Deputado Ademar de Barros


01/04/2011 19:50

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Ademar de Barros<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2011/ademardebarros.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Faleceu no hospital Oswaldo Cruz na capital paulista, na tarde da última quinta feira, 31 de março, o ex-deputado Ademar de Barros. Era filho Elisário de Almeida Barros e Sebastiana Miranda Barros, tendo nascido na cidade de Olímpia, São Paulo, em 27 de novembro de 1938.

Realizou seus primeiros estudos no Grupo Escolar Hugo Gutierrez Simas, e o secundário no Colégio Estadual de Londrina, ambas na cidade paranaense. Transferindo-se para São Paulo, estudou Ciências Jurídicas e Sociais, na Pontifícia Universidade Católica - PUC, formando-se em 1964. Nessa entidade de ensino superior participou do curso de Descentralização Universitária, em 1961.

Na Universidade de Harvard, Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos da América, cursou Sociologia e Política, em nível de especialização no ano de 1963.Retornando ao Brasil, especializou-se em Direito Penal e Direito Processual Penal, pela Universidade de São Paulo, entre 1965 e 1967.

Participou ainda de vários cursos na área jurídica: Reforma da Constituição Brasileira, pelo Fórum Roberto Simonsen, em convênio com a Sociedade Brasileira de Direito Constitucional; Acusação no Júri, pela Faculdade de Direito da PUC de São Paulo, em 1968; Direito de Família pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, em 1963; Seminário de Estudos Administrativos Municipais, realizado pela Associação Paulista de Bacharéis em Jornalismo, em 1967, e do Ciclo de Estudos de Direito Humano, pela Faculdade de Direito da PUC de São Paulo, 1968.



Ingresso na política



Ingressou na política quando concorreu pela Aliança Renovadora Nacional - Arena, partido de apoio governo instalado no Brasil pelo movimento revolucionário de 1964, nas eleições de 15 de novembro de 1970, para o cargo de deputado estadual, sendo eleito com 35.994 votos.Assumiu seu mandato na 7ª legislatura, (1971-1975), no dia 15 de março de 1971. No quatriênio, integrou como membro efetivo a Comissão Permanente de Constituição e Justiça.

Em setembro 1972, integrou a comissão de representação do Parlamento paulista que participou do 6º Congresso Brasileiro de Assembleias Legislativas, realizado em Fortaleza, Ceará.

Foi vice-líder da bancada da Arena na Alesp, durante a legislatura.

Nas eleições de 15 de novembro de 1974, pela Arena, concorreu novamente ao mandato parlamentar na Assembleia Legislativa paulista, obtendo 43.342 votos. Tomou posse para a 8ª legislatura, em 15 de março de 1975, para o período de 1975-1979.

Fez parte das comissões permanentes da Alesp, como membro efetivo: Serviços e Obras Públicas, entre 1977-1979; Promoção Social, no período de 1978-1979; e como suplente: Economia e Planejamento; Educação, entre 1977-1978; Segurança Pública, e de Assuntos Metropolitanos, em 1978 e 1979.

Fez parte em 1976, da comissão de representação da Alesp, no 7º Congresso das Assembleias Legislativas, que se reuniu em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Durante a legislatura foi novamente vice-líder da bancada da Arena no "Palácio 9 de Julho". Foi membro do Diretório Regional da Arena, de 1972 a 1978, tendo exercido o cargo de Secretário da Comissão Executiva Regional, entre 1973 e 1974.

Concorreu mais uma vez a uma cadeira no Palácio 9 de Julho pelo seu partido, em 15 de novembro de 1978, sendo eleito deputado estadual com 41.587 votos, assumindo em 15 de março de 1979, para a 9ª legislatura de 1979-1983. Com o fim do bipartidarismo em 1978, filiou-se ao governista Partido Democrático Social, PDS. Integrou como membro efetivo a Comissão de Constituição e Justiça, entre 1981 e 1982; a Comissão de Serviços e Obras Públicas, em 1979 e 1980, e a de Promoção Social, de 1979 a 1982. Foi suplente das comissões de Assuntos Metropolitanos, entre 1980-1981; e na de Assuntos Municipais, em 1982.

Pelo PDS, foi reeleito no dia 15 de novembro de 1982, com 78.237 votos, para a 10ª Legislatura, 1983-1987, assumindo novamente sua cadeira na Assembleia Legislativa paulista em 15 de março de 1983. Nos primeiros dois anos da legislatura, 1983-1984, foi membro efetivo da Comissão de Constituição e Justiça, e suplente nas de Segurança Pública e de Promoção Social.



Atividades parlamentares



Integrou a comissão de representação da Alesp designada para participar das reuniões da União Parlamentar Interestadual (UPI), realizada em outubro de 1983, no Rio de Janeiro, em novembro de 1984, em Vitória, Espírito Santo, em maio de 1985, na cidade de João Pessoa, na Paraíba. No ano de 1986, esteve representando a Assembleia Legislativa de São Paulo no Congresso Brasileiro das Assembleias Legislativas promovido pela UPI na cidade de Fortaleza, no Ceará.

