Partidário incontestável das artes na vida comunitária, a visão de conjunto de Toyota tem influenciado fortemente uma plêiade de artistas mais jovens. Em sua obra recente, empregando os meios mais simples, consegue descobrir efeitos óticos de movimento e de transparência nos quais o elemento movimento é, muitas vezes, limitado à superfície, ou à combinação de superfícies geralmente côncavas.Demonstrando grande interesse pelas possibilidades oferecidas pela tecnologia moderna, da qual também retira conclusões de envergadura, o artista consegue dar uma base teórica tanto à escultura cinética quanto à optical art.Habituado à ordem matemática, às construções tecnológicas e, portanto, contrário às improvisações, Toyota obtém efeitos de luz aérea, cuja abstração faz apelo a uma luz metafísica. Trata-se do mais ilustre produtor de escultura "visual e cinética", realização de uma op-art de insuperável virtuosismo cromático e formal; obras, portanto, de pura e simples, mas estupenda, feitura.Outro grande aspecto de sua pesquisa é o rigor metodológico, bem como a rigidez da composição que exalta, sejam os valores cromáticos - sempre notáveis em sua obra -, sejam o desenvolvimento e o entrelaçamento de algumas formas, tão originais quanto eficazes. São formas geométricas, absolutamente objetivas, que sugerem no nível perceptivo sensorial grandes ilusões ópticas criadoras de paisagens projetadas e em contínuo movimento, dependendo do ângulo do observador.A obra Espaço x Infinito, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, reflete perfeitamente a visão desse artista, que cumpre assim a tentativa de conseguir e obter, através de "gradientes estruturais" ou tramas estruturais diversas, efeitos de caráter psicológico, mas de uma estética bem definida.O artista Toyota, nome artístico de Yutaka Toyota, nasceu em Yamagata, Japão, em 1931. Formou-se na Universidade de Artes de Tóquio, Japão. Imigrou para o Brasil em 1958; trabalhou em Buenos Aires, Argentina, em 1960 e 1961. Realizou trabalhos tridimensionais (murais e esculturais) em Milão, Itália, e, em 1969, voltou para o Brasil onde se naturalizou brasileiro e passou a residir em São Paulo.Participou de inúmeras exposições, individuais e coletivas, em vários países, como: Brasil, Japão, Itália, Estados Unidos, Colômbia, Bélgica, Portugal, Suíça e Canadá, entre outros: Festival de Arte Moderna - Grandes Mestres Argentinos, (1962); XIII Salão Paulista de Arte Moderna SP, (1963); MAM do Rio Grande do Sul (1964); Galeria Sincron, Brescia, Itália (1967); Galeria Mirante das Artes, São Paulo SP, (1969); Galeria VX e X Bienal de São Paulo, 1969; Sala Especial no X Festival de Arte, Cali, Colômbia,(1970); II Bienal de Coltejer, Meddelin, Colômbia; Museo Universitário das Ciências y Artes de México (1970); X Bienal de Meddelhein, Bélgica,(1971); Panorama da Arte Atual Brasileira, MAM - SP (1972); União Pan-americana, Washington DC, EUA, (1972) Doze Artistas Brasileiros, MAM de Toronto, Canadá (1974); Galeria Takashima, Tóquio, Japão,(1979); Galeria Onuma, Yamagata, Japão, (1979); Museu Nacional de Osaka, Japão (1981); Galeria Contemporary Sculpture Center Tóquio e Osaka, Japão (1986); Paulista em Brasília, Brasília DF, (1987); SESC-Pompeia, São Paulo - SP, (1988); I Bienal de Escultura ao ar livre do Rio de Janeiro RJ, (1989); Galeria Sincron Itália, 1989; "Japão Brasil" 90 anos de imigração Ipatinga, Belo Horizonte MG.