Gesto de Arte" , Centro de Eventos e Negócios de São Paulo em beneficio da Associação Brasileira de Alzheimer, SP; "Futebol Paixão Brasileira", Memorial da América Latina, SP, esta mostra percorreu 36 cidades do interior paulista; "A arte que alimenta a cultura", Bar da Batata, SP; "Formas, estilo e cores", Centro de Conexão Cultural, SP; Museu Portinari, Brodowski, SP e Museu de Tupã, SP (2006).

alesp