A pintura emblemática de Naura Timm: um grito de alerta em defesa da Amazônia

Acervo Artístico: Emanuel von Lauenstein Massarani
03/11/2004 14:00

Compartilhar:

Naura Timm<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Naura Timm.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Clique para ver a imagem " alt="A obra "Amazônia" de Naura Timm, doada ao Acervo Artístico do Parlamento de São Paulo Clique para ver a imagem ">

A operação pictórica de Naura Timm possui um fluxo temático e morfológico complexo e grave e se constitui num chamamento resultante de seus ímpetos dramáticos. Suas pinturas são enérgicas, vivas: fremem e gritam. É o grito consciente de uma artista que alcançou uma clara visão da realidade de seu tempo e que sofre.

Naura Timm conquistou uma dimensão intelectual onde não existe mais lugar para ilusões, mas tem todo o espaço na luta contra os inimigos da natureza e de modo especial de nossa Amazônia. Em suas obras, a artista condena uma sociedade que, depois de dar vida a seres humanos, os transforma, com suas misérias e hipocrisias, em destruidores da natureza.

Pintura complexa, merecedora de um estudo mais profundo no mais amplo contexto. Pintura emblemática e explícita ao mesmo tempo, como deve ser qualquer expressão artística de denúncia.

Naura Timm conduz uma operação de solidariedade humana, antes mesmo que pictórica. Sobre o plano temático o enfoque da artista refere-se ao mundo em que vivemos, onde homens impõem, a outros e à natureza, sofrimento e dilacerações.

Virtuosidade na cor e na enquadratura, além de uma técnica segura, são qualidades inerentes dessa artista que possui, ainda, um desenho firme, preciso e delicado.

Luzes fortes, muitas vezes sinistras; cores impetuosas e explícitas, azuis escuros e ambíguos, vermelhos queimados e verdes alusivos de recessos da consciência. E ainda marrons e amarelos em cadências tímbricas, que deslizam em direção a mutações tonais, por trás das quais não nos é dado saber se existirá um outro tormento ou uma franquia na luta pela existência.

A obra "Amazônia" de Naura Timm, doada ao Acervo Artístico do Parlamento de São Paulo, nos revela um ser humano em cujos princípios estão a salvação da natureza e o recíproco empenho por um progresso tecnológico em harmonia com a sociedade.

A Artista

Naura Timm nasceu em São Pedro do Sul (Rio Grande do Sul), em 1950. Estudou no Centro de Artes da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e no Instituto Brasileiro de Artes no Rio de Janeiro; formou-se pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, RJ. Em 1970 recebeu o Prêmio de Melhor Desenho na Universidade Federal de Santa Maria. Vive atualmente em Brasília, onde montou o seu atelier.

Participou, entre outros, dos seguintes salões oficiais: XXIII Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro (1974 e 1975); VI Salão Nacional de Arte (Belo Horizonte/MG); XXX Salão Paranaense de Artes Plásticas, Curitiba/PR (1974); Centro de Arte Contemporânea, Rio de Janeiro; Instituto Brasileiro de Artes, Rio de Janeiro (1975); Secretaria de Relaciones Exteriores, México; Palácio de Belas Artes, México; I Salão Nacional de Artes Plásticas do Rio de Janeiro, RJ; Projeto Arco Íris, RJ, PR, ES (1978); Galeria Oscar Seraphico, Brasília; Naura Timm y José Zuniga, Museu de Arte Moderna Guadalajara, México (1981); "Verão", "Abertura", "Outono", "Aniversário", Galeria Oscar Seraphico, Brasília; Coletiva Palácio Cultural, GO (1982); Artistas Contemporâneos En La Galeria Metropolitana, México; Galeria Yunuen, Guernavaca, México; Itinerário de Artistas Brasilienses, SP, RJ, SC, RS e Brasília (1984); Embaixada da Colômbia (1993); Galena "Recuerdos de Garcia Lorca", 508 Sul, Brasília (1998).

Entre as exposições individuais destacam-se: galeria Casa Grande; I Salão Empresarial de artes plásticas de Goiás; salão da caixa econômica de Goiás, Goiânia; Salão de Arte Contemporânea, SP (1976); Galeria Vasp, Brasília; I Salão de Desenho e Gravura, Brasília; II Documento de Arte do Centro-Oeste, Brasília; Salão de Arte Fantástica, Museu da Imagem e do Som, SP; II Salão Nacional de Arte Moderna, RJ (1979); galeria Parnaso, Brasília; Museu de Arte do Rio Grande do Sul, RS; Naura Timm Y José Zuniga Museu de Arte Moderna Guadalajara, México (1981) galeria do Teatro Nacional de Brasília (1983, 1990, 1991 e 1995); galeria Centro de Artes e Letras da UFSM, RS; Palácio Municipal da Cultura, GO Naura Timm Y Fernando Badillo, galeria da Universidade Metropolitana, México (1983); galeria Contemporânea, Brasília (1984); galeria do Hotel Nacional, Brasília; galeria do Ibeu, RJ; Teatro Cuanhtêmoc, México; galeria Performance, Brasília; galeria Multi Arte, GO; galeria Casa de La Paz, México; Atelier Rufino Tamayo, Oaxaca, México; galeria Sandiz, Brasília; Museu de Arte de Santa Catarina, SC (1986); Centro de Estudios Brasileños, México (1987); Instituto Francés de América Latina, México (1985 e 1988); galeria Contemporânea de Arte Brasília; BSB (1989); Museu de Arte Goiânia, GO; Arte na Rua e Arte na Torre: Fixtéticos (abertura de espaço através da Secretaria de Cultura e Unb), Brasília (1992); Instituto de Cultura Hispânica, Brasília (1982, 1987, 1993 e 1994); Embaixada do México, Brasília (1994); Museu de Goiânia, Museu de Brasília; Teatro Nacional; Instalação na Fundação Cultural, Brasília (1995); Atelier de M. Godoy, Atelier: A Ceia dos Sem-Terra (1998); Atelier pessoal: Adão e Eva no Planalto Central Paixão, Versus, Compaixão, Homenagem às Mães ou bolas de cristal amor com êxtase (1999).

alesp