Diretor e roteirista de Cabra-Cega falam sobre o filme na Assembléia


14/06/2005 19:25

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Diretor e roteirista  do filme Cabra-Cega, falaram sobre todo o processo de execução do longa em coletiva à imprensa realizada na Liderança do PT<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/cabra 018.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O diretor Toni Venturini e o roteirista Di Moretti estiverem na tarde desta terça-feira, 14/6, na Assembléia Legislativa, onde foi projetado o filme Cabra-Cega. Os autores falaram sobre todo o processo de execução do longa em coletiva à imprensa realizada na Liderança do PT.

O deputado Adriano Diogo (PT), durante reunião na Liderança do PT, perguntou a Venturi se o filme seria projetado na periferia. O diretor respondeu que sim, desde que não haja pirataria. "O social é fundamental, tenho atendido a todos os convites. No próximo fim de semana, irei à favela Monte Azul fazer debate com a moçada. Meu cinema é social, mas é preciso tomar cuidado para não banalizar. Da burguesia eu cobro, da periferia, não".

Segundo o roteirista Di Moretti, seu trabalho foi fruto de muita pesquisa. Ele ouviu 11 guerrilheiros, o que foi muito importante para ajudar a criar a adaptação da solidão. Como alguém acostumado com a luta de rua consegue se adaptar à reclusão em quatro paredes, sem poder olhar por uma fresta na janela? Como é possível se disciplinar para preservar a sua própria segurança e a de seus amigos? "É uma situação claustrofóbica, de limite", argumentou. "Queríamos contar a história para quem não tinha a mínima idéia do que se passava naquela época".

Moretti tinha apenas 10 anos na época retratada pelo filme. O objetivo é mostrar como a classe média encarava a situação de repressão. "Eles brincavam de cabra-cega", afirmou, explicando o título do filme.

A explicação de Venturini é que essa história já havia sido contada de forma caricata, parcial, de aventura e violência. A sua idéia consistia em contar a história do ponto de vista humano, da juventude da época, um olhar de dentro para fora, e não de cima. "Meus personagens são jovens utópicos, preparados, menos ingênuos. Eles sabiam exatamente onde estavam entrando. Foram pessoas que deram o melhor de si para o Brasil, para um sonho". Em comparação aos jovens de hoje, que estão mais preocupados com a individualidade, a realização pessoal, os jovens de 30 anos atrás corriam atrás de um sonho coletivo. Era uma luta pela liberdade, um sonho de melhorar a sociedade".

Participaram, também, da reunião com os autores do filme os deputados Simão Pedro (PT) e Vicente Cândido(PT).

alesp