Aumento de casos de dengue hemorrágica na Baixada Santista preocupa


06/04/2006 12:32

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A suspeita de que uma mulher tenha morrido em Guarujá vítima da dengue hemorrágica e o crescimento do número de casos em São Vicente, que no primeiro trimestre registra 42% do total de ocorrências de 2005, reforçam a necessidade de um mutirão extraordinário de combate à doença na Baixada Santista. O apelo é da deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que, desde o último dia 22, vem propondo à Secretaria Estadual da Saúde a realização, em caráter de urgência, de um novo mutirão metropolitano na tentativa de conter o avanço da dengue na região.

Na última semana, a parlamentar já havia apresentado a proposta em indicação protocolada na Assembléia Legislativa e por meio de ofício enviado diretamente ao secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. Diante das novas notícias sobre o crescimento da doença e com a agravante da suspeita de uma morte por dengue hemorrágica, a deputada Prandi voltou a enviar documento ao responsável pela pasta da Saúde, cobrando do órgão uma ação articuladora de um grande movimento regional de combate à dengue.

Maria Lúcia ressalta que o número de casos pode ser ainda maior, já que há um grande número de notificações que aguardam a realização de exame sorológico para confirmação da doença. Em São Vicente, nos três primeiros meses deste ano, 141 pessoas já tiveram dengue, número que representa 42% dos 336 casos registrados em 2005. "Só que outros 250 pacientes aguardam o teste, o que pode elevar ainda mais o número de ocorrências", acrescenta Prandi.

Situação semelhante se repete em Guarujá, onde até o dia 30/3 já haviam sido registrados 156 casos e 1.079 notificações aguardavam confirmação. Conforme informações divulgadas pela imprensa, a cidade já tinha 132 casos confirmados e 185 pessoas estavam à espera da confirmação pelo teste sorológico. "Como se vê, houve uma verdadeira explosão da doença no período. O próprio secretário da Saúde do município admite que há uma epidemia. Não se pode esperar que o mesmo quadro se repita em outras cidades da região", enfatiza a deputada Prandi.

Segundo a parlamentar, a Secretaria Estadual da Saúde deveria articular com as nove prefeituras da Baixada Santista um "Dia D" extraordinário para enfrentar a doença. Um mutirão foi realizado em novembro do ano passado e outro movimento semelhante só está previsto para o próximo mês de novembro. "Não se pode esperar tanto tempo. O momento é de gravidade e o pico da doença normalmente acontece em maio. É fundamental massificar a prevenção. É preciso agir já para evitar uma situação ainda pior", ela frisa.

Por se tratar de uma região metropolitana, extremamente adensada, a parlamentar adverte que os cuidados devem ser redobrados. "O mosquito não conhece limites e não respeita fronteiras. O fluxo intenso de pessoas entre as cidades da região pode ser outro fator desencadeante do número de casos." Maria Lúcia exemplifica dizendo que um morador de São Vicente teve o diagnóstico confirmado pelo serviço público de Cubatão, município onde trabalha.

Ainda de acordo com a parlamentar, um monitoramento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, no final do ano passado, apontou que quatro municípios da Baixada Santista corriam o risco de proliferação da dengue em 2006. O estudo relaciona os municípios de Santos, São Vicente, Praia Grande e Itanhaém, que foram identificados com o índice de Bretau, que mede a infestação de larvas do mosquito Aedes aegypti.

mlprandi@al.sp.gov.br

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