Helena Kazue Nakai atribui à paisagem um significado poético que extrapola o sugerido

Emanuel von Lauenstein Massarani
03/08/2004 14:00

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Obra Pantanal 3<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Helena Nakai paisagem pantanal.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Helena Kazue Nakai<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Helena K Nakai.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Helena Kazue Nakai atribui à paisagem algo que vai além do significado poético estritamente sugerido pelo real. Dela emerge um caráter de profunda brasilidade. São paisagens bem construídas, sólida e atentamente, e possuem, sem dúvida, um sopro de sinceridade e de vigor. Sua obra exige um público que ame verdadeiramente a terra e, ao pensa-la como cena do labor humano, lhe acrescente peso e beleza.

Kazue Nakai sabe pintar vegetação, colinas, rios, lagoas, árvores, com um estilo personalíssimo e nos restitui uma suave emoção da realidade juntamente com uma visionária transfiguração da qual somente alguns mestres, como Kokoschka, foram capazes.

Essencialmente paisagista, os quadros que pinta possuem uma entonação lírica, um sentido sugestivo de amplitude e de sublime chamamento. Apaixonada pela Amazônia e pelo Pantanal de Mato Grosso, ela sabe dar um conteúdo à sua paisagem. Não se coloca em sua frente unicamente numa posição impressionista. A sua pintura possui uma vitalidade romântica, dando a esse termo o significado de sentimento ativo da natureza.

Valorizada por um desenho preciso, sua palheta cria, através de um cromatismo sublime e harmônico, paisagens semi-naturais e semi-sonhadas, valorizadas por uma arte ao mesmo tempo refinada e espontânea.

Fugindo a toda busca de preciosismo e enfocando o essencial, na obra "Pantanal 31", doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, a autora acaricia as imagens colhendo da natureza somente o que mais a exalta e a comove.

A Artista

Helena Kazue Nakai nasceu no ano de 1935 no município de Mogi das Cruzes, São Paulo. Estudou em sua cidade natal e formou-se em direito pela Universidade de Mogi das Cruzes. Iniciou sua vida artística no ano de 1983.

Realizou diversas exposições internacionais, dentre as quais merecem destaque: Taipei Fine Arts Museum Taiwan, República da China (1986); Theatre National Mohammed V, Marrocos (1987); Exposição Internacional, Paróquia de Santa Maria Grecca, Bari, Itália (1994); Nortel, Miami, Estados Unidos (1996); Lúcio Rodrigues Gallery, Flórida, Estados Unidos (1996); IV e V Biennale Internazionale di Roma (2002 e 2004); "Primavera 2001/2002" di Roma, Itália (2002); Castello Savelli di Roma, Itália (2002); IV Biennale Internazionale di Firenze, Itália (2003).

Recebeu inúmeros prêmios, nacionais e internacionais, como: Prêmio Internacional de Artes Plásticas Brasil (1986 e 1987); Medalha de Bronze, I Salão Nacional de Artes Plásticas Intercâmbio Nacional (1990); Medalha de Bronze, IV Salão de Artes Plásticas e Fotografia de Santo Amaro (1995); Diploma di Merito, 5º Prêmio, IV Biennale D'Arte Internazionale di Roma (2002); Taça de Prata, Prêmio Primavera de Roma (2002); Medalha Prêmio Castello, Castello Savelli di Roma (2002); Grande Prêmio, IV Biennale Internazionale di Firenze (2003); Primeiro Prêmio Figurativo Moderno, V Biennale Internazionale di Roma (2004).

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