Audiência pública discute mudança de horário dos jogos de futebol

Maior desafio é unir diferentes interesses dos clubes, das televisões, dos patrocinadores e dos torcedores, afirma deputado
24/03/2010 21:38

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2010/CETPUBL2786ZE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2010/CETPUBL2808ZE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência pública da Comissão de Esportes e Turismo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2010/CET2805ZE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Renata Fan <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2010/CETRenata Fan2766ZE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência debate medidas que disciplinem o horário das partidas oficiais de futebol<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2010/CETGERAL2789ZE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Renata Fan, Paulo César e Cleber Machado<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2010/CETRenata e Cleber_2813ZE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Uma audiência pública promovida pela Comissão de Esportes e Turismo da Assembleia de São Paulo debateu, nesta quarta-feira, 24/3, medidas que disciplinam o horário das partidas oficiais de futebol e de identificação de torcedores, de que tratam os projetos de lei 106/2010, de Donisete Braga (PT), 172/2010, de Jorge Caruso (PMDB), 177/2010, de Enio Tatto (PT) e 178/2010, de Rafael Silva (PDT), que tramitam na Casa.



Audiência pública discute mudança de horário dos jogos de futebol



Compuseram a mesa dos trabalhos o presidente da comissão, deputado Vicente Cândido (PT), o secretário municipal de Esportes e Turismo, Walter Feldman; o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero; o diretor-geral da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto; o diretor de planejamento do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Juca Silveira; o mediador das torcidas organizadas, Danilo Zamboni; e os deputados: Rafael Silva (PDT), Donisete Braga (PT), Enio Tatto (PT), Conte Lopes (PTB), Hélio Nishimoto (PSDB), Chico Sardelli (PV), Gilson de Souza (DEM), Luciano Batista (PSB), Pedro Bigardi (PCdoB), Marcos Martins (PT) e Jorge Caruso (PMDB).

Jorge Caruso informou que "devido ao início dos campeonatos brasileiro e paulista, toda legislação aprovada só deve entrar em vigor no próximo ano". Rafael Silva afirmou que a população deve estar sempre em primeiro lugar e que o tempo máximo para o término das partidas de futebol deve ser às 23h. Com relação aos quatro projetos apresentados, Silva defende sua junção em uma única proposta que conjugue todos os temas. Para Donisete Braga, o maior desafio está em unir os diferentes interesses dos clubes, das televisões, dos patrocinadores e dos torcedores. Braga entende que a obrigatoriedade do monitoramento dos estádios e a captação da imagem do torcedor na compra dos ingressos são indispensáveis.

Contrariamente à mudança dos horários das partidas, argumentou Marcelo de Campos Pinto, da Rede Globo, que alegou três fatores, segundo ele, desfavoráveis à alteração: atração de menor público no horário das 21h e, consequentemente, menor renda e desinteresse dos patrocinadores; diferentes fusos horários do Brasil e dos outros países que integram a Conmebol (confederação que comanda o futebol na América do Sul); e a questão tecnológica, pois não há satélites suficientes para transmitir mais de cinco ou seis jogos simultaneamente. De acordo com o diretor, é imposível transpor esses obstáculos para que haja uma alteração nos horários das partidas.

De acordo com Marco Polo Del Nero, os patrocinadores são indispensáveis aos times de futebol, citando como exemplo o trabalho que fizera com a Rede Globo e que viabilizou a transmissão de todos os jogos em diferentes horários. "O Corinthians acabou de fechar um contrato de patrocínio no valor de R$ 38 milhões, conquistado pela grande visibilidade que a televisão proporcionou", afirmou.



O torcedor



Para Enio Tatto, as colocações contrárias à mudança não passam de falácias. A preocupação é sempre com clubes, contratos e televisão, nunca com o torcedor, o que, na opinião do deputado, deve ser a prioridade. "A população deve ser ouvida e, para o conforto do torcedor, é preciso simplesmente consenso entre as partes".

Juca Silveira afirmou que a preocupação não se limita apenas ao horário dos jogos, mas abrange o trânsito, a segurança e o transporte, e que a solução ideal passaria por uma convergência de todos esses fatores.

Defendendo a posição de que os horários das partidas devem ser alterados, Wanderlei Nogueira citou os horários dos jogos na Colômbia, que ocorrem às 20h; na Bolívia, às 21h; e no México, às 19h. Questionou porque somente no Brasil as partidas ocorrem às 21h45 acarretando, segundo ele, grandes problemas aos torcedores. Considerou que a FPF não está muito preocupada com o assunto, por iniciar seu horário de expediente às 13h. Quanto aos projetos em debate, disse que irá analisá-los para que possa opinar de maneira correta a respeito de cada medida proposta. Entretanto, é possível verificar que as matérias tentam corrigir uma distorção existente. "Palavras elegantes foram ouvidas como ameaças e terrorismos, cidadania se faz com sentimento e não com números", afirmou o jornalista, que apelou aos deputados para que ouçam a população e transfiram a realização dos jogos para horário mais cedo.

O secretário Walter Feldman justificou um possível veto do prefeito Gilberto Kassab ao projeto aprovado pela Câmara Municipal, que altera o horário de realização das partidas de futebol em São Paulo. Feldman lembrou o interesse das administrações públicas em beneficiar a população em qualquer circunstância, e disse acreditar que "essa briga por 15 minutos" deva ter soluções positivas. "É preciso flexibilidade para uma solução adequada", afirmou o secretário.

O deputado Luciano Batista (PSB) considera o assunto extremamente delicado, que esconde uma "disputa por poder". Para o deputado, uma decisão importante implica mais estudos sobre o tema, e também a manifestação de especialistas no esporte.

O deputado Conte Lopes afirmou que a lei sem força é palavra vã, e que a argumentação que ouviu de todas as partes envolvidas é muito sólida. Ele defendeu ampla discussão sobre o assunto.

Representantes das torcidas organizadas dos principais clubes do Estado ocuparam o microfone e unanimemente pediram a antecipação do horário dos jogos oficiais, medidas que melhorem condições de higiene nos estádios e transportes públicos adequados aos torcedores. Não houve entre os representantes das torcidas qualquer divergência quanto às mudanças apresentadas pelos projetos.

alesp