Museu de Arte - Sensação de um vôo livre de alma poética nas esculturas de Oriana Maculet


10/12/2008 16:48

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Macunaíma<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2008/Oriana Maculet OBRA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Oriana Jara Maculet desenvolve o jogo do côncavo e do convexo em suas esculturas. Ela cria volumes lisos em estado de tensão, simples mas ao mesmo tempo artificial e elegante. Compactos, seus volumes são estilizados ao excesso e com efeitos lineares que denotam um senso estético, às vezes quase decorativo, bem desenvolvido. Sua deformação é expressionista.

Conforme sua concepção da forma, a artista mantém um certo rigor quase intelectualmente estilizador. Sua performance é refinada e, no elemento figurativo, elegante e altaneiro. Suas figuras femininas são míticas, possuem uma leveza aérea, dando-nos a sensação de um vôo livre da alma poética, mas não tanto para destruir o seu realismo.

A obra de Oriana Jara Maculet possui lirismo e comporta um elemento narrativo, para não dizer épico, bem próximo da personalidade da escultora. O figurativo permanece fundamental na sua obra, onde o volume fechado possui uma singular importância. Utilizando o côncavo com moderação, ela não afeta essencialmente o volume.

Seu estilo é orgânico por englobar uma pesquisa de aspectos naturais do mundo orgânico. No sentido intelectual, sua disposição ideológica em direção ao mundo e à sociedade é existencial por refletir a pesquisa que a artista faz sobre o destino do ser humano. Enfim é surrealista, pois que no "jogo surreal" se preocupa na busca de novas formas.

Na escultura em bronze "Macunaíma", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo a artista, com habilidade e estilo, homenageia não só o herói de Mário de Andrade, mas o seu próprio autor.



A artista



Oriana, pseudônimo artístico de Oriana Isabel Jara Maculet, nasceu em Valparaíso, Chile, em 1944. Fez seus estudos primários e secundários no Colégio dos Sagrados Corações, das Monjas Francesas em Valparaíso.

Formou-se em biblioteconomia, pela Universidade do Chile, Santiago (1977), em sociologia, pela Universidade de Lovaina, Bélgica (1980), em psicologia, pela Universidade Pichon Riviére, Buenos Aires, Argentina (1990). Viveu na Europa de 1970 a 1978 e residiu na Guatemala de 1978 a 1980, onde trabalhou na Universidade Rafael Landivar. De 1980 a 1984, residiu em São Paulo, como orientadora das teses de mestrado da Faculdade de Sociologia e Política. De 1984 a 1990, cursou psicologia social na Escola P. Rivière, Buenos Aires. Regressou a São Paulo em 1995, onde desenvolve inúmeras atividades de caráter beneficente e cultural.

Atualmente é membro do Conscre da Assembléia Legislativa como representante da comunidade chilena. É diretora e fundadora do projeto Presença de América Latina em São Paulo e membro da Academia Brasileira de Arte, Cultura e Historia e do Núcleo de Trabalho e Investigação com Esmalte.

Desde 1996 participa ativamente do mundo das artes, tendo aulas de escultura com Beatriz Stevens e de História da Arte com o pintor Angel San Martín. Desde então tem participado de inúmeras exposições obtendo vários prêmios e condecorações. Fundou o grupo Nosotras También Hacemos, formado por mulheres de executivos de multinacionais, residentes em São Paulo, que unem atividades artísticas com as de solidariedade.

Realizou sua primeira exposição na Organização Paulista de Arte, seguindo-se: Arte e mulher, Serra da Cantareira, SP (1997); Mulheres Latino- Americanas, OPA, SP; Clube de Campo de São Paulo; Galería Mali Villas-Boas (1998); Salão Paulart; III Salão de Arte Paulista; Clube Paineiras do Morumbi e Salão de Arte de Caraguatatuba (1999); Salão de Campos de Jordão; Salão da OPA; Salão de Artes Plásticas de Peruíbe; Artistas Latino- Americanos, Memorial da América Latina e Galeria Mali Villas-Boas (2000).

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