CPI da CDHU ouve ex-gerente regional de obras de Presidente Prudente


07/10/2009 21:38

Compartilhar:

Parlamentares da CPI que investiga fraudes em licitações para a construção de casas populares pela CDHU <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2009/CPICDHUDEPSMAU_9670.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Climério de Toledo Pereira e José Augusto <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2009/CPICDHUCLIMERIOEJAUGUSTOMAU_9659.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Climério de Toledo Pereira <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2009/CPICDHUClimeriodeToledoPereiraengenheiro05MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A CPI que investiga fraudes em licitações para a construção de casas populares pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) ouviu nesta quarta-feira, 7/10, Climério de Toledo Pereira, engenheiro e ex-gerente regional de obras da companhia em Presidente Prudente. Acusado pela Polícia Federal e Ministério Público de participação num esquema de fraudes para a construção de casas em regime de mutirão na região, Climério já foi condenado pela Justiça a dois anos de prisão. Ele recorreu da sentença e responde em liberdade.

Imputado por associação a quadrilha, Climério foi apontado pela polícia como um dos responsáveis pelo esquema de fraudes organizado pelo empresário Francisco Emílio de Oliveira, Chiquinho da CDHU, dono da FT Construções. Em seu depoimento à CPI, Climério negou ter participação em fraudes em licitações e superfaturamento de materiais. Disse ter sido pego de surpresa por seu indiciamento pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

Segundo ele, a CDHU não participa de licitações para contratar as empresas responsáveis pelas obras e pela assessoria técnica dos mutirões. Como gerente da CDHU, sua função restringia-se a conferir as medições feitas pela gerenciadora contratada pela companhia para fiscalizar as obras de conjuntos de casas populares geridos pelas prefeituras conveniadas da região de Presidente Prudente.

O engenheiro civil é acusado de ratificar medições irregulares para beneficiar a empresa de Francisco Emílio de Oliveira. O deputado Milton Flávio (PSDB) pediu explicações sobre as ligações telefônicas entre o depoente e representantes da empresa FT Construções gravadas pela Polícia. O depoente disse tratar-se apenas de conversas referentes a alguns detalhes de obras em unidades habitacionais e de uma negociação em relação a cinco postes de eletrificação, que ele pretendia adquirir da empresa.

Climério disse ao deputado Bruno Covas (PSDB) que sua relação com Francisco Emílio de Oliveira era estritamente profissional. Ambos teriam a mesma motivação de auxiliar prefeitos a organizarem a documentação e as condições necessárias para viabilizar os empreendimentos. O deputado Covas questionou se Climério recebeu dinheiro do empresário. Ele respondeu que não.

Ao deputado Milton Flávio, Climério disse ter contratado da FT e pago os serviços de uma retroescavadeira para obras realizadas em um sítio de sua propriedade. Acrescentou que solicitou da empresa cotações de preços de materiais de construção para compras particulares que intencionava fazer.

Já o deputado Enio Tatto (PT) questionou as razões pelas quais o engenheiro teria assinado uma "medição negativa" em empreendimento no município de Mirante de Paranapanema. Climério disse ter sido uma solução encontrada pela CDHU para estornar depósitos feitos erroneamente a favor de prefeituras.

O deputado Antonio Mentor (PT) destacou do depoimento de Climério que, além da relação profissional, havia uma relação de cliente. E acrescentou que a responsabilidade política e administrativa pelos fatos ocorridos em Presidente Prudente deveria ser atribuída ao comando da CDHU. O deputado disse que a CPI precisa ouvir o diretor da CDHU Antonio Carlos Trevisan.

O presidente da CPI, deputado José Augusto (PSDB), perguntou ao engenheiro se ele teria conhecimento de alguma prática ou orientação da direção da companhia que pudesse ser classificada como irregular. Climério disse que nunca ouviu nada que pudesse colocar sob suspeita as pessoas no comando da CDHU.

O deputado Enio Tatto lembrou que existe uma sindicância da própria CDHU apontando mau uso de funções do ex-gerente de obras Climério por atestar medições cuja qualidade e quantidade de materiais eram previamente alterados em conivência com outros elementos.

Também convocado para a sessão desta quarta-feira, o ex-prefeito de Presidente Venceslau, Ângelo César Malacrida, não compareceu. Ele apresentou justificativa e disse que está á disposição da CPI para depor em um nova data.

Os membros da CPI aprovaram o requerimento do deputado Enio Tatto para que seja feito convite ao presidente CDHU, Lair Krähenbühl.

alesp