O mapa de crimes

Opinião
09/02/2006 14:35

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Afanasio Jazadji<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/afanasio.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Se os cidadãos americanos andam preocupados com a prolongada guerra no Iraque, em que foram mortos mais de 2.200 soldados do país em quase três anos, o Estado de São Paulo não fica muito atrás desses números quanto à sua verdadeira guerra civil: em 15 anos, quase 14 mil pessoas morreram em confrontos entre policiais, bandidos e gente do povo.

De acordo com uma pesquisa, ocorreu nesse período de uma década e meia a morte de 12.862 pessoas em choques com policiais. Por outro lado, policiais também morrem. E muito! Foram registradas 960 mortes de policiais, sem contar os que recorreram ao suicídio por causa do stress e dos salários baixos. Também não estão registrados nessa pesquisa os casos de violência entre bandidos e suas vítimas, números que continuam elevados em todo o Estado de São Paulo, apesar do otimismo da propaganda oficial.

Policiais civis e militares de São Paulo reclamam que nosso Estado é um dos mais perigosos para a profissão e, no entanto, está entre os últimos colocados do País quanto aos salários pagos aos profissionais. O governo estadual, por sua vez, alega que já concedeu reajustes e que não pode contrariar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Convém lembrar que, para os cidadãos, são importantes os setores da Saúde, da Educação, dos Transportes, mas de nada adianta o governo cuidar de hospitais, construir escolas e pavimentar estradas se não houver segurança para todos. É preciso preservar as polícias!

No combate à criminalidade e à violência, também ocorrem fatos positivos, como demonstra o mais recente ranking de homicídios do Estado de São Paulo. O município de Sumaré, na região de Campinas, que aparecia em primeiro lugar em 2004, com 45,89 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes, caiu para a 27.ª posição em 2005, registrando a média de 23,08. Sem dúvida, ações das polícias Civil e Militar foram fundamentais para essa reação de Sumaré, dando mais tranqüilidade à população. Na contramão dessa cidade, surgem vários municípios da região metropolitana da Capital.

E o caso mais assustador é o de Embu-Guaçu, município que é uma verdadeira extensão da região de Santo Amaro, na Capital, e que não deve ser confundido com outro Embu, o chamado Embu das Artes. Embu-Guaçu, de 70 mil habitantes, é o novo campeão em homicídios no Estado, com média de 48,25 casos por grupo de 100 mil habitantes. Em seguida, aparecem: em segundo lugar, Hortolândia, na região de Campinas, com 39,65 casos; em terceiro, Santana de Parnaíba, que engloba parte do elegante bairro de Alphaville, na região metropolitana da Capital, com 38,51. Depois, surgem, pela ordem: Cosmópolis, Itaquaquecetuba, Francisco Morato, Carapicuíba, Embu das Artes, Cotia, Itapevi, Ferraz de Vasconcelos, Ibiúna, Franco da Rocha e Guarulhos. Depois desses municípios, aparecem duas cidades do Oeste, que, por sinal, são vizinhas: Araçatuba, com 27,61, e Birigüi, com 27,09. Sinal vermelho na região!

*Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL

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