Alargando o seu horizonte, seja na implantação quanto na realização, o pintor Scaléa nos apresenta obras de um largo respiro sobre as quais se evidencia sobre tudo uma nova técnica que o coloca numa interessante linha inovatória, usando óleo ou acrílico e textura com massa. Suas composições são bem arquitetadas, embora deixem lugar a uma liberdade de visão. Seu reino é rico e inquietante. Sua linguagem pictural é, para o artista, uma necessidade antes de tudo de interiorização e, em conseqüência pinta com bastante emoção.A prerrogativa da arte de Scaléa não é de abstrair do concreto, mas concretizar do abstrato. No que se refere à forma, seja do ponto de vista gráfico quanto colorístico, devemos ressaltar sua excelente criatividade comprovada através de seu desenho e de sua forte sensibilidade cromática.Trata-se de um pintor de grandes reservas artísticas por seus tons cromáticos, suas aproximações as cores, além do jogo das luzes e das sombras. A evasão lírica se substancia de uma pesquisa mental e moral onde o empenho aparece interiorizado sem clamores na intensidade de suas imagens.O subjetivismo desse artista colhe a ambiental realidade de vida nas estruturas sobrepostas do instante criativo, além do conhecimento de um inquieto "motu" contemplativo que elabora transfigurando-o e o transforma num documento artístico pessoal.Autor de composições tratadas dentro de um expressionismo que empresta sua inspiração mística da figuração na arte medieval, Scaléa ama buscar em suas pinturas as alegrias e as ansiedades em que vive a humanidade. Nas obras "As colhedoras de algodão ao final da tarde" e "Garrafas e vaso", oferecidas ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, o artista alcança uma síntese autêntica de valores pictóricos: volumes equilibrados e harmonia total dentro de um lirismo expressionístico. O ArtistaScaléa, pseudônimo artístico de José Carlos Scaléa, nasceu em São Paulo em 1935. Formou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade Mackenzie de São Paulo (1963). Executou diversos projetos de estações ferroviárias e metroviárias além de edifícios específicos em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.Como desenhista executou charges na Revista "Akademia" (1962 e 1963) e na "Folha da Tarde" de São Paulo (1977 - 1987) período em que desenhou mais de 400 charges para a sessão "Heróis e Anti Heróis". A partir de 1985 passou a se dedicar à pintura. Participou de diversas exposições individuais e coletivas, entre elas: "XXXI de Artes Plásticas", Centro Cultural Tao Sigulda, SP (2000); "Artes", Hotel Sofitel, SP, "Algodão o Filho do Sol" , Centro Cultural da Marinha, SP (2003); "Brasil" , Casa da Fazenda do Morumbi em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo; "Água Fonte de Vida" , Galeria Espaço D'Arte, SP, "Real & Imaginário", Galeria Espaço D'Arte, SP; "Algodão o Filho do Sol", Prodam , SP, V Exposição de Artes Plásticas "Brasil / Uruguai", Memorial da América Latina, SP; "Luzes em São Paulo", Mostra Nacional de Arte Brasileira, Hilton São Paulo Internacional, SP (2004).