Próximo a um misticismo medieval, Scaléa alcança uma síntese de valores pictóricos

Acervo Artístico: Emanuel von Lauenstein Massarani
13/01/2005 14:00

Compartilhar:

Garrafas e vaso<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/J C Scalea garrafas e vasos.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Scaléa, pseudônimo artístico de José Carlos Scaléa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Jose Carlos Scalea.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> As colhedoras de algodão ao final da tarde<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/J C Scalea colhedoras algodao.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Alargando o seu horizonte, seja na implantação quanto na realização, o pintor Scaléa nos apresenta obras de um largo respiro sobre as quais se evidencia sobre tudo uma nova técnica que o coloca numa interessante linha inovatória, usando óleo ou acrílico e textura com massa.

Suas composições são bem arquitetadas, embora deixem lugar a uma liberdade de visão. Seu reino é rico e inquietante. Sua linguagem pictural é, para o artista, uma necessidade antes de tudo de interiorização e, em conseqüência pinta com bastante emoção.

A prerrogativa da arte de Scaléa não é de abstrair do concreto, mas concretizar do abstrato. No que se refere à forma, seja do ponto de vista gráfico quanto colorístico, devemos ressaltar sua excelente criatividade comprovada através de seu desenho e de sua forte sensibilidade cromática.

Trata-se de um pintor de grandes reservas artísticas por seus tons cromáticos, suas aproximações as cores, além do jogo das luzes e das sombras. A evasão lírica se substancia de uma pesquisa mental e moral onde o empenho aparece interiorizado sem clamores na intensidade de suas imagens.

O subjetivismo desse artista colhe a ambiental realidade de vida nas estruturas sobrepostas do instante criativo, além do conhecimento de um inquieto "motu" contemplativo que elabora transfigurando-o e o transforma num documento artístico pessoal.

Autor de composições tratadas dentro de um expressionismo que empresta sua inspiração mística da figuração na arte medieval, Scaléa ama buscar em suas pinturas as alegrias e as ansiedades em que vive a humanidade.

Nas obras "As colhedoras de algodão ao final da tarde" e "Garrafas e vaso", oferecidas ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, o artista alcança uma síntese autêntica de valores pictóricos: volumes equilibrados e harmonia total dentro de um lirismo expressionístico.



O Artista

Scaléa, pseudônimo artístico de José Carlos Scaléa, nasceu em São Paulo em 1935. Formou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade Mackenzie de São Paulo (1963). Executou diversos projetos de estações ferroviárias e metroviárias além de edifícios específicos em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Como desenhista executou charges na Revista "Akademia" (1962 e 1963) e na "Folha da Tarde" de São Paulo (1977 - 1987) período em que desenhou mais de 400 charges para a sessão "Heróis e Anti Heróis". A partir de 1985 passou a se dedicar à pintura.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas, entre elas: "XXXI de Artes Plásticas", Centro Cultural Tao Sigulda, SP (2000); "Artes", Hotel Sofitel, SP, "Algodão o Filho do Sol" , Centro Cultural da Marinha, SP (2003); "Brasil" , Casa da Fazenda do Morumbi em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo; "Água Fonte de Vida" , Galeria Espaço D'Arte, SP, "Real & Imaginário", Galeria Espaço D'Arte, SP; "Algodão o Filho do Sol", Prodam , SP, V Exposição de Artes Plásticas "Brasil / Uruguai", Memorial da América Latina, SP; "Luzes em São Paulo", Mostra Nacional de Arte Brasileira, Hilton São Paulo Internacional, SP (2004).

alesp