Seminário discute arranjos produtivos locais

Evento reuniu IPT, USP, Unicamp, Unesp, Fiesp, Sebrae/SP, entre outras instituições
23/06/2004 21:18

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Sidney Beraldo assina acordo de cooperação entre a Assembléia e secretaria de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/ASSINATURA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

"A questão do desenvolvimento inclusivo e descentralizado é importante para gerar renda e agregar valor aos produtos das várias regiões do Estado, alterando, inclusive, a política macro-econômica", alertou o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sidney Beraldo, na abertura do seminário Arranjos Produtivos Locais (APLs) e o desenvolvimento Sustentado do Estado de São Paulo, realizado na manhã desta quarta-feira, 23/6.

Para Beraldo, temos recursos, experiência acumulada e estudos para compreender e trabalhar de forma mais efetiva e eficiente com os APLs. "Agora precisamos promover desenvolvimento com geração de emprego e agregação de renda", reiterou.

O secretário da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, garantiu o empenho total do governo do Estado aos projetos de arranjos produtivos na tentativa de realinhar o desenvolvimento de São Paulo. "É preciso devolver ao interior sua capacidade de criar trabalho e renda", ponderou Meirelles.

Para o representante do Sebrae/SP, Alencar Burti, "esta é uma oportunidade que se abre para as pequenas empresas, aliadas aos grandes grupos, que, na busca da contenção de custos, acabam reduzindo postos de trabalho". E arrematou: "A união dos pequenos representa oportunidade de inclusão."

Atividades do IPT

Segundo definição aventada pelo diretor do Instituto Paulista de Tecnologia (IPT), Guilherme Ary Plonski, processo, cooperação e inovação são os três elementos básicos de qualquer APL. Tendo isso em vista, há que considerar as dimensões territoriais, a diversidade de atividades e governança e cooperação entre os atores/agentes, mas sobretudo o conhecimento. "A questão do conhecimento é importante por estar ligada ao capital social, que acaba por assegurar a eficiência coletiva, trazendo uma inovação por aprendizagem em interação", assegurou.

Plonski falou das ações do IPT, através do Programa de Unidades Móveis de Atendimento Tecnológico (Prumo) e do Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex), espalhadas por todo o Estado, dando especial ênfase ao setor calçadista nos municípios de Birigüi, Franca, Jaú, Santa Cruz do Rio Pardo e São Joaquim da Barra, além do projeto de apoio às fontes de água cristalina em Embu-Guaçu, Itapecerica e São Lourenço da Serra e Juquitiba.

Segundo ele, o desafio do IPT, hoje, é o capital social que assegura a cooperação e coesão social, com modelos modernos de gestão e governo, inclusão tecnológica e digital, chegando a arranjos produtivos inovadores para geração de postos de trabalho e renda. "Nossa proposta é uma gestão estratégica para a efetividade do esforço paulista, com vistas ao desenvolvimento sustentado", concluiu, anunciando a criação de um núcleo voltado para os APLs dentro do Espaço de Tecnologia do Parlamento paulista.

Rede USP de conhecimento

As ações da Universidade de São Paulo (USP) para o desenvolvimento sustentado de São Paulo têm como objetivo a busca da inovação, que é a agregação de valor econômico e social ao conhecimento, sendo um processo que exige entrosamento entre pesquisa básica de caráter científico e pesquisa e desenvolvimento empresarial.

Com 4.800 professores, espalhados pelas várias unidades e departamentos nos campi da Capital, Ribeirão Preto, Piracicaba, Bauru, São Carlos e Pirassununga, a universidade conta com 36 núcleos de apoio à pesquisa, com os professores em rede, além de nove núcleos de apoio e extensão.

"Nosso desafio é promover condições institucionais para ampliar a utilização da rede de conhecimento e inovação", garantiu o professor Oswaldo Massambani.

Desse desafio, nasceu a Agência USP de Inovação, para identificar, apoiar, promover, estimular e implementar parcerias com o setor produtivo e o governo na busca do desenvolvimento do Estado.

Agência de Inovação da Unicamp

O relacionamento universidade/empresa foi um dos motivos da criação da Agência de Inovação da Unicamp em setembro do ano passado. "A maior parte da pesquisa desenvolvida no Brasil é feita nas universidades, quando deveria ser realizada nas empresas", ponderou o professor da Unicamp, Roberto Lotufo. Segundo ele, é importante a criação de parques tecnológicos próximos às universidades com o objetivo de aumentar a riqueza da comunidade, através da promoção da cultura da inovação e da competitividade das empresas e instituições. "É preciso aumentar esses arranjos locais próximos às universidades", opinou, garantindo que o desafio da Unicamp, neste momento, "é encontrar novos meios de escoar a tecnologia produzida na universidade para as empresas, gerando emprego e renda"

Contribuições da Unesp

Com 16 campi espalhados pelo Estado, a Unesp tem procurado um contexto de descentralização de políticas públicas, planejando e buscando o desenvolvimento local. "Neste sentido não podemos deixar de levar em consideração certas especificidades como a rivalidade entre os municípios na busca de recursos", observou o professor Sérgio Azevedo Fonseca.

"Em contrapartida, é preciso observar as complementaridades intra-regionais e um melhor gerenciamento dos problemas comuns, dos recursos naturais partilhados, das cadeias produtivas integradas, da insuficiência de escalas locais e das capacitações diferenciadas e complementares", destacou.

Acordos de cooperação

Durante o evento, foram assinados dois acordos de cooperação. O primeiro, entre a Assembléia e a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo tem como objetivo a cooperação institucional e o assessoramento técnico na formulação de políticas estaduais de ciência, tecnologia, desenvolvimento econômico sustentável e turismo. O outro, entre a Assembléia e o Sebrae-SP, quer promover o intercâmbio, a cooperação institucional e o assessoramento técnico na formulação de políticas estaduais de desenvolvimento sustentável, de fomento à competitividade e aperfeiçoamento técnico das microempresas e das empresas de pequeno porte industriais, comerciais, agrícolas e de serviços.

Além dos deputados Waldir Agnello (PTB), Jonas Donizette (PSB) e Edson Aparecido (PSDB), participaram do evento o presidente do TRE/SP, Álvaro Lazzarini; o vice-presidente da Fiesp, Vladmir Sperandeo; o diretor-superintendente do Sebrae/SP, José Luiz Ricca; a representante da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento, Elisabete Cechin; entre outros.

alesp