CPI dos cursos de medicina ouve Associação de Educação Médica


18/08/2009 20:10

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Milton Arruda Martins e Celso Giglio <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2009/CPICURSOSMEDICINAMiltonArrudaMartinsABEMeDepCelsoGigliommy02.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Parlamentares durante os trabalhos da comissão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2009/CPICURSOSMEDICINAdepsmmy09.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A comissão parlamentar de inquérito constituída com a finalidade de investigar a proliferação dos cursos de medicina, assim como a qualidade dos serviços prestados, reuniu-se nesta terça-feira, 18/8, no plenário José Bonifácio, para ouvir o representante e ex-presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), Milton Arruda Martins. O médico declarou que existem vários problemas nas escolas de medicina, como, por exemplo, a falta de hospitais-escola nas faculdades, que, segundo ele, são fundamentais para o aprendizado médico.

Tanto é que ele afirmou ser atualmente exigido hospital-escola para o funcionamento de uma faculdade de medicina. "Há indícios de que as escolas têm problemas graves: o número de médicos formados é bem maior que as vagas disponíveis para residentes. As vagas existentes para residência médica nem sempre são proporcionais às necessidades da população " faltam pediatras, oncologistas e obstetras. Ou, seja, há necessidade de se priorizar especialidades", disse Arruda Martins.



Sobre as avaliações



"Qualquer faculdade de medicina tem de ter o compromisso de acompanhar a formação profissional de seus alunos. É necessário que se refaça a grade curricular, que se exija hospital, e que o Sistema Único de Saúde se comprometa a aperfeiçoar a escola médica", declarou o deputado José Augusto (PSDB). O deputado Celso Giglio (PSDB) perguntou ao médico quais as propostas para diminuir os problemas relacionados à área. "O mais importante é a criação de um sistema de avaliação sério, feito por pessoas de fora da escola, que implique consequências para o não cumprimento das exigências de qualidade. O sistema atual do Ministério da Educação é bom, só que deve ser atrelado a uma avaliação mais frequente. Não se deve avaliar o aluno depois, mas durante o curso. Outra ideia é integrar as escolas de medicina ao SUS, ou seja, tornar o SUS um instrumento de educação continuada. Sobre o exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), sou completamente contra. Isso é proposta do século XX. Atualmente precisamos de múltiplos exames, teóricos e práticos, durante o curso", disse o médico. Ele acrescentou a necessidade de se trabalhar com uma porcentagem do corpo docente da faculdade em regime de dedicação integral e a importância de as escolas se integrarem aos gestores locais de saúde, buscando uma adequação às demandas da sociedade.

Arruda Martins acredita que é papel da Secretaria Estadual de Saúde estabelecer políticas de distribuição de bolsas para as especialidades médicas em que há falta de profissionais, valorizando áreas como a medicina de família e comunidade e de obstetrícia.

Na reunião foram abordadas também as questões do lucro em detrimento da qualidade, tema tratado por Uebe Rezeck (PMDB), e convênios entre faculdades e hospitais, considerados positivos pelo deputado José Augusto. "Concordo que convênios entre escolas e hospitais sejam positivos, mas é preciso que sejam estabelecidas condições para esses convênios. É preciso pensar no exercício da docência. O residente tem de ter supervisão de qualidade, o corpo clínico tem de ter qualidade, e o corpo docente tem de ser parte do corpo clínico, finalizou Arruda Martins.

alesp