Em 1985, deixou o PDS e filiou-se ao Partido da Frente Liberal, o PFL. Por essa agremiação política, no biênio 1985 e 1986, foi membro efetivo de três comissões: Constituição e Justiça; Administração Pública e Assuntos Municipais. Nas comissões de Fiscalização e Controle e Segurança Pública, integrou como membro suplente.

Participou dos Congressos dos Municípios, que foram realizados nas cidades de Praia Grande, Campos do Jordão e Guarujá. Foi agraciado com o título de cidadania de vários municípios do Estado de São Paulo.

Fez parte da comissão de representação da Assembleia Legislativa de São Paulo que foi a Brasília, em 1985, para audiência com o ministro da Educação com o objetivo de solicitar a interferência governamental na crise que se verificava na OSEC - Organização Santamarense de Educação e Cultura.

Foi designado para integrar a comissão de representação constituída para tratar junto ao Ministério da Fazenda e a Cacex objetivando solucionar o impasse entre os citricultores e os industriais do setor.

Pelo PFL, candidatou-se à reeleição, no pleito realizado em 15 de novembro de 1986, obtendo 17.256 votos, ficando apenas em uma suplência. Ao término de seu mandato parlamentar em 14 de março de 1987, retirou-se para as atividades privadas, passando a dedicar-se ao seu escritório de advocacia.



Atividades na administração pública



Procurador autárquico do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, foi nomeado pelo então governador Mário Covas, em 1995, para o cargo de superintendente desse órgão, permanecendo à frente do Ipesp por dois anos.

Durante sua vida parlamentar, foi autor do pedido para a formação da Comissão Especial de Inquérito, - CEI, para estudos e soluções a respeito do problema da criança excepcional, funcionando como seu presidente. Requereu também a constituição da CEI para estudos e soluções a respeito da embalagem plástica de álcool. É de sua autoria a indicação que resultou na criação, pelo governo do Estado de São Paulo, do então, Pró-Menor, depois Febem, e atual Fundação Casa. Outra indicação resultou na criação da Fundação de Amparo ao Excepcional de São Paulo.

Foi um dos fundadores da Associação dos Parlamentares do Estado de São Paulo, na qual ocupou várias funções, e atualmente era seu presidente.

Desde 30 de maio de 1967, era sócio do São Paulo Futebol Clube, do qual exercia o cargo de presidente do Conselho Deliberativo desde 2006, tendo exercido essa função entre 1994-1996. Nos períodos de 2000-2002 e de 2005-2006, foi vice-presidente da Diretoria Executiva do clube, na gestão de Marcelo Portugal Gouvêa. Do tricolor do Morumbi, era ainda conselheiro vitalício e membro nato do Conselho Consultivo.



Despedidas



Era casado com Cacilda Teixeira de Barros, com quem teve dois filhos, Eduardo e Andréa.

Seu corpo foi velado e cemitério do Morumbi, na capital paulista, com a presença de familiares, amigos e autoridades, destacando-se o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Barros Munhoz, deputado Estevão Galvão, líder do DEM na Alesp, deputado federal Arnaldo faria de Sá, representando o líder do PTB deputado Campos Machado, seu chefe de gabinete Luciano de Oliveira Santos, o ex-governador Laudo Natel. Também compareceram integrantes da Associação dos Parlamentares paulistas, os ex-deputados Jacob Pedro Carolo, ex-presidente da Alesp, José Roberto Faria Lima, Álvaro Fraga, Elias Salim Curiati, Leôncio Ferraz Júnior, Eduardo Negrini Coutinho, Osmar Ribeiro Fonseca, Mario Hato, Marco Antonio Castello Branco, Antonio Luís do Amaral Furlan, e Abrahim Dabus. O presidente do Sindicato dos Procuradores do Estado, das Autarquias, das Fundações e das Universidades Píblicas do Estado de São Paulo - Sindiproesp, Rubens Fucs; e o vereador Marco Aurélio Cunha. O São Paulo Futebol Clube esteve representado pelo seu presidente Juvenal Juvêncio (ex-deputado no Palácio 9 de Julho).

Discursaram em homenagem o vice presidente do São Paulo Futebol Clube, José Roberto Ópice Blum; o ex-deputado Hatiro Shimomoto, em nome da Associação dos Parlamentares do Estado de São Paulo.

Em nome da família, em comovente e emocionada manifestação, falou José Roberto Luppi, sobrinho de Ademar, que veio especialmente de Londrina, no Paraná, para prestar suas últimas despedidas.

O corpo do ex-deputado Ademar de Barros foi sepultado na tarde desta sexta feira, 1º de abril de 2011.

Em homenagem a memória do deputado Ademar de Barros, o São Paulo Futebol Clube decretou luto oficial de três dias.



*Antônio Sérgio Ribeiro é advogado e pesquisador. Diretor do Departamento de Documentação e Informação da Assembleia Legislativa

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